sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Lembranças Leonenses XV

– Ainda nos termos da política, o trabalhismo getulista foi uma ideologia que foi muito forte na Vila do Capão do Leão. Principalmente entre a categoria dos ferroviários. Pequenos postais com a foto do ex-presidente e algumas palavras de ordem escritas, circulavam entre os trabalhadores, sendo alguns guardados como verdadeiras relíquias. Mesmo entre outros profissionais, como os graniteiros e demais, a figura do Sr. Getúlio Vargas era admirada com muito fervor. Não por acaso, logo depois de sua morte em 1954, o ex-vereador pelotense Elberto Madruga (e nosso 1º. Prefeito) prestou-lhe uma homenagem em forma de monumento na Praça João Gomes. O grande bloco de pedra que atualmente está ao lado do Altar da Pátria recebera na ocasião uma placa celebrativa que, anos depois, viria a ser roubada por vândalos.
- Sob o emblema do trabalhismo getulista, o Capão do Leão foi marcado politicamente até 1964. Dois partidos tinham representação e influência bastante expressivas: o PSD e o PTB. A UDN era praticamente nula, senão desconhecida. Havia também certos agrupamentos ligados ao PSP.
Os correligionários de ambos os partidos (PSD e PTB) disputavam a cada eleição a simpatia e o voto de cada cidadão. Não se resumia, entretanto, a atividade política às eleições. As pessoas se identificavam ideologicamente com cada um dos dois partidos. Havia debates acalorados nas repartições públicas, nos estabelecimentos comerciais, nas esquinas das ruas. As idéias políticas passavam de pai para filho e as reuniões partidárias e comícios eram concorridos. Imagine um local rural como o Cerro das Almas sediando comícios com um número de 200 a 300 pessoas.
O PTB, entretanto, sempre levou certa vantagem no Capão do Leão frente ao PSD. Afinal, além do ex-vereador Elberto Madruga, reeleito várias vezes em Pelotas, outra personalidade política ligada ao Capão do Leão e ao PTB era o Dr. Vicente Real – vereador por dois mandatos legislativos.
Com o governo Leonel Brizola no Palácio Piratini e seu programa de reformas e ações institucionais ousadas para a época, o PTB em nossa localidade tornou-se de todo dominante. A partir de então, surgiu uma nova figura: o petebista brizolista. Nos galpões do DEPRC no Cerro do Estado, eram poucos os que não se identificavam com o ex-governador gaúcho. Durante a Campanha da Legalidade em 1961, vários brizolistas leonenses estiveram mobilizados, ouvindo pelo rádio o desenrolar dos acontecimentos. Inclusive, alguns estavam dispostos até em pegar em armas, se preciso fosse para defender a Constituição.


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