segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Pó inflamável

 



Quando ameaça chuva, o pó se transforma em fogo

CURITIBA, 27 (A.B.) - Grande tem sido o numero de fenomenos geologicos ocorridos ultimamente no Paraná.

O fáto de agora não fica atraz dos outros em importancia. Além de interessar á geologia, o extranho requer, talvez o concurso da química. No povoado Mangueiras, no município de Palmeiras, em grande região apresenta na superfície do sólo, extensa camada de um pó pardo, onde a terra é esteril. O pó cheira a môfo. O curioso do fenomeno é que quando se approxima a chuva ele se transforme em fogo, tomando uma côr cinzenta caracterisada.

Não é essa a primeira vez que o fenomeno se manifesta. Ha 3 anos identico fato se verificou durante dois mezes, ocasionando pela queima do campo, no mez de agosto.

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 27 de setembro de 1933

domingo, 7 de dezembro de 2025

Duelo defronte à Bibliotheca Pública Pelotense

 



Conflicto

As folhas recebidas hoje de Pelotas pelo Mercedes, contam assim o conflicto alli ocorrido entre dois advogados do fóro, antes desafiados para um duello que não se pôde effectuar por intervenção de amigos:

Hontem, ás 11 horas da manhã mais ou menos, deu-se nesta cidade, na frente do edificio da bibliotheca publica pelotense, um conflicto entre os advogados deste fóro, dr. Julio da Costa Cabral e Alvaro da Silva, que ultimamente alimentaram pela imprensa local violenta discussão.

São estas as declarações prestadas na policia, historiando o facto, pelas duas partes interessadas:

Disse o dr. Costa Cabral que achando-se á porta da intendencia, onde devia assistir a uma audiencia do sr. juiz districtal, como advogado de uma das partes, ao ver para ahi encaminhar-se o sr. Alvaro da Silva, advogado da parte contraria, foi ao seu encontro, perguntando-lhe se queria naquelle mesmo local o desagravo, a que se referira a polemica na imprensa, e antes que podesse proferir quaisquer palavras, o sr. Alvaro da Silva puchou de um rewólver, servindo-se então o dr. Cabral do chicote que comsigo trazia e com o qual vergastou o adversario, que despejou sobre elle a arma de fogo, não lhe acertando o projectil e obrigando-o a não fazer mais uso do rewólver por uma pancada que lhe deu na mão.

A seu turno, declarou o sr. Alvaro da Silva que vindo a seu encontro o dr. Costa Cabral, levantando um chicote sobre elle, puchou, diante de tal agressão, de um rewólver que trazia de casa para limpar, com o qual deu um tiro para o ar no intuito de assustar o seu contendor, que correu sobre elle de chicote, defendendo-se elle aggredido, que botara no bolso a arma, com uma bengala. Os dois adversarios foram separados com a intervencção de diversas pessoas que accorreram ao local do conflicto, pondo-lhe termo.

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 22 de julho de 1899

sábado, 6 de dezembro de 2025

A estátua milagrosa de Santo Antônio do Partenon



OS FACTOS MILAGROSOS ATTRIBUIDOS Á IMAGEM DE SANTO ANTONIO

"Não passou de illusão óptica ou autossugestão" - dize-nos a Curia Metropolitana

No principio da semana passada, espalhou-se a noticia de que a imagem de Santo Antonio, na igreja de que elle é padroeiro no arrabalde do Parthenon, movia os olhos de cima para baixo.

Segundo essa notícia, terça-feira da semana anterior, uma familia assistira ao phenomeno e outras pessoas, em outros dias, puderam constatal-o.

Tornada conhecida a nova, verdadeiras romarias foram á igrejinha do Parthenon afim de assistirem ao interessante facto. Depois disso, muitas pessoas affirmaram haver visto o santo mexer os olhos. Outros porém, em numero maior, viram apenas a imagem de gesso, tal qual ella é, isto é, de olhos fixos.

A reportagem dos jornaes interessou-se pelo assumpto, mas nenhum jornalista viu o propalado phenomeno, que não passa, assim, de phantasia de devotos do santo.

O cartão, que abaixo publicamos, confirma o que dizemos:

"Porto Alegre, 19 de agosto de 1931.

 Illmo. snr. director d' A Federação.

Tendo a Curia Metropolitana feito as dilligencias necessarias, estou habilitado a declarar-vos que os pretensos factos milagrosos attribuidos á imagem de S. Antonio do Parthenon não passam de illusão optica ou auto-sugestão.

Deus guarde V.S."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 20 de agosto de 1931

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

A luz misteriosa entre a ilha de Curupú e a ponta de Panaquatira

 



Phenomeno curioso

Sob a epigraphe supra, refere a Pacotilha, do Maranhão, edição de 1o. do mez passado:

"É numa corôa entre a ilha de Curupú e a ponta de Panaquatira, parte da ilha de S. Luiz que mais avança pelo mar a dentro. Dahi a imaginação ardente e sonhadora dos habitantes de tão risonhas paragens, extrae agora o aureo filão de uma lenda encantadora, de uma dessa lendas com que se fazem sonhar as almas simples e adormecer sorrindo, na doçura do extasi, as creanças curiosas.

Pessoa digna de toda a consideração observou e teve a gentilesa de trazer ao nosso conhecimento o seguinte e interessante phenomeno, a cuja contemplação fôra attraido a rogo de um seu vaqueiro, que por elle se maravilhara.

Eram 2 horas da madrugada da ultima sexta-feira, quando, logo ao chegar o nosso informante á margem do mar, viu desenrolar-se á sua vista o brilhante e extranho espectaculo de que tanto se falava por aquellas redondesas.

Um foco luminoso, vivissimo e de grande circumferencia formara-se bem no centro da corôa, entre a ponta e a ilha de Curupú.

De um dos lados desse fóco e formando uma linha horisontal de cerca de 30 metros, approximadamente, seguia-se um rastro de pontilhações luminosas, a modo de um cordão de estrellas.

Ao fim dessa linha, um outro fóco luminoso punha termo ao prolongamento do primeiro.

Disse-nos o nosso informante ser indescriptivel a bellesa de tal espectaculo, de quando em quando modificado por um brusco e ephemero esmaecimento, e que se prolongou atá ás 5 horas da madrugada.

Trata-se, é possível, de um cardume de moluscos phosphorescentes que estejam a passeiar o seu tédio de eternos moradores do mar sobre a quietude da corôa solitaria. Ou, quem sabe? Talvez tudo aquillo seja consequencia de emanações gazosas, facto, aliás, bem conhecido. Seja, porém, qual fôr a causa natural de tão bello phenomeno, o que é certo é que a imaginação fogosa da bôa gente daquellas paragens já tudo aquillo envolveu num halo feerico de lenda, do maravilhoso encanto lendario com que a fantasia slava tanto tem povoado as margens e as aguas do velho Rheno glorioso.

Muitos já têm visto um navio de enormes proporções, e que dizem tripulado por almas penadas, a julgar pelas lamentações ouvidas por um ou outro dos maravilhados ilheus de acustica mais apurada.

O navio passa; e da espumarada branca que deixa atraz o fundo sulco que faz nas ondas, sóbe e derrama-se pela corôa o alastramento estellar da luz encantada...

Almas felizes, essas donde irradiam tão deslumbrantes miragens de sonho"..."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 06 de agosto de 1903

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Onças em exposição em Porto Alegre

 



Os tigres

Honram a sua afamada raça as duas féras expostas á rua do general Victorino.

Bellissimas ambas, sem distincção de sexos.

A femea não cede em gravidade e correcção de postura á elegancia de contornos e vivacidade do representante masculino.

Dignos um do outro.

Pudéra! Mãi e filho...

Valem bem os 600$000 que custaram ao expositor.

E vale a pena visitar os bravos animaes.

As jaulas que os prendem, tranquillisam o espirito do visitante.

Sabemos que o respeitavel chefe d'essa familia que já foi seguro na Taquara.

E tambem virá para a exposição.

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 19 de julho de 1884

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Pânico em Carapajó

 



Phenomeno - Refere o Cametá, que se publica na cidade deste nome:

"Pessôas de reconhecido credito informaram-nos que na povoação Carapajó, na casa de José Pedro Cavalcanti, desde o dia 13 do mes passado até esta data, apparece um fogo dentro da casa, nas cordas e punhos de redes, o qual queima as roupas, já queimou 9 pannos de parys do mesmo José Pedro e em uma das noites passadas penetrou na rede do pobre Pedro, queimando-lhe o lençol todo menos a rede.

O povo do pequeno logar acha-se alarmado com semelhante phenomeno."

Fonte: JORNAL DO RECIFE (Recife/PE), 14 de agosto de 1906

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