quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Sobrenome Fuertes


"Um dos mais antigos sobrenomes ibéricos com registros históricos sustentáveis. Tem origem nas Astúrias, quando, no ano de 976, Suero Fuertes, rico-homem, age como confirmador da doação do Conde Froila Velas e de sua mulher a Condessa Gislabara fizeram à Igreja de Oviedo de diferentes benfeitorias entre as localidades de Navia e Porcia. Ainda no século X, o rei asturiano Bermudo II, confirma ao mesmo cavaleiro outras doações vassálicas, no ano de 982. Em 996, outro personagem da família, um certo Fuertes Diáz faz o papel de testemunha de doações reais recebidas pela Igreja de Oviedo e pelo Mosteiro de São Pelágio. Portanto, a linhagem asturiana dos Fuertes é anterior mesmo às grandes expansões cristãs da Reconquista dos séculos XI, XII e XIII.

Em Aragão, segundo os García Carraffa, houve um solar da família na vila de Borja, documentado desde o século XV. Desta casa fizeram parte Marcos de Fuertes e Juan de Fuertes (filho do primeiro), ambos Infanções do Reino de Aragão no século XVI.

Outra casa importante com este sobrenome houve na localidade de Val de Espeot, no ajuntamento de Murillo de Gállego, no distrito judicial de Egea de los Caballeros, província de Zaragoza, do qual fez parte Pedro de Fuertes que alcançou o título de Infanção perante a Real Audiência de Zaragoza em 1588.

Outra casa importante da família existiu em Uncastillo, de onde se destacou o religioso Antonio de Fuertes y Biota, especialista em Direito no século XVII.

Fuertes significa 'fortes' e é um patronímico simples.

Outras concentrações importantes do sobrenome do ponto de vista histórico: Erla, Luna, Agüero, Santa Eulalia de Gállego, Ayerbe, Belmonte de Miranda, Cisneros, Albalat de la Ribera, Alfambra, Palma de Mallorca, Cangas de Narcea e Ávila."

Fonte: Real Sociedade Aragonesa de Genealogia. 

Sobrenome Escanilla


"Escanilla é uma antiga linhagem de infanções aragoneses, toponímico associado à localidade de mesmo nome, no município de Abizanda, no distrito judicial de Boltaña, província de Huesca.

Um dos mais antigos registros deste sobrenome faz referência ao Licenciado Dom José Escanilla, que viveu no século XVII e se destacou como cirurgião e catedrático da Universidade de Zaragoza.

Diversas ramas de Escanilla se espalharam por outras regiões da Espanha e Hispano-América, com destaque para os Escanilla do Chile.

No Arquivo Geral Militar de Segóvia constam os seguintes expedientes militares: José Escanilla, Infantaria, 1878; Venancio Escanilla Vergara, Cavalaria, 1807.

Etimologicamente, segundo Roberto Faure, Escanilla provém do termo latino 'scanella', que significa 'pequeno banco', 'banquinho', indicando que o nome é utilizado de forma toponímica. São assemelhados os sobrenomes Escala, Escalera e Escaño."

Fonte: Real Sociedade Aragonesa de Genealogia. 

Sobrenome Guajardo


"Sobrenome com origem na província de Zaragoza, aliás, onde atualmente vive a maior concentração de pessoas com este sobrenome. Sua origem, contudo, aponta, conforme estudos especializados, uma origem na província de Córdoba, na Andaluzia.

Os Guajardo de Córdoba destacaram-se como religiosos na História da Espanha e também como militares ativos na colonização das Américas e na conquista das regiões da Itália que outrora foram de domínio dos reis espanhóis."

Fonte: Real Sociedade Aragonesa de Genealogia. 

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Sobrenome Vigil


"Antigo e nobre sobrenome com origem no Principado das Astúrias, sendo um toponímico relacionado à vila homônima que existe naquela região.

Deste sobrenome contam-se casas fidalgas nas localidades de Viérnoles, Villada, Sotodosos, San Cosme de Tornón, Blocona, Oviedo, Sigüenza, Suaca, Brihuega, Seseña e Gudia. De muitas dessas linhagens descenderam vários cavaleiros que alcançaram títulos aristocráticos junto a Real Chancelaria de Valladolid durante os séculos XVI a XVIII.

Também se encontra com frequência pessoas com este sobrenome nas principais ordens militares ibéricas, como nas de Calatrava, Alcântara, de Carlos III, a de São João de Jerusalém e também na Audiência Militar de Oviedo.

Vale lembrar que o sobrenome Vigil também pode ser um metanimico, indicando a função de sentinela. Etimologicamente, enquanto topônimo o termo vigil pode indicar 'posto de vigilância', todavia também pode ter relação com um vocábulo dialetal do norte da Espanha para 'vigoroso'."

Fonte: Real Sociedade Aragonesa de Genealogia.

Sobrenome Vidal


"A propagação deste sobrenome na Península Ibérica é muito antiga, cujas apresentações principais se notam historicamente na Catalunha, nas terras de Valência e Mallorca. Também não se pode ignorar uma concentração histórica e importante do sobrenome na região do condado de Rousillon, na França.

José de Arévalo assinala duas importantes casas solares, uma nas montanhas de Burgos, na Cantábria, e outra no antigo Reino da Galícia.

Em Aragão, se documenta a presença dos Vidal desde o século XIV. Tiveram um grande e influente solar na vila de Magallón, na província de Zaragoza, sendo que possuíam sepultura propria na Igreja de Nossa Senhora da Horta, na mesma localidade. Desta família saiu um ramal que erigiu uma nova casa na localidade de Tauste, no fim do século XVII.

Outra antiga e casa de Infanções houve em Ribagorza, sendo que, deste solar, descendem os ramais de Castarlenas, Grustán, Graus, Huesca e Zaragoza. De Zaragoza saíram mais dois ramais: um assentado em Fuentes de Ebro e outro radicado em Tarazona.

Vidal é um patronímico do nome latino Vitalis, sendo que as formas Vitale, Vidale, Vidal e Vital são encontradas em todo o Medievo Ibérico e Occitânico, por isso o sobrenome é deveras comum nestas regiões.

Outros importantes solares são percebidos em Salou, no século XIII, e Menorca, no século XVI."

Fonte: Real Sociedade Aragonesa de Genealogia.

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Histórico do Município de Maringá/PR


"Etimologia. Maringá. Termo híbrido formado pelas palavras 'Maria' e 'ingá'. O termo 'Maria' é nome pessoal feminino, havendo duas possibilidades para sua origem, sendo que ambas vem do hebraico: 1) 'Miriam', formado por 'mar'... gota, e 'yâm'... mar: gota do mar. 2) 'Myriam'... designa vidência, e resultou 'Maria' em latim e grego. O termo 'ingá' vem do tupi 'ingá'... o fruto do ingazeiro, árvore da família Leguminosa (Inga edulis).

Origem histórica. O projeto da cidade de Maringá foi idealizado obedecendo às mais avançadas normas de planejamento, sendo desenvolvido por Gastão de Mesquita Filho e Cássio Vidigal, com base no anteprojeto do urbanista Jorge Macedo Vieira.

Maringá, a princípio simples patrimônio, localizado no interior de Mandaguari, fundado pela Companhia de Terras, não tardou em cumprir sua profecia, tornando-se uma das mais importantes cidades do Estado do Paraná, sendo reconhecida pelo metro quadrado de verde para cada habitante, e por sua qualidade de vida.

Em 10 de maio de 1947, o Patrimônio de Maringá foi elevado à categoria de Distrito Administrativo, com território pertencente ao município de Mandaguari. Pela Lei Estadul no. 790, de 14 de novembro de 1951, foi criado o município de Maringá, com território desmembrado do município de Mandaguari. A instalação oficial ocorreu no dia 14 de dezembro de 1952, sendo primeiro prefeito municipal o sr. Inocente Villanova Júnior.

A denominação foi inspirada na canção 'Maringá', de autoria do compositor Joubert de Carvalho, composta em 1931. A sugestão do nome foi dado pela sra. Elizabeth Thomaz, esposa do sr. Arthur High Miller Thomaz.

Para o pesquisador José Carlos Veiga Lopes, '...segundo se noticiou à época, os dirigentes da Cia. de Terras Norte do Paraná estavam discutindo sobre o nome que seria dado à ova cidade e, então, a senhora de um deles (Elizabeth Thomaz) que estava presente, mas não participando da reunião, perguntou, por que não Maringá? A ideia foi aprovada na hora. Joubert de Carvalho, quando estava compondo a música, originalmente dera à retirante que mais dava o que falar o nome de Maria do Ingá (cidade da Paraíba), depois Maria Ingá e finalmente Maringá."

Fonte: FERREIRA, João Carlos Vicente. Municípios paranaenses: origens e significados de seus nomes. Curitiba/PR: Secretaria de Estado da Cultura, 2006, pág. 188.

domingo, 29 de setembro de 2019

Três colônias da Serra Gaúcha em 1890


"COLONIAS DO ESTADO

Do importante relatorio da commissão de terras e colonisação de Alfredo Chaves, Dona Isabel e Conde d'Eu, confiada á direcção do illustrado engenheiro dr. José Montaury Aguiar Leitão, colhemos os seguintes dados estatisticos, que salientam o esforço e a dedicação de tão habil director pelo desenvolvimento d'aquelles futurosos nucleos, situados ao norte d'este Estado.

Em 1888 tinham essas tres colonias uma população de 27,626 almas, ou 2,055 mais que a população reunida dos territorios das commissões de Caxias e Silveira Martins.

No anno proximo findo muito maior foi este excesso, devido ser a commissão de Alfredo Chaves a que recebeu maior numero de immigrantes e que, relativamente, teve reproducção mais elevada.

Actualmente conta esta commissão:

Na ex-colonia D. Isabel 14.973 almas
Na ex-colonia Conde d'Eu 9.318 almas
Na colonia Alfredo Chaves 7.961 almas
Ao todo..... 32.252 almas

Comparando-se esta população com a encontrada em 1888, verifica-se ter havido, em 1888, no territorio d'esta commissão, um augmento de 4.626 habitantes, que se dividem pela fórma seguinte:

Immigrantes recebidos..... 3.758
Reproducção existente..... 868
Total..... 4.626

E comparando-se ainda esta população de 32.252 almas, existentes em 1889, com a de 21.135, encontrada em 1886, verifica-se ter havido um augmento de 11.118 habitantes, que é equivalente á mais de 50% nos tres annos decorridos.

Por aqui já se vê, bem claramente, quam grave é o erro em que laboram os srs. que affirmam haver pouco lucrado o nosso Estado com a colonisação.

Dê-se ás colonias boas vivas de communicação, em substituiçao aos pessimos caminhos de que ellas dispõem e procure-se estudar a navegação do Taquary até a povoação de Santa Barbara, que o futuro do nosso Rio Grande não será mais um problema a resolver-se, ante os dados que acabamos de exhibir.

Descrimina-se a população actual pela seguinte forma:

Alfredo Chaves: 7.006 italianos; 792 brazileiros; 67 austriacos; 33 allemães; 63 de nacionalidades diversas; Total 7.971

Conde d'Eu: 4.658 italianos; 3.507 brazileiros; 612 austriacos; 367 allemães; 174 de nacionalidades diversas; Total 9.318

Dona Isabel: 9.078 italianos; 5.619 brazileiros; 40 austriacos; 147 allemães; 50 hespanhoes; 39 de nacionalidades diversas; Total 14.973

Alfredo Chaves: 4.956 solteiros; 2.714 casados; 291 viuvos; Total 7.961 [sic]

Conde d'Eu: 5.807 solteiros; 3.286 casados; 215 viuvos; Total 9.318

Dona Isabel: 8.325 solteiros; 6.256 casados; 396 viuvos; Total 14.973

Alfredo Chaves: 4.117 masculinos; 3.844 femininos; Total 7.961

Conde d'Eu: 4.840 masculinos; 4.478 femininos; Total 9.318

Dona Isabel: 7.557 masculinos; 7.416 femininos; Total 14.973

Alfredo Chaves: 7.916 catholicos; 45 acatholicos; Total 7.964

Conde d'Eu: 9.094 catholicos; 224 acatholicos; Total 9.318

Dona Isabel: 14.818 catholicos; 155 acatholicos; Total 14.973

Alfredo Chaves: 2.614 sabem ler; 5.347 não sabem ler; Total 7.961

Conde d'Eu: 2.123 sabem ler; 7.195 não sabem ler; Total 9.318

Dona Isabel: 3.887 sabem ler; 11.086 não sabem ler; Total 14.973

Alfredo Chaves: 264 nascimentos; 81 obitos; differença á favor 183

Conde d'Eu: 534 nascimentos; 218 obitos; differença á favor 316

Dona Isabel: 587 nascimentos; 218 obitos; differença á favor 369 

Alfredo Chaves: 38 casamentos

Conde d'Eu: 85 casamentos

Dona Isabel: 87 casamentos

Tanto pela população como pelo saldo dos nascimentos sobre obitos, salienta-se o territorio d'esta commissão á maior parte das comarcas do Estado.

Cabe aqui dizer que não ha mais razão de ser para se subordinar a esta commissão as antigas ex-colonias D. Isabel e Conde d'Eu, ha muito emmancipadas, onde os ultimos immigrantes contam residencia já maior de anno e onde não ha mais lotes á se distribuir.

Outrosim, achando-se ellas sob o dominio civil, parece um contrasenso que ainda se lhes dê medico, botica, etc. etc., sem se estender estes beneficios á localidades muito mais necessitadas.

Ha muito que fazer na futurosa Alfredo Chaves. Só a ella, que é colonia e bem recente, é que deve o Governo conceder auxilios d'esta ordem, visando a economia que, por este meio, ha de auferir o thesouro publico.

Em tudo accordamos com a maneira porque pensa e se manifesta, no dito relatorio, o illustre chefe d'esta commissão.

Emquanto a escolas existem: tres particulares na Alfredo Chaves, com uma frequencia de 165 alumnos, sem nenhuma publica; oito particulares na D. Isabel, com uma frequencia de 250 alumnos, e duas publicas, que se acham vagas, e oito particulares na de Conde d'Eu, com uma frequencia de 200 alumnos e duas publicas, sendo uma vaga e outra com a frequencia de 50 alumnos.

É este um dos ramos da administração que requer maior desenvolvimento, tendo-se muito em vista o quanto, minuciosamente, vae exposto no mencionado relatorio.

Viação - A colonia Alfredo Chaves conta 44 kilometros de estradas, com 464 kilometros de caminhos vicinaes. A ex-colonia D. Isabel conta 37 kilometros de estradas, com 419 kilometros de caminhos vicinaes. E a ex-colonia Conde d'Eu conta 21 kilometros de estradas, com 126 kilometros de caminhos vicinaes.

Para completo d'esta viação precisa-se: da compostura e conservação da estrada de S. João do Monte Negro até D. Isabel, que póde-se fazer pelo cofre municipal; construcção de um trecho da D. Isabel até o alto do Gaspar, comprehendendo uma extensão de 11 kilometros; construcção de uma estrada, em seguimento a esta, desde o passo do rio das Antas até a séde da colonia Alfredo Chaves; alargamento da estrada d'esta séde á povoação de Santa Barbara, que tem apenas tres metros de largura; construcção da estrada que d'esta séde vae ter á Lagoa Vermelha, sendo actualmente pessimo o caminho por onde se opera toda a communicação d'este municipio com o de S. João de Monte Negro. Esta construcção póde ser realisada com dinheiro do thesouro d'este Estado. E, finalmente, construcção de uma estrada, com 5 leguas de extensão, desde Alfredo Chaves até a séde da colonia Antonio Prado que, tendo os mesmo cinco annos de existencia que esta conta, de tudo precisa para chegar ao desenvolvimento admiravel que se nota na Alfredo Chaves.

Talvez não orce em mais de 400 contos a execução de todo este plano, que é a vida e futuro da grande e fertil zona de Cima da Serra, onde, adjacente á colonia Alfredo Chaves, existem devolutos mais de 120.000 hectares, n'um raio de 25 kilometros.

Só esta grande area devoluta, correspondendo a 4.000 lotes, dá para collocar se mais de 30.000 colonos, ou uma população aproximada á das tres colonias pertencentes a esta commissão.

Construcção publica - A colonia Alfredo Chaves tem: 1 igreja, 14 capellas, 1 escola e 11 barracões. A ex-colonia D. Isabel tem: 1 escola, 1 igreja, 23 capellas, 1 casa de administração e 2 barracões. E a ex-colonia Conde d'Eu tem: 1 igreja, 27 capellas, 1 casa da administração e 2 barracões.

Construcção particular - A colonia Alfredo Chaves tem, rusticos: 18 sobrados e 1.103 casas terreas; e urbanos: 21 sobrados e 128 casas terreas.

A ex-colonia D. Isabel tem, rusticos: 23 sobrados e 1.984 casas terreas; e urbanos: 40 sobrados e 178 casas terreas; E a ex-colonia Conde d'Eu tem, rusticos: 60 sobrados e 2.895 casas terreas; e urbanos: 16 sobrados e 105 casas terreas; d'onde se conclue que a nova Alfredo Chaves já está maior que a velha Conde d'Eu.

Profissões - A colonia Alfredo Chaves conta: 74 negociantes, 33 officinas e 29 industrialistas. A ex-colonia D. Isabel conta: 118 negociantes, 109 officinas e 72 industrialistas. E a ex-colonia Conde d'Eu conta: 95 negociantes, 44 officinas e 41 industrialistas.

Lotes medidos - Na colonia Alfredo Chaves existem 1.670 lotes rusticos, sendo 448 devolutos e 366 urbanos, dos quaes 169 devolutos e 366 urbanos, dos quaes 169 devolutos; na ex-colonia D. Isabel existem 1.998 lotes rusticos e 350 urbanos, todos occupados; e na ex-colonia Conde d'Eu existem 1.311 lotes rusticos e 250 urbanos, todos occupados; tendo a colonia Alfredo Chaves, adjacente ao seu territorio, a já mencionada area devoluta de 120.000 hectares, com um raio de 25 kilometros.

Cultura - A colonia Alfredo Chaves tem: em cereaes, 18.330 hectares; canaviaes, 255 hectares; pomares, 32 hectares; hortas, 69 hectares; pastagens, 350 hectares; terras incultas 16.950 hectares; vinhedos, 960 hectares. A ex-colonia D. Isabel tem: em cereaes, 29.970 hectares; canaviaes, 475 hectares; pomares, 65 hectares; hortas, 120 hectares; pastagens, 220 hectares; terras incultas 18.900 hectares; vinhedos, 1.365 hectares. E a ex-colonia Conde d'Eu tem: em cereaes, 19.665 hectares; pomares, 55 hectares; hortas, 80 hectares; pastagens, 1.750 hectares; terras incultas, 11.330 hectares; vinhedos, 6.450 hectares.

Criação - A colonia Alfredo Chaves tem: em gado cavallar, 839 cabeças; gado muar, 315 cabeças; gado suino, 5.216 cabeças; gado vaccum, 456 cabeças. A ex-colonia D. Isabel tem: em gado cavallar, 2.415 cabeças; gado muar, 723 cabeças; gado suino, 22.120 cabeças; gado ovelhum, 75 cabeças; gado vaccum, 2.012 cabeças; aves, 92.415 cabeças. E a ex-colonia Conde d'Eu tem: em gado cavallar, 1.228 cabeças; gado muar, 518 cabeças; gado suino, 16.425 cabeças; gado ovelhum, 50 cabeças; gado vaccum, 1.813 cabeças; aves, 45.473 cabeças.

Producção - A colonia Alfredo Chaves exportou apenas banha, salame e feijão no valor de 15:000$000, podendo ter sido muito mais elevada a sua exportação si dispuzesse ella de boas communicações para a Lagôa Vermelha e capital. No entretanto, a sua producção para consumo foi de: 3.584.000 litros de milho; 2.320.000 ditos de trigo; 153.000 litros de feijão; 332 litros de linhaça; 18.240 litros de vinho; 675 kilos de manteiga; 5.000 duzias de ovos; 6.684 kilos de banha; 56.323 kilos de salame; 3.215 chapeus de palha; e 29.428 kilos de diversos generos. A ex-colonia D. Isabel teve a exportacção provavel de 4.600 saccos de milho, no valor de 6:440$000; 1.220 saccos de trigo, no valor de 5:978$000; 3.200 saccos de feijão, no valor de 12:800$000; 2.400 saccos de varios cereaes, no valor de 9:160$; 45.500 litros de vinho, no valor de 4:550$000; 300 kilos de manteiga no valor de 180$000; 32.000 kilos de banha, no valor de 19:200$000; 10.000 kilos de salame, no valor 6:000$000; 2.000 chapeus de palha, no valor de 2:500$000; e mais diversos generos, no valor de 2:000$000; ao todo 68:808$. E a colonia Conde d'Eu teve a exportacção provavel de: 10.200 saccos de milho, no valor de 15:300$000; 1.500 saccos de trigo, no valor de 7:500$000; 7.400 saccos de feijão, no valor de 29:600$000; 4.651 saccos de varios cereaes, no valor de 13:953$000; 50.000 litros de vinho, no valor de 5:000$000; 200 kilos de manteiga, no valor de 120$; 3.000 cabeças de aves, no valor de 1:500$000; 10.000 duzias de ovos, no valor de 1:200$000; 56.000 kilos de banha no valor de 22:400$000; 1.000 kilos de salame, no valor de 600$000; 3.000 chapeus de palha, no valor de 3:500$000; e diversos generos, no valor de 2:000$; ao todo 102:673$000.

Concluindo lembramos, de accôrdo com o referido e bem elaborado relatorio, a construcção de uma linha telegraphica da capital ao já importante centro commercial de D. Izabel, passando por S. João de Monte Negro, e uma linha telegraphica da D. Izabel á séde da prospera e futurosa colonia Alfredo Chaves.

É este um dos melhoramentos que urge ser promptamente executado, sem descurar da navegação do Taquary, desde o Encantado até a povoação de Santa Barbara."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 15 de Março de 1890, pág. 01, col. 06, pág. 02, col. 01-02


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