terça-feira, 30 de novembro de 2021

Colônia Eduardina

 



Fevereiro de 1884. Andreia Dani se instalou na localidade conhecida como Eduardina. Nome dado em homenagem a Eduardo de Azevedo de Souza, proprietário do terreno doado para a construção da igreja, praça e da escola. O nome Conceição também foi em honra a esposa do doador, Maria da Conceição que presenteou os moradores com uma imagem de N. Senhora da Conceição.

Andreia, também conhecido por Penacio, era casado com Maria Rosato, veio de Quarnieta, Itália, se estabeleceram as margens do Rio Belo. Feita a casa, de xaxim e corticeira, desbravando o mato serrado, enfrentaram a fome, jaguatiricas e javalis, que também dividiam espaço com os recém chegados.

Surgiu o moinho, utilizando a hidráulica que o rio propiciava, até pelo espírito inventivo de Penacio, Gigi Scápolo, solteiro, chegou em seguida. Os Lora foram os próximos. Giovanni, ou Nanni Lora, Massimiliano, Giovana e Adriana foram morar no lote 6, onde hoje é São Marcos da Linha Feijó. Em seguida chegaram, Bernardo e Gregório Massignani, Francisco Formigheri (Checo Frescon) e Antônio Dani (Batiston).

Já em 1886 chegaram os Zampiva, Giuseppe, Caetano e Andoleto. Também os Bettiato vieram em seguida. Outras famílias chegaram a partir de 1887. Zorzo, Zanchin, Gelain, Dani, Saeta, Miola, Mengato e Bettiatto. 1888, chegaram os Zattera, Batista, Massignani, Bettiato e Fochesatto.

A luta pela sobrevivência tornou os imigrantes unidos. Daí nasceram as edificações. O moinho, a igreja, o cemitério e as primeiras casas de madeira. Pobres, mas felizes, assim eram os antigos colonizadores.

A "aspa" foi o primeiro meio de comunicação destas localidades. Como se fosse um apito, quando acionada, significava aviso ou alarme. Assim, todos se reuniam num determinado local.

Mês a mês chegam mais famílias. Os Lain, Luca, Tonietto, Bonetto, Frizzo, Zanotto, Canutto, Roso, Dalle Molle, Serafini, Nichele, Pietrobelli, Ruffato, Dani, Soga, Zuccolotto, Munarotto, Silvestri, Preto, Poloni, Coltro, Dana, Perosa, Chiappin, Scussiato, Caregnato, Muraro, Pellizarie e Dossin.

No dia 8 de dezembro de 1891 foi inaugurada a capela. Daí os matrimônios se tornaram oficiais.

Fonte: UNO FATO (Caxias do Sul/RS), Novembro de 1997, número 1, página 02

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Alberto Rodrigues Boa Nova



"Falleceu em Pelotas o capitão reformado do exercito João José Ferreira que pertenceu ao 29o. batalhão de infantaria.

Era natural do Ceará, viuvo e contava 50 annos de idade, o sr. Carlos Lobo da Rocha, outr'ora estabelecido com loja de ourives; e o sr. Alberto Rodrigues Boa Nova, estabelecido no porto da cidade com negocio de seccos e molhados e genro do sr. José Pereira Machado, proprietario do hiate Conservador, da carreira d'esta capital.

Era portuguez e contava 38 annos de idade."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 28 de Abril de 1893, pág. 02, col. 02

Francisco Fernandes Braga



"No Rio Grande recebeu-se a noticia telegraphica de haver fallecido em Braga, Portugal, o sr. Francisco Fernandes Braga, socio e fundador da firma Braga & Palhares.

O morto deixou, no Rio Grande, dois irmãos, os srs. João Fernandes Braga e José Joaquim Fernandes Braga, e o seu socio Bernardino Lopes Palhares.

✤✤✤✤✤

Finaram-se em Pelotas, ante-hontem:

O respeitavel cidadão Bertrand Gólgo, francez, casado, de 61 annos de idade, antigo morador d'aquella cidade e cambista.

- D. Eleutheria Ferreira de Sá, casada, d'este Estado e 26 annos;

- Eloy Antonio Pinheiro, de 40 annos, d'este Estado e casado;

- D. Jesuína da Silveira, d'este Estado, 50 annos e casada.

- Manoel José Bonifacio, solteiro, d'este Estado e de 46 annos."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 15 de Agosto de 1895, pág. 02, col. 02

domingo, 28 de novembro de 2021

sábado, 27 de novembro de 2021

Rua das Canários em Pelotas no ano de 1878

Rua dos Canários (atual Rua Quinze de Novembro) na cidade de Pelotas em 1878, entre a antiga Praça da República (atual Praça Coronel Pedro Osório) e a Rua Sete de Setembro.


 

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Manoel Scherer



"No dia 25 do mez proximo findo falleceu em S. Gabriel, em consequencia de uma febre typhoide, o cidadão Manoel Scherer, alferes do 4o. corpo da guarda nacional estacionado n'aquella cidade.

A proposito, disse a Patria Nova:

'O finado era natural de Santa Maria, e, como bom republicano, acudira promptamente ao reclamo da Patria, alistando-se no 4o. corpo, quando este organisou-se n'aquella localidade.

Aqui, nos rudes e penosos trabalhos da guerra, adquiriu os germens da fatal enfermidade que acaba de roubal-o á familia e á Patria.

Ao seu saímento compareceram o tenente-coronel Hermenegildo Lauriano da Silva, commandante da brigada civil, com seu estado-maior e toda a officialidade dos corpos da mesma brigada.

As honras militares foram prestadas por uma guarda do 18o. batalhão provisorio, ao mando do alferes Berchon."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 09 de Maio de 1893, pág. 02, col. 03

João Carlos Mayvald



"Falleceu hontem na Cachoeira o dr. João Carlos Mayvald, distincto engenheiro ha longo tempo ao serviço da estrada de ferro de Porto Alegre a Uruguayana, e devotado patriota de longa data consagrado á defeza da Republica.

No periodo mais agudo da maldita revolta, o dr. Mayvald poz-se em campo, destacando em Cacequy, á frente de um corpo de sapadores, em guarda á referida via-ferrea e trabalhos de sua defesa.

Ahi, pondo em evidencia os conhecimentos militares que possuia, prestou o distincto cidadão assignalados serviços á causa das instituições nacionaes, contrahindo talvez n'essa campanha, a tuberculose pulmonar que o acaba de separar prematuramente da familia e do mundo.

Não esqueceu o saudoso marechal Floriano, na sua completa distribuição de justiça, o dedicado defensor da Republica. De modo que, quando galardoou os demais batalhadores, conferiu as honras de major do glorioso exercito brasileiro, ao distincto commandante do corpo de sapadores da estrada de ferro de Porto Alegre a Uruguayana.

Apresentamos os mais sentidos pezames á desolada familia do nosso mallogrado co-religionario."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 08 de Junho de 1895, pág. 02, col. 05

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Sobrenomes Poloneses - Parte 53



 1301. Grąbeck - sobrenome toponímico relativo a Grabiec, no antigo condado de Sierpc; Grabczyn, no antigo condado de Plock; Grabki, no antigo condado de Ostrów; Grebocin, no antigo condado de Mechowski.

1302. Grądek - sobrenome topográfico que se refere a um lugar elevado e seco entre prados lamacentos, terra entre pântanos. Também pode corresponder a cavalo veloz, tendo sentido metafórico.

1303. Grąźlewski - sobrenome provavelmente derivado de uma indicação topográfica para lama pantanosa, pântano, terreno sedimentar.

1304. Greb, Grebin - sobrenome metonímico que significa comandante, senhor de uma tropa militar. Também pode etimologicamente significar gordo.

1305. Greber - sobrenome metonímico do baixo-alemão para coveiro, escavador.

1306. Grefkowicz, Greffkowicz - sobrenome toponímico relativo aos domínios da família nobre Gryf, que outrora foi detentora de vários feudos na Polônia do século XIV. Também pode corresponder a guarda ou zelador.

1307. Greger - sobrenome patronímico do nome Greger, este por sua vez derivado do nome Gregoriusz (Gregório em português).

1308. Gregorczyk, Gregoruk - sobrenome patronímico do nome Grzegorz (Gregório em português).

1309. Gregorowicz - uma forma patronímica do nome Gregor (Gregório em português). Também um patronímico referente à aldeia de Gregorowice, no antigo povoado de Dzinsienki.

1310. Greiff - sobrenome metonímico que significa cavaleiro (o mais baixo dos títulos nobres da Idade Média germânica).

1311. Grem - sobrenome metonímico do baixo-alemão que significa raivoso, temperamental, irritadiço.

1312. Grembecki - sobrenome toponímico referente aos seguintes locais: Grabczyn, no antigo condado de Plock; Grabki, no antigo condado de Ostrów; Grebocin, no antigo condado de Mechowski.

1313. Grembs - sobrenome metonímico que significa enrugado, mas também pode ser usado para azedo (referência comportamental).

1314. Gresler, Greszler - sobrenome metonímico que significa horroroso, medonho. Também pode ser um toponímico relacionado ao feudo de Gresse, em Mecklemburgo.

1315. Greszt - sobrenome patronímico do nome Grzegorz (Gregório em português).

1316. Grędys - sobrenome de referência topográfica: terreno elevado e seco entre prados lamacentos, pântanos, alagadiços.

1317. Grill (1a. vertente) - sobrenome metonímico de etimologia alemã para pessoa de voz estridente, gritador.

1318. Grill (2a. vertente) - sobrenome metonímico que significa grilo. Faz referência a um aspecto corporal em que o tronco é volumoso, mas as pernas tendem a ser finas e compridas.

1319. Grill (3a. vertente) - sobrenome metonímico de etimologia do alto alemão medieval para zombeteiro, folgazão, provocador.

1320. Grimm - sobrenome metonímico de etimologia alemã para temperamental, irritadiço, irascível, raivoso.

1321. Grin, Grinig - sobrenome patronímico do nome Grzegorz (Gregório em português). São formas próprias da Cracóvia.

1322. Grinhagen - sobrenome toponímico relativo à aldeia de Grünhagen, no antigo condado de Sztum.

1323. Grobe - sobrenome metonímico que significa simplório, idiota, pessoa simples, pessoa inculta. Também pode ser uma forma para sujeito robusto ou de corpo atarracado.

1324. Groblicki - sobrenome toponímico relativo aos seguintes lugares: Grobla, nome de aldeia registrado nos antigos condados de Bochnia, Wrzesnia, Ostrzeszów, Opole e Jaslo; Groble, no antigo condado de Lisiecki; Groblica, no antigo condado de Turek.

1325. Grochala, Grochola - sobrenome toponímico relativo aos seguintes lugares: a aldeia de Grochal, verificada no antigo condado de Skierniewice; Grochol, no antigo condado de Bydgoszcz; Grocholice, observado nos antigos condados de Turek, Piotrków, Opatów e Sandomierz.

terça-feira, 23 de novembro de 2021

Sobrenomes Poloneses - Parte 52

 



1276. Górka - sobrenome toponímico relativo a Górka, nome de lugar verificado nos antigos condados de Wielun, Sieradz, Koni, Slupecki, Lask, Noworadom, Miechowski, Luków, Lubartowski, Siauliai, Slucki, Brzeski, Tarnobrzeg, Rzeszowski, Cracóvia, Zywiec, Swieccki, Koscian, Obornicki, Krotoszynski, Wyrzyski, Poznan, Krobski, Gdansk, Pszczyna e Pradnik.

1277. Górnicki, Górnowski - sobrenome toponímico referente a uma série de locais na Polônia que repetem as denominações Górne, Górna, Górnika, Górnik e Górniki. Pode entretanto tão somente significa montanhês, morador da montanha.

1278. Górski - sobrenome metonímico que significa montanhês, morador da montanha. Tem correspondência com o item anterior.

1279. Grabalski - sobrenome que significa lugar de árvores decíduas, local de árvores caducifólias. Isto é, local de árvores que perdem suas folhas no outono, formando uma camada vegetal no solo por vezes muito densa. Por extensão, pode ser um toponímico direto ou uma forma geral para designar um habitante deste tipo de local.

1280. Grabowski - sobrenome toponímico relativo aos nomes de lugar Grabow, Grabowo e Grabów. Em conjunto, correspondem a três denominações na Alemanha, dez atuais na Polônia, sete extintas na Polônia, sete na Ucrânia, uma na Estônia, uma na Lituânia, uma na Bielorrússia, uma na República Tcheca.

1281. Grabski - sobrenome toponímico relacionado a Grabie - nome de nove aldeias ainda existentes e uma extinta na Polônia. Também pode ser um metonímico que significa ancinho, por extensão, camponês, agricultor.

1282. Grad - sobrenome patronímico do nome polaco Grad. Ou também um patronímico dos nomes polacos antigos Gardek, Gardosz ou Gardota.

1283. Gradowski - sobrenome toponímico relativo aos seguintes locais: a aldeia de Gradów, no antigo condado de Sochaczew; a aldeia de Gradowo, no antigo condado de Nieszawa; a aldeia de Gradowice, no antigo condado de Bochnia. Também pode ter o sentido metonímico de graduado - num contexto específico eslavo medieval, o músico de um coro regular.

1284. Graf - se derivado do alemão antigo corresponde a cavaleiro; se derivado do eslavo ocidental antigo corresponde a guarda, zelador de um propriedade.

1285. Graff - sobrenome metonímico alemão que significa cavaleiro, nobre de uma ordem de cavalaria.

1286. Grajny - sobrenome metonímico que significa bravo ou hábil (alusão a uma habilidade militar).

1287. Grajoszek - sobrenome metonímico que pode ser usado para músico, mas também para cantor, poeta, trovador, menestrel, declamador.

1288. Gral - sobrenome metonímico de mesmo significado do item anterior. Como toponímico pode se referir à vila de Grale, no antigo povoado de Ostroleka.

1289. Grala - idêntico significado metonímico dos itens 1288 e 1289. Também um toponímico relativo a Grale, no antigo povoado de Ostroleka; ou à aldeia de Grala, no antigo condado de Siedlce.

1290. Gralka - mesmo significado do item 1287.

1291. Gramatyka - sobrenome metonímico que designa um professor de linguagem de segunda etapa em escolas antigas ou universidades do Leste Europeu. 

1292. Grambowski - sobrenome toponímico relativo a Grębów, uma vila no antigo condado de Tarnobrzeg.

1293. Granica - sobrenome metonímico que significa fronteira, limite, borda. Designa o morador de um local com essa característica.

1294. Granosik - sobrenome com várias bases etimológicas potenciais: um músico; crista; espécie de boi com pelo espinhoso; também borda, fronteira; uma espécie de trança em que são armazenados determinados grãos de cereais; trança de frutas secas acomodados em casa ou na despensa para o inverno.

1295. Grapa - sobrenome com sentido topográfico que corresponde a morro, lugar íngreme e rochoso, penhasco. Em menor possibilidade, também usado para pequeno bosque ou matagal, e ainda, ilha de vegetação espessa num rio ou lago.

1296. Grasela, Grasza - sobrenome metonímico que significa risonho, feliz, alegre.

1297. Gratowski - sobrenome toponímico relativo a Gratka (nome alemão Gradtken), lugar histórico na voivodia da Vármia.

1298. Graul - sobrenome metonímico derivado do antigo substantivo alemão graulis que significa acizentado (referência à cor dos cabelos). Pode ainda ter o sentido metafórico de tímido ou velho.

1299. Grauman - sobrenome metonímico com significados idênticos ao item anterior, porém mais usado para homem velho, ancião.

1300. Graw - sobrenome patronímico do nome curto Graw, que provém de Grawilo - forma do nome Gabriel em várias línguas da Península Balcânica. Pode ainda ser uma referência a fosso, trincheira, vala. Por fim, também se inter-relaciona aos significados do item 1298. Gravie (latim Gravius) era também o antigo presidente de uma corte qualquer, seja ela em âmbito real ou senhorial.

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

domingo, 21 de novembro de 2021

A múmia de Rio Pardo

 



"Ainda sobre o pequeno cadaver mumificado a que já fizemos referencia e encontrado na matriz de Rio Pardo, refere o Primeiro de Março, daquella cidade:

'O director desta folha levou hontem para Porto Alegre, afim de entregar ao illustrado clinico dr. Jacintho Gomes, o pequeno cadaver mumificado, que por longos dias esteve em exposição em uma compartimento separado das nossas officinas, despertando a curiosidade publica.

Noites houve que esse compartimento tornou-se pequeno para conter o grande numero de pessoas, notadamente familias, que a custo conseguiam approximar-se da pequena mumia.

E então era curioso ouvir-se de parte os commentarios a respeito do cadaver, as versões quasi fabulosas, as presumpções mais originaes e desencontradas.

Entretanto não ha uma só pessoa, dentre milhares que aqui existem, mesmo das mais antigas, que possa fornecer esclarecimentos ou dados acceitaveis sobre o facto, envolvido no maior mysterio.

É de notar que esse pequeno cadaver, quando descoberto, estava collocado numa caixa de folha, hermeticamente fechada, no centro de uma das largas paredes da egreja, a dose ou quatorse metros de altura do sólo.

Ultima nota saliente: o fundo da lata, onde estava encerrado o pequeno cadaver, apresentava distinctos signaes de sangue."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 29 de Julho de 1904, pág. 02, col. 02

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Senegaleses na cidade de Pelotas

 



Os senegaleses chegaram a partir do início da década de 2010 em Pelotas, dentro de um processo que já estava em curso no Brasil desde a década anterior que era a 


migração em busca de melhores condições de vida para o país, de pessoas oriundas do continente africano. Não foi algo exclusivo dos procedentes do Senegal, pois também se registra nesse período no Brasil a vinda de congoleses, angolanos, moçambicanos, cabo-verdianos, gambianos, togoleses, ganeses, dentre outros etnias da África. No caso dos senegaleses, além da crise social existente no país, imperou também a sangrenta guerrilha separatista que agita a província de Casamance, no sul do Senegal.

            Em Pelotas, vários dos imigrantes senegaleses passaram anteriormente por grandes centros urbanos do Brasil como São Paulo, Florianópolis e Porto Alegre. Dedicam-se principalmente ao comércio de rua, vendendo produtos importados da China a preços populares. São em grande maioria muçulmanos e originários da capital Dacar e de sua região metropolitana.

Em 2017, o projeto Kanimambo da Secretaria Municipal de Cultura procurou dar visibilidade cultural aos senegaleses, com exposição de vestuário e artesanato típicos.

 

Fontes:

ROBERTO, Simone Assis Alves. Senegaleses e o comércio ambulante em Pelotas-RS: etnografia do encontro, acolhimento e dispersão. Pelotas/RS, Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Antropologia, Instituto de Ciências Humanas/UFPel, 2019.

ROBERTO, Simone Assis Alves & PINHEIRO, Patrícia dos Santos. Do Senegal a Pelotas, RS: migração, identidade e violência. In: Século XXI, Revista de Ciências Sociais, v. 9, n. 1, jan.-jun. 2019, pág. 123-158.

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Jeronymo Soares de Faria



"Em um dos ultimos dias finou-se n'esta capital d. Maria Joaquina Ferreira Esteves, sogra do cidadão Ludovico de Araujo e Silva, empregado da Praça do Commercio.

✤✤✤✤✤

Em Pelotas falleceram:

No Capão do Leão, onde se achava em tratamento, o estimavel cavalheiro e nosso co-religionario Avelino Alves de Moura Bastos, viuvo, 25 annos e outr'ora negociante n'aquella cidade.

No hospital da sociedade Beneficencia Portugueza, com 40 annos de idade, o cidadão José Francisco Damião Junior, natural de Portugal, solteiro e de profissão tanoeiro.

O capitão honorario José Manoel da Silveira Rosa, viuvo, natural d'este Estado e com 76 annos.

No hospital da referida sociedade, o cidadão Jeronymo Soares de Faria, contando 80 annos, natural de Portugal."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 16 de Abril de 1895, pág. 02, col. 02

João Daniel Collin



"N'esta capital falleceu, hoje, d. Marcelina Candida de Faria.

A encommendação, effectua-se amanhã, ás 4 horas da tarde, na igreja da Conceição, saindo o feretro da casa n. 58 A da rua da Conceição.

(...)

N'esta capital falleceu ante-hontem, repentinamente, o nosso amigo tenente-coronel João Daniel Collin, respeitavel e estimado cidadão.

O finado era sogro do commerciante d'esta praça Guilherme Blauth.

Apresentamos os nossos pezames á sua exma. familia.

✤✤✤✤✤

N'esta cidade falleceu, domingo ultimo, o nosso co-religionario João Hahn, estabelecido com marcenaria á rua General Andrade Neves.

As nossas condolencias á sua exma. familia."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 26 de Abril de 1893, pág. 02, col. 03

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Japoneses na cidade de Pelotas

 



Pelotas teve uma pequena, mas expressiva colônia japonesa que se constituiu na cidade a partir do final da década de 1930, vindo dedicar-se à agricultura e ao comércio. Eram procedentes da fracassada tentativa da criação de uma colônia nipônica em Porto Santo Antônio, às margens do rio Uruguai, entre 1935 e 1936. Muitos desses colonos foram para Porto Alegre, outros para Santa Catarina e alguns para o sul do estado, especificamente Pelotas e Rio Grande. Alguns japoneses pelotenses também eram procedentes da colônia japonesa de Santa Maria e foram se estabelecendo mais tarde na cidade, no decorrer das décadas de 1940 a 1960.

            Atualmente, a colônia japonesa e os simpatizantes da cultura nipônica em Pelotas reúnem-se na sede campestre da Associação de Cultura Nipo-Brasileira de Pelotas, situada à avenida Ildefonso Simões Lopes 3750.

 

Fontes:

ALAGIA JÚNIOR, Humberto Gomes & CRAVO, Ana Carla. Imigração japonesa no Rio Grande do Sul: resgate da memória Nikkei no centro do estado. In: Anais do IV Simp: memória, patrimônio e tradição. Porto Alegre/RS, UFRGS, Instituto de Letras, 2009.

KÄFER, Natacha Klein; LIMA, Anita Estephane Vargas de; SOARES, André Luis Ramos. Memorial de Imigração e Cultura Japonesa do Rio Grande do Sul: tecnologia social a serviço do conhecimento histórico.  Santa Maria/RS, Núcleo de Estudos de Patrimônio e Memória da UFSM; Porto Alegre/RS, Núcleo de Estudos Japoneses da UFRGS; artigo, 2009.

O SUL (REDAÇÃO). 7º. Festival do Japão RS comemora os 110 anos da Imigração Japonesa. Evento faz parte do calendário oficial de comemorações no Brasil. O Sul, 08 de agosto de 2018. Disponível em: https://www.osul.com.br/7o-festival-do-japao-rs-comemora-os-110-anos-da-imigracao-japonesa-evento-faz-parte-do-calendario-oficial-de-comemoracoes-no-brasil/ Acesso em: 14 de julho de 2021.

terça-feira, 16 de novembro de 2021

Palestinos na cidade de Pelotas

 



Os árabes palestinos vieram para a região sul do estado do Rio Grande do Sul principalmente após a criação do Estado de Israel (1948), sobretudo por causa dos conflitos que marcaram o século XX entre esse povo e os israelenses. A maior concentração dos palestinos no estado é o município fronteiriço do Chuí, mas também são importantes as comunidades palestinas de Santa Vitória do Palmar, Bagé, Uruguaiana, Santana do Livramento, Jaguarão, Rio Grande, Porto Alegre e Pelotas.

            Em Pelotas, os palestinos se ocuparam principalmente em atividades comerciais, nomeadamente em lojas de roupas e calçados. Isso pode ser percebido em vários empreendimentos deles na região do Mercado Público e do Calçadão da rua Andrade Neves. Apesar disso, muitos filhos e descendentes receberam educação formal distinta, atuando na área da educação superior, em restaurantes ou como profissionais liberais. O professor Jabr Omar foi um dos pioneiros da criação da Faculdade de Economia da Universidade Católica de Pelotas, por exemplo.

            Atualmente, a presença palestina em Pelotas é percebida pelo crescimento da comunidade muçulmana na cidade, incrementada pela recente chegada de muitos migrantes senegaleses que compartilham a mesma fé. A Mesquita Islâmica de Pelotas está situada à Rua Marechal Deodoro 523, na zona central.

            A presença palestina em Pelotas também é rememorada pela Praça Palestina – área verde localizada no quadrilátero formado pelas ruas Cassiano do Nascimento, Voluntários da Pátria, Bento Martins e Álvaro Chaves – assim denominada pela lei municipal 4829 de 2002.


Fontes:

CALAZANS, Márcia Esteves de & PIÑEIRO, Emilia da Silva. A migração de mulheres palestinas para a fronteira sul do Brasil. In: VII Seminário Corpo, Gênero e Sexualidade, Rio Grande/RS, FURG, set. 2018, comunicação.

JARDIM, Denise Fagundes. Famílias palestinas no extremo sul do Brasil e na diáspora: experiências identitárias e aduaneiras. In: Cadernos Pagu, Porto Alegre/RS, UFRGS, n. 29, jul.-dez. 2007, pág 193-225.

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Irlandeses e ingleses na cidade de Pelotas

 



Em 1850 foi estabelecido no terreno de Antonio Rafael dos Anjos, na estrada que saía de Pelotas para o Capão do Leão, a colônia Dom Pedro II que recebeu cerca de 300 colonos irlandeses e ingleses em 1852. Eles vieram do porto de Liverpool, Inglaterra, no brigue Gysey e na barca Irene. A quase totalidade dos colonos era proveniente da Irlanda, mais especificamente da baronia de Forth, no condado de Wexford. Esses colonos se dedicaram principalmente ao fabrico de manteiga e hortifrutigranjeiros. Apesar da iniciativa pioneira, a colônia não prosperou, sendo já considerada decadente em um relatório de 1859, com a maioria dos colonos tendo emigrado para o Uruguay e Argentina. Ficaram algumas poucas famílias na região, das quais citam-se: Carpenter (Carpter), Ennis, Sinott, Staford, Yates, Moncks e Brião (Brian).

            Os ingleses também estiveram presentes na vida social e econômica da cidade durante o século XIX ocupando-se principalmente de negócios de importação e exportação na zona portuária. Em 1924, a companhia inglesa Western Brothers adquiriu a antiga Companhia Frigorífica Rio Grande, transformando o local no conhecido Frigorífico Anglo. Com esse empreendimento, vieram muitos engenheiros e técnicos ingleses para a administração do frigorífico. Muitos desses ingleses estiveram diretamente envolvidos na fundação do Pelotas Golf Club, em 1930, dada a paixão britânica pelo esporte. Mais tarde, em 1944, os antigos frequentadores ingleses e brasileiros, voltaram a se reunir e fundaram o Clube Campestre de Pelotas, hoje situado no território do município de Capão do Leão. A primeira diretoria era composta de sete ingleses e um brasileiro.

            Na rua Quinze de Novembro chegou a existir um Clube dos Ingleses até a década de 1950, onde a comunidade britânica local se reunia para apreciar uísque, corned beef e discutir futebol e política.

 

Fontes:

ANJOS, Marcos Hallal dos. Breves notas sobre a colônia Dom Pedro II. Artigo, 2009.

BONTEMPO, Carla Gabriela Cavini. Preferem-se estrangeiros: os trabalhadores imigrantes em Pelotas. In: História em Revista, Pelotas, UFPel, v.12, dez. 2006, pág. 179-200.

CLUBE CAMPESTRE DE PELOTAS. Histórico. Disponível em: https://campestrepelotas.com.br/activities/ Acesso em: 14 de julho de 2021.

VIDAL, Francisco Antônio. Ingleses na cidade de Pelotas. Pelotas Capital Cultural, 13 de junho de 2011. Disponível em: https://pelotascultural.blogspot.com/2011/06/ingleses-na-cidade-de-pelotas.html?m=0 Acesso em: 14 de julho de 2021.

domingo, 14 de novembro de 2021

O Tesouro de Falkstrupp - investigação histórica


 Curioso caso de uma suposta descoberta de um tesouro dos jesuítas na localidade do Passo dos Baios, no atual município de São Lourenço do Sul/RS, no ano de 1883

sábado, 13 de novembro de 2021

Poloneses na cidade de Pelotas

 



A bela, culta e hospitaleira 'Princesa do Sul', recebeu os imigrantes poloneses embora em menor número, na mesma época que os recebeu a vizinha cidade do Rio Grande. Em 1898 encontramos, ali, perfeitamente radicadas, cerca de 30 famílias debaixo da tutela espiritual do Revdo. Padre Jan Zblewski. Em 1924 residiam em Pelotas cerca de 300 poloneses, segundo nos informa o ex-cônsul, Dr. Kazimierz Gluchowski, o que sem dúvida, constitui um grupo muito menor do que na vizinha cidade portuária. Não obstante tal fato, foi organizada, também, uma sociedade cultural, sob o nome do consagrado escritor de fama universal Henryks Sienkiewicz, que agrupou, inicialmente 14 famílias residentes na cidade. Embora o patrimônio da referida sociedade fosse na época, apenas de Cr$ 2.000,00, eram bastante ativas e originais às suas atividades, segundo veremos pelo relato pessoal feito em junho do corrente ano, pelo ex-presidente Sr. Leonardo Klemowski: 'A Sociedade Henryk Sienkiewicz', teve seu início em 1904. As poucas famílias existentes em Pelotas, compunham-se na sua maior parte de operários, tais como: tecelões, marceneiros, mecânicos, carpinteiros, etc. que prestavam os seus serviços profissionais às diversas indústrias e empresas espalhadas pela cidade.

A ideia de uma sociedade surgiu em face do natural desejo de se reunirem em grupo, afim de evocarem as suas tradições e concorrerem, dentro de suas modestas possibilidades econômicas, para auxiliarem o Governo Polonês no exílio, cuja sede, se encontra na cidade suíça denominada Rapesville. A iniciativa desta campanha fora feita pelos Srs. Antonio Wolski, Jan Dobrzynski, Piotr Olendzki, que costumavam reunir-se na casa do Sr. Teodor Brzeski. Embora em pequeno número, porém movidos por uma causa nobre, ou seja, pela liberdade de sua pátria, que nesta época era subjugada e tiranizada por cruéis invasores - aqueles bravos pioneiros, nunca esmoreceram ante as dificuldades ou desilusões. Organizaram festas, reuniões e bailes em casas dos amigos e parentes, cada vez em outro local. Deste modo surgiu definitivamente a 'Sociedade Polonesa Henrique Sienkiewicz', com estatutos e sede própria. Vivem dias de intensa atividade social e cultural, apresentando festivais, teatros, organizando recepções a visitantes ilustres como o foram Sua Excelência Reverendíssima Dom Dr. Teodor Kubina, famoso e prestigioso prelado polonês, e Dr. Tadeusz Grabowski, que fora Ministro Plenipotenciário e Enviado Extraordinário da Polônia no Brasil.

Lamentavelmente, durante a campanha de nacionalização, sem motivo algum, passou a vegetar, até o corrente ano. Há poucos meses ressurgiu novamente, com a sede reformada, e com estatutos também modificados de acôrdo com a época e a realidade nacional. Merecem destaque especial as atividades desenvolvidas há meio século, pelos Srs. Stanislaw Szafarski, Josef Lugowski, Roman Murowaniecki, Ludwik Skrzesinski e Wladyslaw Nasilewski, Stefan Lange, bem como do nosso informante, Sr. Kleinowski.

A sede própria, somente tornou-se realidade em 1920, graças à generosidade e cooperação de toda a colônia radicada em Pelotas.

No pequeno cenário da etnia polonesa no sul do Rio Grande, projetam-se, ainda, o prof. SILVIN DERENGOWSKI, na qualidade de lente da cadeira de Geometria Descritiva e Desenhos da 'Escola Eliseu Maciel' e o professor CZESLAW MARJAN BIEZANKO, do qual nos ocuparemos em especial, numa reportagem separada. O prof. DERENGOWSKI, falecido em 1937, segundo informações prestadas pelo ilustre Eng. Agrônomo Biezanko: “deixou uma gratíssima lembrança entre os seus colegas e alunos. Os seus filhos concluíram brilhantemente as escolas militares e pertencem hoje, ao patrimônio ativo do Exército Nacional."

 

Fonte:

DIÁRIO DE NOTÍCIAS, Porto Alegre/RS, 25 de julho de 1958, pág. 10.

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Sírio-libaneses na cidade de Pelotas

 



Vale recordar que a região dos atuais países do Líbano e Síria, no Oriente Médio, fazia parte do secular Império Turco-Otomano até o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1918. Por isso, imigrantes sírios e libaneses que chegaram a Pelotas durante o século XIX eram classificados genericamente como “turcos”, embora tivessem cultura, etnia, língua e muitas vezes religião bem diferentes dos “turcos” da região historicamente definida como Turquia.

           
Os sírio-libaneses concentraram-se no Rio Grande do Sul principalmente na atividade de mascates, percorrendo os diversos rincões do estado vendendo tecidos e quinquilharias. As primeiras levas datam da década de 1860, intensificando muito a partir de 1880. Nas cidades como Pelotas, Porto Alegre, Bagé, Rio Grande e Santa Maria passaram também a ter comércios diversos na zona urbana. Por volta do início da década de 1920, Pelotas possuía a segunda comunidade sírio-libanesa mais numerosa do estado, atrás apenas de Porto Alegre. Desta época datam a criação na cidade da Sociedade Sírio-Libanesa, em 1917, e o Comitê Patriótico Sírio-Libanês, em 1918. Aliás, a primeira obra do grande poeta libanês Khalil Gibran foi primeiramente traduzida para o português em Pelotas, em 1920, por iniciativa do imigrante sírio José Mereb.

            Com o enriquecimento de algumas famílias, seus descendentes diversificaram as áreas de atuação, tendo surgido até arrozeiras e hotéis administrados por eles. Outro aspecto importante da comunidade migrante é o fato de serem majoritariamente cristãos do rito maronita e não muçulmanos.

            Em 1957, a comunidade sírio-libanesa de Pelotas voltou a se reunir em torno de suas tradições culturais e ocorreu a fundação da Sociedade Libanesa de Pelotas, situada à Rua Professor Dr. Araújo.

 

Fontes:

FRANCISCO, Julio César Bittencourt. Do Oriente Médio ao Sul do Brasil: a imigração de sírios e libaneses no Rio Grande do Sul (1890-1949). In: Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, Porto Alegre/RS, n. 152, jul. 2017, pág. 69-97.

FRANCISCO, Julio César Bittencourt. Turco de cuia e bombacha: sírios e libaneses no Rio Grande do Sul. In: VII Encontro Regional Sul de História Oral, Joinville/SC, Univille, jun. 2015.

GILL, Lorena Almeida; LONER, Beatriz Ana; MAGALHÃES, Mario Osorio (orgs.). Dicionário de História de Pelotas. Pelotas/RS: Ed.UFPel, 2010.

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Franceses na cidade de Pelotas

 



A presença francesa em Pelotas remonta ao ano de fundação da freguesia de São Francisco de Paula das Pelotas em 1812, contando-se já nessa época residentes na nascente urbe. Ao longo de todo o século XIX, houve inúmeros franceses na cidade envolvidos com educação, comércio, artes, espetáculos e diversos serviços. Isso porque o referencial cultural da cidade neste período foi justamente a França. A arquitetura, os hábitos de civilidade, os padrões culturais e artísticos são diretamente inspirados pelos modelos franceses. A aristocracia pelotense enviava seus filhos para a França para poderem receber aquela que era considerada a mais refinada educação do mundo ocidental. Era também comum que o francês fosse a língua estrangeira mais aprendida pelas pessoas da época em Pelotas.


            Houve diversos franceses importantes na história de Pelotas, dentre os quais podemos destacar Alexandre Gastaud, Ambroise Perret, Carlos Laquintinie, Amadeu Gastal, Fernando Rochefort, entre muitos outros. A comunidade francesa sempre foi muito expressiva com associações e sociedades diversas. Inclusive a data nacional francesa – o 14 de Julho – era comemorado em Pelotas com saraus, festividades e desfiles patrióticos animados com muita música.

            Além dos franceses estabelecidos na zona urbana nas mais diferentes ocupações, Pelotas teve uma colônia agrícola no século XIX com agricultores vindos daqueles país: a colônia Santo Antônio. A colônia recebeu principalmente franceses oriundos da Borgonha, região dos Alpes franceses, Bretanha, região francesa do antigo Ducado de Savóia, região de Paris e Provença. Ali se desenvolveu uma importante cultura vinícola e de beneficiamento de doces em pasta e cristalizados, além do largo cultivo da alfafa.

            Na região da Vila Nova, distrito do Quilombo, zona rural de Pelotas, ainda é possível encontrar muitos traços da colonização francesa como o museu etnográfico, a igreja católica, antigas casas, o cemitério e a fábrica de doces Crochemore.

            Parte da tradição doceira da cidade tem forte influência francesa, principalmente na receita de alguns doces finos que não são propriamente portugueses, mas adaptações de técnicas culinárias da confeitaria daquele país.

 

Fontes:

ANJOS, Marcos Hallal dos. Estrangeiros e Modernização: a cidade de Pelotas no último quartel do século XIX. Porto Alegre/RS: PUC-RS, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História do Brasil, Dissertação de Mestrado, 1996.

BECKER, Klaus. A imigração no Sul do Estado do Rio Grande do Sul. In: BECKER, Klaus (org.). Imigração. Canoas/RS: Editora Regional, 1958.

BETEMPS, Leandro Ramos. Aspectos da colonização francesa em Pelotas. In: História em Revista, Pelotas, UFPel, v. 05, 1999.

KLEIN, Caroline Rippe de Mello. A imigração francesa no Rio Grande do Sul (século XIX). In: Revista Historiador, v. 07, n. 07, jan. 2015, pág. 22-28.

SACCARO, Alice. A formação da colônia francesa na segunda metade do século XIX e sua importância para a cidade de Pelotas. In: Novas Fronteiras: Revista Acadêmica dos Alunos de Relações Internacionais da ESPM-Sul. Porto Alegre/RS, v. 01, n. 01, março 2014.

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Sobrenomes Poloneses - Parte 51

 



1251. Gonka - é um sobrenome de difícil interpretação, pois pode estar relacionado com uma palavra para bispo, outro para prostituta, pessoa imoral, ou mesmo uma forma para caçador, perseguidor. Todas são possíveis hipóteses. De modo mais conservador, podemos afirmar que é um patronímico do antigo nome eslavo Gonek.

1252. Gorajek - sobrenome toponímico relativo aos seguintes locais: Gorajek, aldeia registrada no antigo condado de Wloszczowa; Goraj, nome de aldeia observado nos antigos condados de Zamosc, Kolo e Mohylów. Também pode ser um patronímico do nome eslavo Gorzyslaw ou corresponder a montanha, lugar alto.

1253. Goracy - sobrenome metonímico que significa quente. Por extensão, refere-se a várias características comportamentais: apaixonado, afetuoso, irascível, temperamental, irritante, animado, persistente, violento, feroz. Também pode estar associado a um profissional que trabalha em um ambiente de muito calor como ferreiro, caldeireiro, vidreiro, etc.

1254. Goraczkowski -  sobrenome metonímico que significa quente. Por extensão, refere-se a várias características comportamentais: apaixonado, afetuoso, irascível, temperamental, irritante, animado, persistente, violento, feroz. Também pode estar associado a um profissional que trabalha em um ambiente de muito calor como ferreiro, caldeireiro, vidreiro, etc. Por fim, um toponímico relativo a Goraczka, aldeia no antigo condado de Dzisienski.

1255. Gorczycki - sobrenome toponímico relacionado aos seguintes locais: Gorczyca, no antigo condado de Augustów; ou Gorczyce, anotado nos antigos condados de Plonsk, Olecki, Lecki e Racibórz. Igualmente pode ser um metonímico para o comerciante de grãos de mostarda ou, por extensão, de especiarias e ervas de modo geral.

1256. Gordon - embora aparentemente inspire ter uma base etimológica inglesa, o Gordon polaco tem origem completamente distinta. É um patronímico do nome Gordian (em latim Gordianus), anotado na Polônia desde o século XIII. Isso entretanto não exclui que famílias detentoras deste sobrenome possam ter origem anglo-saxônica na própria Polônia. 

1257. Gorgi, Gorgius, Gorgs, Gorig - sobrenome patronímico do nome polaco dialetal Gorgius (Jorge em português).

1258. Gorgolewski - sobrenome metonímico relacionado a pescoço ou garganta. Tende a indicar uma característica de voz (aguda, rouca, semelhante a um trinado, etc.), uma pessoa de pomo-de-adão proeminente ou a uma pessoa de pescoço alto. Figurativamente pode também ter o sentido de murmurador, reclamão.

1259. Görik - sobrenome patronímico do nome Gerik, forma regional do nome alemão Gerhardt.

1260. Gorry - sobrenome metonímico que significa montanhês, morador da montanha.

1261. Gors - sobrenome patronímico do nome curto alemão Gorss, este por sua vez um hipocorístico do nome Gregorius.

1262. Gorsz - sobrenome patronímico de vários nomes eslavos que iniciam com o prefixo Gorsz- . Também pode ser um toponímico relativo a uma diversidade de locais que começam com o mesmo prefixo.

1263. Gorzynski - sobrenome toponímico referente aos seguintes locais: Gorzen, na região de Wielkopolska; Gorzyn, nos antigos condados de Miedzychodzki e Bydgoszcz; Gorzyny, no antigo condado de Mozyrski; Górzno, nos antigos condados de Garwolin, Pleszew, Wschowski e Zlówi).

1264. Gos, Gosz - sobrenome patronímico hipocorístico dos nomes eslavos Gosclaw, Goscilaw, Goscilub e Goscimir.

1265. Goski - sobrenome patronímico hipocorístico dos nomes eslavos Gosclaw, Goscilaw, Goscilub e Goscimir. Também pode ser um sobrenome patronímico do nome prussiano Gosik. Por fim, um toponímico diretamente relacionado a Goski, aldeia e propriedade feudal no antigo condado de Lomza.

1266. Goss, Gosz - sobrenome patronímico hipocorístico dos nomes eslavos Gosclaw, Goscilaw, Goscilub e Goscimir. Também pode ser um sobrenome patronímico do nome prussiano Gosik ou dos nomes germânicos Gottfried e Gotthard.

1267. Goszczynski - sobrenome toponímico relativo aos seguintes locais: Goszcz, no antigo condado de Sycowski; Goszcza, nos antigos condados de Miechowski e Pinsk; Goszczyn, no antigo condado de Grójec; Goszczynno, no antigo condado de Leczyca; Goszczyno, no antigo condado de Plock. Também pode ser um patronímico com total correspondência com o item 1264.

1268. Gosztyla - sobrenome patronímico do nome Gasztolt, que deriva do nome germânico Gastold. Também pode ser um toponímico referente a Gostylany, no antigo condado de Kaunas.

1269. Gosciniak - sobrenome patronímico dos nomes eslavos Gosclaw, Goscilaw, Goscilub e Goscimir. Também pode ter uma natureza metonímica e corresponder a visitante, inquilino, estranho, forasteiro, ignorante, novato (em sua profissão).

1270. Goslinski - sobrenome toponímico relacionado aos seguintes locais: Goslina, no antigo condado de Oborniki; Goslinki, no antigo condado de Rawa; Goslinka, aldeia, comuna e condado do antigo reino da Polônia; Goslinowo, no antigo condado de Gniezno; Gosliny, no antigo condado de Rawa.

1271. Gotschalk - sobrenome patronímico do nome germânico Gottschalk. 

1272. Goyke - sobrenome metonímico que significa não-judeu, gentio, isto é, um morador cristão de uma comunidade predominantemente judaica. 

1273. Gozdziuk - sobrenome metonímico que corresponde aproximadamente ao profissional tanoeiro ou taberneiro. Um profissional que trabalha com armazenamento de bebidas. Também pode ser um toponímico relativo aos seguintes lugares: Gozdzie, mencionado no antigo condado de Ciechanów; Gózdz, anotado nos antigos condados de Nowy Minsk e Radom; Gozda, percebido nos antigos condados de Sieradz, Lipno, Bilgoraj e Suwalki.

1274. Gozlinski - sobrenome toponímico relativo a duas localidades existentes na antiga freguesia de Gozlin, na comuna de Wilga, no condado de Garwolin, que são Gozlin Górny e Gozlin Maly.

1275. Gójski - curador, curandeiro; calmo, tranquilo.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...