sábado, 4 de julho de 2020

Moradores de Pelotas em 1882


Distante de ser um recenseamento completo dos moradores de Pelotas no período, nosso esforço foi o de, através de consulta aos jornais da época disponíveis na web, listar o quanto fosse possível de nomes relacionados à cidade, bem como inserindo as informações adjuntas que encontramos. Todavia, na maior parte dos casos, encontramos somente os nomes. De forma geral, quando usamos a denominação "morador" queremos dizer literalmente isso: apenas constatamos que o indivíduo citado viveu em Pelotas, mas não encontramos mais dados sobre sua ocupação, nacionalidade ou outros. A propósito, quando listamos "Fulano de Tal & Fulana de Tal", justamente com o uso do "&" queremos dizer que os indivíduos são casados. Esperamos contribuir de alguma forma para pesquisas genealógicas e historiográficas, mesmo que de modo muito modesto. Obs.: respeitamos a grafia encontrada na época.

Periódicos consultados para este período: O Commercial (Rio Grande/RS); A Ferula (Pelotas/RS); Relatorios dos Presidentes das Provincias Brasileiras; Jornal do Commercio (Rio de Janeiro/RJ); Correio Paulistano (São Paulo/SP);

1882

Alexandre Maia, morador.

Alexandre Pinto de Souza, capitão de mato.

Alfredo Barreto Esteves, 17 anos, morador.

Alfredo Esteves Barreto, morador.

Alfredo Ignacio de Souza, proprietário do jornal A Ferula.

André Poulsen, colono.

Angelo Barreta, italiano, morador.

Angelo Calcagno, italiano, maior de 60 anos, morador.

Anna Ignacia da Costa, moradora.

Antonio Fernandes Eiras, morador.

Antonio Francisco da Rocha, secretário da Associação Comercial.

Antonio Leite, comendador, capitalista e comerciante.

Antonio Teixeira de Mesquita, morador.

Antonio Vieira de Aguiar, 1o. escriturário da Alfândega de Rio Grande, porém residente em Pelotas.

Arthur Antunes Maciel, engenheiro, juiz comissário do município.

Augusto Oliveira, poeta.

Carlos Ferreira Ramos, bacharel.

Carlos Streifer, alemão, guarda-livros da casa comercial Warneck & Dorkeu.

Carlos Wettkej, alemão, carpinteiro, morador num quarto à rua General Osório n.50, junto com seus compatriotas João Kuffer, Suzana Kuffer e Ludwig Bergmann.

Carlos Wistri, alemão, colono.

Christiano Frederico Bays, tenente-coronel.

Clara Maria dos Anjos, maior de 60 anos, moradora.

Clementina Candida da Rocha, moradora.

Constança de Almeida Arnizaut Furtado, moradora.

Epaminondas Piratinino de Almeida, advogado.

Ernesto Barcellos de Amorim, 2o. escrivão de órfãos do termo de Pelotas.

Ezequiel Soares da Porciuncula, proprietário.

F.C. Lang, dono de uma fábrica de sabão.

Felisberto José Gonçalves Braga, proprietário; era dono de escravos.

Felizarda de Campos Monteiro, moradora; cunhada de Virginio Antonio de Campos, residente no Rio de Janeiro.

Francisco Botelho de Andrade, promotor público.

Francisco José Pereira, morador.

Francisco Nunes de Souza, major.

Francisco Rodrigues Pessoa de Mello, juiz da comarca.

Gustavo Hugo Elste, alemão, dono de uma fábrica de guanos.

Heleodoro de Azevedo e Souza, proprietário e comendador; era dono de escravos.

Heleodoro de Azevedo Souza Filho, presidente da Associação Comercial.

Israel Rodrigues de Carvalho, 2o. tabelião do termo de Pelotas.

Jacob Berr, morador.

João Coelho de Souza Branco, morador.

João Gonçalves Borges, major, comandante do 1o. Esquadrão de Cavalaria da Guarda Nacional.

João Jacintho de Castro, morador.

João Jacintho de Mendonça Junior, promotor público.

João Martins Lyra, pedreiro.

João Kuffer & Suzana Kuffer, alemães, moradores num quarto à rua General Osório n.50, junto com seus compatriotas Carlos Wettkej e Ludwig Bergmann.

João Martins Lirio, português, morador.

João Thomaz Farinha, capitão, 67 anos.

Joaquim Augusto de Assumpção, juiz substituto da comarca; assume a titularidade da função em 23 de Junho de 1882.

Joaquim Ignacio de Arnizaut Furtado & Amalia Pereira Furtado, moradores.

Joaquim Jacintho de Mendonça, advogado.

José Bernardino da Silva, morador.

José Silveira Villalobos, proprietário; era dono de escravos.

Luiz (ou Ludwig) Bergmann, alemão, morador num quarto à rua General Osório n.50, junto com seus compatriotas João Kuffer, Suzana Kuffer e Carlos Wettkej..

Manoel Antonio Peroba, carcereiro da cadeia pública.

Manoel Dias de Rezende, dono de casas e quartos de aluguel; provavelmente dono de pensão.

Manoel Duval, patrão do iate Santa Victoria.

Manoel Farias, 18 anos, morador no Monte Bonito.

Manoel Joaquim de Siqueira, morador.

Manoel Pedro de Borba, delegado de polícia.

Manoel Rodrigues da Costa, português, 33 anos, morador.

Manoel Soares, proprietário; era dono de escravos.

Marcellina Mariante, 17 anos, moradora, filha de Antero Henrique da Silva.

Maria Antonia de Camargo, moradora; dona de um escravo.

Maria Felicia Osorio Bordini, moradora.

Maria Quirina de Oliveira Martins, moradora; mãe de Pedro Maria de Oliveira.

Miguel Rodrigues Barcelos, proprietário e comendador; era dono de escravos.

Paulino Pinto da Fontoura, escrivão da Mesa de Rendas Provinciais.

Paulino Teixeira da Costa Leite, industrialista.

Philinto Elyzio A. de Moura, proprietário do jornal A Ferula.

Pompéo José de Souza, tenente-coronel, proprietário em Pelotas e Alegrete.

Salvador Augusto, morador.

Thomaz, 14 anos, alforriado por Maria Antonia de Camargo, passando a assinar Thomaz Camargo.

Thomaz Casa Nova Filho, morador no Monte Bonito.

Urbano José Villela, natural de Santa Catarina, há mais de 30 anos estabelecido com comércio de secos e molhados.

Zeferino Augusto da Costa, depositário público do Ofício de Justiça do termo de Pelotas.

Sobrenome Piragibe


"PIRAGIBE - Sobrenome brasileiro. Vem do tupi. Compõe-se de 'gibe', que significa 'braços' e 'pirá', que corresponde ao 'peixe'. Significa barbatanas."

Fonte: FOLHA DE HOJE (Caxias do Sul/RS), 26 de Novembro de 1993, pág. 02

Sobrenome Limoeiro


"LIMOEIRO - Sobrenome português. Discute-se se sua origem é de topônimo, isto é, nome de lugar ou se significou 'vendedor de limões'. O limoeiro é originário da Média. Cultivou-se em Portugal imemorialmente. Cidades, municípios e serras no Brasil tem a denominação de Limoeiro."

Fonte: FOLHA DE HOJE (Caxias do Sul/RS), 16 de Julho de 1993, pág. 02

Sobrenome Cardia


"CARDIA - Toponímico. De origem germânica, do termo arcaico 'gardir', que significa 'quinta ou fazenda'. 

Personalidade: Amélia Cardia foi notável publicista portuguesa (1855-1938)."

Fonte: FOLHA DE HOJE (Caxias do Sul/RS), 11 de Dezembro de 1990, pág. 02

Linchamento em São Nicolau


"Lynchamento

Do nosso illustrado collega Município, de S. Borja, transcrevemos os seguintes pormenores sobre o barbaro assassinato do capitão Andrade e sua familia em S. Nicoláo e de modo horrivel porque o povo vingou os manes da victimas:

Dois dos scelerados chegaram á tarde em casa do infeliz capitão Andrade, a quem pediram pousada. Já ao anoitecer, depois de term sido alimentados, como tivessem declarado que partiriam muito cedo, o capitão mandou uma menina levar-lhes os preparos para tomarem mate, antes de sahirem, no dia seguinte.

A menina levava no collo uma creança de pouco mais de anno. Ao serem-lhes entregue aquelles objectos, os assassinos desfecharam golpes sobre as duas innocentes victimas, fugando a maior, gravemente ferida e levando já ao collo um cadaver com o ventre aberto e os intestinos de fóra, rastejando pelo chão.

Immediatamente os dous criminosos penetraram no centro da casa e atacaram o pobre velho, maior de 70 annos, que cahiu sobre seus golpes. A sua esposa, que fugia espavorida, ao ouvir-lhes os gritos de desespero, conseguia vencer os impulsos do instincto de conservação e, dominada pelos do coração, voltou para defendel-o e morreu ao seu lado.

Depois d'esta scena de sangue, os bandidos passaram ao ambicionado saque, colhendo todos os objectos de valor.

O crime foi premeditado e ajustado entre quatro, na serraria de Trois & Irmão, d'onde tinham sido despedidos os dois que o executaram e onde eram ainda empregados os outros dois que o auxiliaram.

Perseguidos, os dois assassinos passaram para o municipio de S. Borja e na occasião em que transpunham o Uruguay, a força destacada em Garruchos fez fogo sobre elles matando um, que ficou sepultado sob as aguas, e conseguindo apprehender o outro. Este foi em seguida entregue ao subdelegado de S. Nicoláo, que já havia capturado os outros dois cumplices.

Depois de feito o inquerito policial, foram os criminosos enviados para S. Luiz. Em caminho, e a pouca distancia de S. Nicoláo, sobre a encosta de um capão, estava postado um grupo de mais de 300 pessoas, de todos os sexos e idades, que, ao avistarem a escolta que conduzia os presos, investiram sobre ella, disparando tiros.

Conseguindo apoderar-se dos criminosos, o povo levou-os para a margem de um regato, assassinou-os, picou-os e depois os atirou sobre uma grande fogueira!

Como lembrança da tremenda vingança, muitas pessoas guardaram pedaços dos dedos e das orelhas dos assassinos, que se chamavam Senon, Turibio, Bernabé Gonçalves e Benjamin e eram paraguayos e correntinos."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 26 de Maio de 1888, pág. 02, col. 02
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