Esta personagem histórica possui uma grande importância para o município de Capão do Leão. Álias, o Capão do Leão só chegou ao que é hoje graças a visão deste homem. Este deveria receber, sim, um nome de rua ou avenida no município. Saibamos qual a razão.
No final do Império Brasileiro, já pelos anos de 1870, a província de São Pedro do Rio Grande do Sul vivia o desgaste econômico da crise da indústria das charqueadas. No poder, os grandes estancieiros e charqueadores mandavam, através do Partido Liberal de Gaspar Silveira Martins. Pouco se fazia para amenizar a crise e o Rio Grande era um torrão agrário nos confins do Brasil. Entretanto, vários setores ligados aos emergentes negócios urbanos e ao comércio da zona colonial buscavam impor-se também na sociedade gaúcha, buscando uma representatividade maior do que lhes era destinada. Como o Partido Liberal de Silveira Martins (ligado ao latifúndio) não buscava cooptar estes grupos sociais, antes até mesmo vendo-os com certa indiferença, o Partido Republicano Rio-Grandense tornou-se uma opção para estes novos atores, já na década de 1880.
Com o advento da República em 1889, o P.R.R. chegou ao poder e seu líder máximo, Júlio de Castilhos se pôs a implementar os princípios de sua ideologia política: o Positivismo. Esta preconizava um desenvolvimento global da sociedade, crendo que era necessário para progredir em ordem, a modernização de todos os setores da economia. Uma queixa muito comum à época dirigia-se ao problema dos transportes no Rio Grande do Sul. Tanto as vias terrestres quanto o Porto de Rio Grande constituíam verdadeiro empecilho ao desenvolvimento do comércio e às exportações gaúchas. Era urgente modernizar este setor! E o Estado Positivista de Castilhos sabia disso, tanto que as obras para a construção da Barra de Rio Grande já começaram a ser estudadas e planejadas neste período. Posteriormente, o P.R.R. de Júlio de Castilhos vai permanecer no poder até a Revolução de 1930 e, através de Carlos Barbosa e Borges de Medeiros (sucessores de Castilhos), iniciar-se-ão as obras para a construção da Barra em Rio Grande.
O impulso dado por tal empreendimento favoreceu localidades da zona sul do estado que tinham ricas reservas de pedra granítica, como é o caso de Capão do Leão e Monte Bonito. Com o serviço desenvolvido pela Compagnie Française du Port du Rio Grande du Sul na extração mineral, Capão do Leão viveu um dos seus melhores momentos em toda a sua história. Álias, podemos afirmar que ele nasceu de verdade naquele período, embora fosse povoado desde o século XVIII.