terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Conselheiro Francisco Antunes Maciel


Por Fernando Osório

"Constam de 'O País', do Rio de Janeiro, folha que lhe foi, sempre, adversária, mais ou menos os dados a seguir sobre o ilustre pelotense, publicados no momento de sua morte, ocorrida a 14 de agosto de 1917 naquela capital; dados que aqui se completam com os que, obsequiosamente, prestou o autor do presente ensaio, em carta de abril de 1822, o filho do extinto, Dr. Francisco Maciel Júnior:

'Não era uma figura vulgar e, ao contrário, trazia um nome laureado na política do Segundo Império, nome que soube conservar e ilustrar ainda mais no partido que fundou e muitos anos dirigiu na República, no seu Estado natal. Era, depois de Silveira Martins e ao lado dele, o chefe a cujo prestígio deve ter exercido em várias legislaturas as funções de líder ora da maioria, quando estiveram no poder os seus correligionários, ora da minoria, quando caiu, com a última ascensão de João Alfredo, o Partido Liberal. Antes de atingir aquele elevado posto, havia feito um longo noviciado na assembleia provincial de Porto Alegre. Quando eleito deputado geral, pela primeira vez, sua nova situação no Parlamento aumentou-lhe a auréola de cultura e honorabilidade, indicando-o para líder da maioria liberal em 1884, quando ia mais acesa a luta dos partidos. Ministro do Império no Gabinete Lafayette, nesse ano de 1884, ao cair o ministério, publicou 'A Federação' de Júlio de Castilhos estes elevados dizeres: 'Foi o único ministro que, no gabinete de 24 de maio, soube defender os brios da bandeira liberal'. No último Gabinete João Alfredo, foi ele o líder dos liberais.

Proclamada a República, resolveu, com Silveira Martins, aderir, sofrendo decepções amargas na revolução de 1892: ambos, passando-se para o Uruguai, foram internados por ordem do respectivo governo em Montevidéu de onde continuaram a animar o movimento. Jugulado este, e tornando o Conselheiro Maciel ao Rio Grande, foi aclamado, pela morte de Gaspar, chefe do federalismo. Há um detalhe que poucos conhecem: ele foi convidado para ocupar pastas ministeriais na República, por duas vezes, recusando em ambas: pelo Dr. Manoel Victorino, quando Murtinho deixou a pasta da Viação, e pelo Dr. Afonso Pena, para a pasta do Interior. Ao 'civilismo' prestou serviços que o alçaram a líder desse movimento, na Câmara, por proposta da bancada de S. Paulo."

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