quinta-feira, 21 de setembro de 2006

I Concurso Conhecendo Capão do Leão - Resultados Finais

Realizadas as apresentações dos trabalhos, pelas escolas, entre os dias 14 e 19 de setembro, no C.T.G. Tropeiros do Sul, divulgo aqui os resultados referentes aos premiados:
  • Categoria "Potencialidades Turístico-Econômicas": E.M.E.F. Professora Delfina Bordalo de Pinho.
  • Categoria "História e Memória das Localidades": E.M.E.F. Professora Delfina Bordalo de Pinho.
  • Categoria "Patrimônio Histórico-Arquitetônico": E.E.E.F. Engenheiro João Luiz Faria Santos.
  • Categoria "História da Escola e seu Patrono": E.M.E.F. Barão de Arroio Grande.
  • Categoria "Produção Artística Regionalista": E.M.E.F. Professora Delfina Bordalo de Pinho.
Concurso Geral:
  • Primeiro Colocado: E.M.E.F. Professora Delfina Bordalo de Pinho.
  • Segundo Colocado: E.M.E.F. Abadie Faria da Rosa.
  • Terceiro Colocado: E.E.E.F. Engenheiro João Luiz Faria Santos.

terça-feira, 12 de setembro de 2006

Golden Dream

Curiosa notícia extraída de um jornal do município (O Rugir do Leão, ano I, número 05, página 05, junho de 1995):
Ouro no Capão do Leão
Pode estar no subsolo a salvação do Capão do Leão para a grave crise econômica enfrentada pelo município. A Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CRPM) informou a existência no litoral Sul, de reservas de ouro e de outros minérios. Só de titânio, minério utilizado na fabricação de ligas metálicas de alto valor e gerador de diversos subprodutos, entre eles a tinta, as reservas ultrapassam 450 milhões de toneladas. Outros minerais de alta cotação encontrados na região foram platina, prata e pedras semipreciosas.
De acordo com o levantamento da CRPM, os mais fortes indícios de ouro concentram-se entre Capão do Leão e Pelotas e de Capão do Leão a Pedro Osório. Além da zona sul, foi encontrado ouro em municípios das zonas Centro-Sul, Centro, Vale do Rio Pardo, fronteiras Sudeste e Oeste.
Antes de iniciar a exploração, ainda é preciso pesquisar a quantidade e a viabilidade econômica do metal. Os técnicos alertam principalmente sobre o impacto ambiental que pode causar a exploração desordenada, sem levar em conta as normas ambientais. Segundo eles, várias empresas mineradoras já solicitaram reservas para explorar os minérios em mais de 100 áreas.
Prefeitos de vários municípios estudam a criação de um consórcio intermunicipal para exploração de reservas. O projeto visa garantir o gerenciamento da exploração, prevendo normas e procedimentos para preservar o ambiente. Entretanto, tudo indica que a prefeitura municipal de Capão do Leão não está entre os municípios consorciados. Se está, ainda não contaram para ninguém. Infelizmente, enquanto o município possui ouro e metais preciosos, o povo leonense continua levando ferro.

segunda-feira, 11 de setembro de 2006

Praça João Gomes

Notícia encontrada no jornal "O Pampa", edição de 31 de maio a 07 de junho de 2002, página 5:
HISTÓRIAS LEONENSES
NOTÍCIA EXTRAÍDA DE UM MATUTINO DA IMPRENSA EM 09 DE FEVEREIRO DE 1931
NOTICIAS DO CAPÃO DO LEÃO

A Inauguração da Praça João Gomes
Com toda a solenidade realizou-se Domingo, 8 do corrente, a inauguração da Praça João Gomes.
A praça, que estava toda embandeirada, apresentava magnífico aspecto e era pequena para conter a grande massa popular. No ato inaugural, a placa foi descoberta pelo filho do homenageado, Sr. João Baptista Gomes, que atualmente exerce as funções de agente da estação da Viação Férrea local, e em seguida o Sr. Dr. Victor Russomano, pronunciou vibrante discurso, no que foi muito aplaudido.
Terminado o discurso, a Banda do Valoroso 9o. Regimento de Infantaria, dirigida pelo maestro Penna, executou diversas marchas. Esta banda compareceu à festa gentilmente cedida pelo digno comandante. Uma caravana composta de elementos de destaque do escol social de Pelotas, também compareceu à festa. A banda do nono foi conduzida pelo onnibus do Sr. Joaquim Correia e dois caminhões de propriedade respectivamente, dos srs. Alberto Netto e Hirondino Castro. Após a inauguração, a banda deu um bello concerto em plena praça, deliciando a população. Mais tarde, foram servidos chopps aos músicos e a comissão.
O illustre Prefeito Dr. João Py Crespo, offertou em nome da Prefeitura, os bancos necessários para aformosear os lindos canteiros. A praça tomou a denominação de João Gomes, em homenagem ao primeiro estacionário, que relevantes serviços prestou a esta população desde o anno de 1874 a 1901. A placa foi confeccionada pelo escultor Augusto Pastorello e oferecida por um grupo de veranistas e moradores, sendo collocada num obelisco de pedra offerecido pelo Sr. Antonio Paulo Lopes, administrador da Pedreira Municipal. A comissão organizadora era constituída dos srs. Eduardo Gastal Junior, Nede Lande Xavier, Capitão Waldemar Schneider, José Correa da Silva e Dr. Edmundo des Essarts Peres. São dignos de registro a iniciativa desta distinta comissão, que tanto cooperou para o progresso desta localidade, e os bons serviços da turma 94, que tanto interesse demonstraram para o embelezamento da referida praça. Em regosijo à inauguração, na residência do Sr. José Luiz Behocaray foi promovido um baile, organizado por alegres rapazes da sociedade local. Esteve magnífica esta festa.
Os créditos da descoberta desta reportagem pertencem ao Sr. João Medeiros e, sua publicação, ao Sr. Francisco Adilson.
A Placa mostrada na foto não é a original.

Estância da Palma

Estância da Palma
"Mais tarde, a Estância da Palma e Pavão (assim chamada), pertenceu a D. Sulpícia Moreira Rosa, adquirida por compra. Por ocasião de sua morte, em 1921, nomeia em testamento os herdeiros desta e demais bens. Primeiro, o seu esposo, o Coronel Alberto Roberto Rosa, segundo, o engenheiro Alberto Moreira Rosa, seguido de Álvaro, Arlindo e Dinah Moreira Rosa, todos casados e maiores de idade. '... a Estância da Palma e Pavão, composta de campos de criar e matas, com casas de moradia, galpões, mangueiras e outras benfeitorias, com área superficial de 12.557.429 metros quadrados, situada no 4o. Distrito deste município, confinada às pedreiras do Governo Estadual, havida por compra a diversos, de oitenta e quatro contos, oitocentos e oito mil, seis contos e vinte réis'. (Inventário - 1921- 3a. Vara Civil Forum Municipal).
Dentre as acomodações da estância consta o solar, construído, aproximadamente, em finais do século XIX, em estilo luso-brasileiro, com função de residência de verão e estadia para visitas periódicas de administração, uma vez que a família residia em Pelotas, na Praça da República no. 66 e tinha por hábito viajar ao Rio de Janeiro.
Com a morte do Coronel, herda seu filho, o Dr. Alberto Moreira Rosa, a extensão de terra, com casa de moradia, galpões, mangueiras e benfeitorias.
Em junho de 1937, o Dr. Alberto Moreira Rosa e sua esposa, Edwina de Godoy Rosa, residentes no Rio de Janeiro, representados pelo Dr. Hércio de Araújo, doam ao estado do Rio Grande do Sul, cessionário do acervo do extinto Banco Pelotense, a referida extensão de terra.
De posse do estado, em outubro de 1941, foi doada à Prefeitura Municipal de Pelotas, representada por seu então prefeito o Sr. Julio de Albuquerque Barros, com o encargo de ser mantido no local uma fazenda experimental da Escola de Agronomia Eliseu Maciel e outras instalações necessárias às funções técnicas ali administradas.
Em janeiro de 1946, a Prefeitura Municipal de Pelotas, através de seu prefeito Procópio Duval Gomes de Freitas, transfere o título de posse das terras ao Ministério da Agricultura, ficando estabelecida a exigência de manter a fazenda experimental da Escola de Agronomia.
Todo conjunto construído, bem como a área circundante, vem sendo utilizado com a finalidade de atender às exigências impostas. O solar, objeto em estudo, foi adaptado, por volta de 1970 para alojamento de estagiários. Estas adaptações trouxeram prejuízos ao conjunto arquitetônico original, devido ao emprego de materiais de baixa qualidade, mão de obra não especializada e falta de orientação técnica". (sem páginas numeradas)
Fonte: MARTINS, Roberto Dutra & OLIVEIRA, Ana Lucia (orientadores). Estância da Palma: Levantamento Histórico e Arquitetônico das Atuais Condições do Prédio. Pelotas, UFPel, Curso de Arquitetura e Urbanismo, novembro 1982.

sábado, 9 de setembro de 2006

A Precária Situação da Ferrovia dos Franceses

Saindo do Cerro do Estado, descendo e contornando os cerros da Pedreira e atingindo a Vila Teodósio, onde junta-se à ferrovia Rio Grande-Cacequi, a Ferrovia dos Franceses sofre com o vandalismo e o abandono. Sua conservação é precária, estando sujeita à ação do tempo, embora este não seja o maior vilão.
Domingo, 27 de agosto, prôpus-me a realizar o trajeto da ferrovia, saindo do Km 6 (em frente ao Cemitério Santa Tecla), com o intuito de seguir até o Cerro do Estado. Já logo no início do caminho pude constatar a depredação dos trilhos e dormentes. Andando cerca de 200 metros chega-se ao ponto semi-circular onde a ferrovia tangencia a zona urbana. Existe um grnde barranco, onde avistam-se as casas. Cena lamentável esta! No lugar, o povo deposita lixo, o terreno tornou-se pantanoso e é muito complicado passar. Para piorar, existe o odor fétido do lixo orgânico. Segue-se mais um pouco e nota-se que a depredação é uma constante em todo o seu trajeto. Os trilhos e dormentes são simplesmente retirados à luz do dia!
A mata penetra gradativamente na linha, embora isso, ao menos, não seja um grande problema. No trecho entre os quilômetros 4 e 3, a mata toma conta de fato da ferrovia (tive que, em alguns pontos, passar agachado). Quanto mais se caminha, mais se tem um sentimento dúbio: o desamparo à história contrapõe-se à beleza das paisagens circundantes. Logo após o Km 3, o trecho está aberto, sem interferência da mata, só que aí é que começa-se a ver cenas mais estarrecedoras. Em alguns pontos, cerca de 80 metros de trilhos sumiram! Dentro da área do Cerro do Estado, avista-se uma carregadora abandonada, com majestoso sustentáculo, medindo o conjunto todo cerca de seis metros. Nesta região, a ferrovia está tomada por uma espécie de savana média, que dificulta muito a caminhada. Por fim, atingi a Praça do Deprec, onde terminei minha caminhada, profundamente marcado pela situação precária da linha férrea.
A Ferrovia dos Franceses foi construída pela Compagnie Auxiliaire des Chemins du Fer au Brésil, para serviço de transportes de pedras do Cerro do Estado para as obras da Barra do Rio Grande. Na época, o serviço de mineração era realizado pela Compagnie Française du Port du Rio Grande do Sul, que também era a firma responsável pela construção dos molhes da barra. A construção da ferrovia deu-se em 1910. Entretanto, há um detalhe curioso sobre esta ferrovia. A princípio ela sairia do Cerro do Estado e dirigir-se-ia a Rio Grande numa via única e paralela, sem se anexar à ferrovia RG-Cacequi. Inclusive, os franceses já tinham, à época, construído pilares no Arroio Padre Doutor, que serviriam para sustentar uma ponte férrea que ali seria construída. Dizem os antigos que as ruínas destes pilares existem até hoje lá, coisa que ainda não visualizei. O fato é que o Governo do Estado, naquela época, percebendo que iria pagar uma tarifa mais cara pela obra, em razão da construção de uma ferrovia exclusiva Cerro do Estado-Rio Grande, intervém e obriga a companhia franca a unir a linha à linha Rio Grande-Cacequi, nas imediações da Estação do Teodósio. Isso aconteceu em outubro de 1910. Os trilhos utilizados na construção da Ferrovia dos Franceses são os mesmos que estão sendo depredados. Eles vieram dos Estados Unidos da América e foram fabricados pela indústria metalúrgica S & M.

sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Júlio de Castilhos

Esta personagem histórica possui uma grande importância para o município de Capão do Leão. Álias, o Capão do Leão só chegou ao que é hoje graças a visão deste homem. Este deveria receber, sim, um nome de rua ou avenida no município. Saibamos qual a razão.
No final do Império Brasileiro, já pelos anos de 1870, a província de São Pedro do Rio Grande do Sul vivia o desgaste econômico da crise da indústria das charqueadas. No poder, os grandes estancieiros e charqueadores mandavam, através do Partido Liberal de Gaspar Silveira Martins. Pouco se fazia para amenizar a crise e o Rio Grande era um torrão agrário nos confins do Brasil. Entretanto, vários setores ligados aos emergentes negócios urbanos e ao comércio da zona colonial buscavam impor-se também na sociedade gaúcha, buscando uma representatividade maior do que lhes era destinada. Como o Partido Liberal de Silveira Martins (ligado ao latifúndio) não buscava cooptar estes grupos sociais, antes até mesmo vendo-os com certa indiferença, o Partido Republicano Rio-Grandense tornou-se uma opção para estes novos atores, já na década de 1880.
Com o advento da República em 1889, o P.R.R. chegou ao poder e seu líder máximo, Júlio de Castilhos se pôs a implementar os princípios de sua ideologia política: o Positivismo. Esta preconizava um desenvolvimento global da sociedade, crendo que era necessário para progredir em ordem, a modernização de todos os setores da economia. Uma queixa muito comum à época dirigia-se ao problema dos transportes no Rio Grande do Sul. Tanto as vias terrestres quanto o Porto de Rio Grande constituíam verdadeiro empecilho ao desenvolvimento do comércio e às exportações gaúchas. Era urgente modernizar este setor! E o Estado Positivista de Castilhos sabia disso, tanto que as obras para a construção da Barra de Rio Grande já começaram a ser estudadas e planejadas neste período. Posteriormente, o P.R.R. de Júlio de Castilhos vai permanecer no poder até a Revolução de 1930 e, através de Carlos Barbosa e Borges de Medeiros (sucessores de Castilhos), iniciar-se-ão as obras para a construção da Barra em Rio Grande.
O impulso dado por tal empreendimento favoreceu localidades da zona sul do estado que tinham ricas reservas de pedra granítica, como é o caso de Capão do Leão e Monte Bonito. Com o serviço desenvolvido pela Compagnie Française du Port du Rio Grande du Sul na extração mineral, Capão do Leão viveu um dos seus melhores momentos em toda a sua história. Álias, podemos afirmar que ele nasceu de verdade naquele período, embora fosse povoado desde o século XVIII.

sábado, 2 de setembro de 2006

Vila Teodósio

Trecho extraído do jornal Diário Popular, de 30 de julho de 1941 (página 8):
"Há cerca de quarenta anos, num pitoresco rincão dêste município, á margem da via-férrea Rio Grande-Bagé, distante mais ou menos, quinze quilômetros desta cidade, começaram a ser construídas as primeiras casas de uma povoação que, dentro em pouco, estava transformada num aprazível ponto de veraneio.
Para que, entretanto, a povoação nascente se desenvolvesse com a rapidez desejada, indispensável se tornava estabelecer um meio rápido e cômodo de comunicações com a cidade, o que se tornaria possível com a construção de uma estação no local.
Isso, após as necessárias demarches, foi conseguido da direção da hoje Viação Férrea do Rio Grande do Sul.
Obtido o favor, foi doado o terreno por um dos proprietários* dali, e, entre os demais, foram angariados fundos para auxiliar as obras da estação que, pouco tempo depois, erguia-se elegante em suas linhas e sólida em sua estrutura, como um marco de progresso no cenário bucólico da povoação que nascia.
Depois disso foram aparecendo por todos os lados novas edificações, quasi todas destinadas a veraneio e quasi todas, também, elegantes e confortáveis, cercadas de belos jardins e bem cuidadas hortas e pomares.
Eis em rápidos traços descrita, a fundação da Estação Teodósio, o lindo centro de veraneio que todos conhecem e admiram.
Como era natural, a grande afluência anual de veranistas, não só desta cidade, como de Rio Grande, deu em resultado ir adquirindo a localidade certa vida própria, com a instalação de algumas casas comerciais e exploração da fruticultura para a qual, as terras se prestam magnificamente.
E assim, no lapso de quarenta anos, a Estação Teodósio tem vivido, prosperando de acôrdo com suas possibilidades.
Já teve, como estação de veraneio, seus períodos aúreos, sob o ponto de vista social, pois realizavam-se ali, em verões sucessivos, festas memoráveis, elegantes e encantadoras.
Tornou-se, por isso, além do mais, a Estação Teodósio, uma encantadora tradição social."
Este pequeno histórico foi produzido por um jornalista da época e constitui precioso documento sobre a Vila Teodósio e a Estação daquela localidade. Convém destacar que, por seu relato, a Estação e a Vila surgiram por volta de 1900 - conclui-se.
*O proprietário do terreno que foi doado para construção da estação foi o Sr. Teodósio Fernandes da Rocha, daí a razão do nome da estação ser este, primeiramente, e, conseqüentemente estender-se à vila.


sexta-feira, 1 de setembro de 2006

Dia da República de 1956

Creio que o sentimento cívico em Capão do Leão seja alguma coisa notável. Sobretudo, se imaginarmos os monumentos existentes, aqueles que foram destruídos (A Bandeira do Brasil que existia no antigo posto da Brigada Militar) e as manifestações solenes, entre outros. A tradição dos desfiles escolares e a cerimônia do juramento à Bandeira, são outros exemplos bastante claros desse fenômeno. Não refiro-me a um patriotismo ufano, nem arroubos de orgulho ingênuo, pois o País não tem esta cultura e mesmo a suposta "identidade nacional" é colocada, muitas vezes, em questão. Mas a tradição de culto ao civismo também permaneça enquanto exemplo de busca de uma identidade própria - regional, auto-reflexiva, única.
Refiro-me a este assunto, pois encontrei uma notícia de jornal algo que inusitada e, que, percebendo o fato, pude constatar que ele é exclusivo. Comemorações do Sete de Setembro e do Vinte de Setembro são costumeiras, consagradas pelos respectivos feriados. E o dia 15 de novembro, data da Proclamação da República, o que se faz de solene? Antigamente era data das eleições, hoje um feriado que passa desapercebido.
Pois, em 1956 comemorou-se o Quinze de Novembro em Capão do Leão com uma esplêndida festa. Na ocasião, nem o centro urbano em Pelotas ou outras cidades da região fizeram o mesmo.
Curioso e interessante. A transcrição a seguir foi retirada do jornal Diário Popular, de 17 de novembro de 1956 (contracapa):
Comemorações do dia 15 de Novembro no Capão do Leão
Os festejos tiveram um transcurso dos mais brilhantes - Ponto alto do desfile militar - Coquetel às autoridades presentes - Detalhes.
As comemorações do dia 15 de Novembro, na Vila do Capão do Leão, caracterizaram-se por seu alto cunho cívico, sendo condignamente festejada a efeméride histórica.
Grande foi a afluência de pessoas à praça João Gomes, em cujo largo estava armado o palanque oficial e defronte o qual, ás 8,45 horas, foi deflagrada uma salva de tiros em homenagem ao Exército Nacional.
Autoridades
Entre outras encontravam-se presentes as seguintes autoridades, Sr. Adolfo Fetter, prefeito municipal; dr. Alvacyr Faria Collares, vice-prefeito; tenete-coronel Candido Vilasboas, representando os comandos do 9o. R.I. e do Q.G. da ID-3; capitão Túlio Azevedo, titular da Capitania do Porto; d. Maria Silveira Schild, titular da Diretoria de Educação; d. Silvia Mello, delegada regional de ensino; sub-prefeitos Arthur Hammeister, Alberto Reichow e Leopoldo Martins da Luz, e vereadores Carlos Sica, representando o presidente da Câmara, Carlos Augusto Piquet Coelho, Elberto Madruga e Darcy Adam.
Hasteamento da Bandeira
Às 9 horas, sob os acordes do Hino Nacional, executado pela banda do 9o. R.I., foi hasteado o Pavilhão Brasileiro pelo sr. Adolfo Fetter. A seguir, falando em nome dos poderes Executivos e Legislativos, o vereador Carlos Augusto Piquet Coelho, em inspirado improviso, teceu considerações sôbre o 15 de Novembro. Logo depois, os alunos dos grupos escolares "Farias Santos" da Pedreira, "Dario da Silva Tavares", do Capão do Leão, e "Arroio Grande", de Teodósio, foi entoado o Hino à Bandeira.
Ocupou a tribuna, em seguida, o sr. José Cândido Ribeiro, orador oficial da solenidade e representando a Comissão Organizadora dos festejos. S.s., após brilhante dissertação sôbre a efeméride, agradeceu a todos quanto haviam colaborado para o maior brilhantismo da festa, salientando, entre outros, os comandos das guardas militares e o sr. Adolfo Fetter.
Todos os alunos presentes, a seguir, entoaram o Hino Nacional.
O Desfile
Constitui-se ponto alto do programa o grande desfile militar realizado a seguir. Desfilaram, pela ordem, a Companhia de Petrechos do 1o. Batalhão do 9o. R.I., sob o comando do capitão Mauro Abud, as representações do Santa Tecla F.C., Independente F.C., pelotão de ciclistas sob o comando do sr. Edmundo Teixeira da Silva e, por fim, um grande esquadrão de cavalarianos, sob as ordens do sr. Luiz Carlos Muniz Medeiros.
Coquetel
Às 11 horas, no salão do sr. Manoel Selmo, na vila do Capão do Leão, foi oferecido pela Comissão um coquetel às autoridades presentes e outros convidados usando da palavra, na oportunidade o vereador Elberto Madruga. Ainda discursaram, o dr. Alvacyr Farias Collares, vereador Carlos Sica e tenente-coronel Candido Vilasboas.
Paralelo ao coquetel foi oferecido um churrasco à gauchada que havia tomado parte no desfile.
Festejos Populares
Durante a tarde, ainda nos salões do sr. Manoel Selmo, teve lugar uma movimentada quermesse, em benefício do Grupo Escolar "Dario da Silva Tavares", sendo a festa animada pelo Jazz do 9. R.I.

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