sábado, 1 de fevereiro de 2020

As experiências hipnóticas do Tenente-coronel d'Aiglun


"Experiencias hypnoticas

O correspondente londrino da Gazeta de Noticias, escreveu a esse jornal sobre as experiencias hypnoticas do tenente-coronel de Rochas d'Aiglun, administrador da Escola Polytechnica de Paris. Effectuaram-se nos ultimos mezes de 1891 e primeiros d'este anno e produziram, entre outros, os seguintes resultados:

'N'uma vez que o coronel d'Aiglun fez, com força, um gesto sobre o hombro de um magnetisado, mas a alguma distancia d'elle, o magnetisado sentiu a mão assentar pesadamente sobre o seu corpo.

D'outra vez que o ar era agitado pelas mãos do coronel, em frente da cara de um dos seus magnetisados, este queixou-se, indignado, de que lhe estavam dando bofetadas.

Um e outro se mostravam entretanto de todo inconscientes, si o coronel lhes tocava realmente os braços ou a cara.

O coronel d'Aiglun magnetisa na fórma conhecida dos magnetisadores romanticos, por meio de passes, procurando influir pelas mãos, á distancia, como que o ar ambiente, a athmosphera especial que parece estabelecer se entre o magnetisador e o magnetisado. É assim que os magnetisados passam pelas tres phases hoje classicas e como officiaes da lethargia, da catalepsia, do somnabulismo, para irem mais além e entrarem n'uma quarta phase, particularmente lucida, de mais intima communicação, com o magnetisador, de mais absoluta insensibilidade cutanea, de mais transcendente hypnose, por assim dizer, em que começam a manifestar se os phenomenos agora confirmados no hospital da Charité pelo dr. Luys.

N'este grau elevado de hypnose, ou de magnetisação, a sensibilidade transporta-se ao ar que cérca o magnetisado, em camadas mais ou menos sensiveis, segundo a distancia a que ellas estão do magnetisado, e que este vê e descreve, como envolucros fluidos distinctos do ar, especificamente luminosos, tendo fócos, nucleos, centros especiaes, como os que se observam em todas as ondulações vibratorias.

Por meio dos mesmos passes que adormecem o magnetisado, transporta-se a sua sensibilidade para a agua contida em um copo. Si em seguida se lança uma gotta d'esta agua no fogo, o magnetisado sente a impressão de uma queimadura. Da mesma sorte se communicou uma vez a sensibilidade de um ramo de violetas que logo se levou para um quarto proximo, onde o magnetisado não podia vel-o: tudo que antes se fez a esse ramo, foi sentido e descripto pelo paciente dono da sensibilidade transmittida.

A 14 de março ultimo, o coronel d'Aiglun transmittiu a sensibilidade de um magnetisado a uma porção de agua, onde se havia dissolvido um sal até á completa saturação.

N'esta agua lançou-se logo depois um crystal do sal dissolvido, em volta do qual este começou a consolidar-se, ao passo que, acompanhando esta mudança de estado no liquido sensivel, a pessoa que lhe havia fornecido a sensibilidade se debatia nos movimentos de uma crise nervosa tão violenta, que teve de combater-se por meios medicos."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 02 de Dezembro de 1892, pág. 01, col. 02


A machadinha de Xiririca


"MACHADINHA DE BRONZE

Da Provincia de S. Paulo:

De Xiririca enviaram ao engenheiro sr. Henrique Bauer, residente em Iguape, uma machadinha de bronze em perfeito estado, que fôra encontrada a um metro debaixo do solo na Primeira Ilha d'aquelle termo, por occasião, ha pouco tempo, em que se cavava a terra para fincar o esteio de uma casa.

A machadinha reune perfeição de arte, é de bronze endurecido e aliado e presta-se ao córte de qualquer corpo duro.

O sr. Bauer, de posse d'essa raridade antiguissima, levou o facto ao conhecimento do presidente da directoria geral do Museu Nacional da côrte, e este, por meio de uma carta que lhe dirigio, disse-lhe que a machadinha, representa uma idade remotissima, e o facto de ser ella de bronze dá-lhe enorme valor, pois liga aos artefactos ás civilisações asteca, maya e inca, confirmando, assim, uma das suas hypotheses de que vieram ter ao Brazil algumas facções d'aquellas nações."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 06 de Fevereiro de 1886, pág. 02, col. 03
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