domingo, 2 de fevereiro de 2020

Sobrenome Aboim


"ABOIM. - Sobrenome de origem toponímica. Provém do latim medieval Abolinus. O solar da família é Aboim entre o Douro e o Minho. A família descende de D. João de Aboim, rico homem do Rei Afonso III de Portugal e seu mordomo-mor. D. Afonso III reinou de 1248 a 1279. Foi neste período que os Aboim se notabilizaram no Reino."

Fonte: FOLHA DE HOJE (Caxias do Sul/RS), 13 de Maio de 1990, pág. 03

Antissemitismo na Polônia em 1892


"Faz pouco tempo que os jornaes europeus publicaram como se passaram exactamente os acontecimentos havidos em Lodt, cidade da Polonia, do governo de Varsovia, em maios ultimo.

Segundo esses jornaes, os acontecimentos alludidos começaram com a parede dos tecelões, que queriam augmento de salario; os paredistas atacaram os judeos, que resistiram, sendo então saqueadas as suas casas, ultrajadas as suas mulheres e assassinadas muitas crianças.

Os desordeiros continuaram com suas tropelias em dias consecutivos, sendo necessario enviar contra elles tres regimentos de cossacos.

Com a chegada d'esses veiu uma carta do general Gourko, governador geral da Varsovia, carta que foi lida aos donos de fabricas pelo maire, da cidade, e resava assim:

'Matem sem piedade. Não poupem polvora'.

O maire mandou immediatamente avisar aos habitantes que não saissem de suas casas, porque os cossacos tinham ordem de atirar contra todos que encontrassem.

A população arremessou pedras contra a tropa, seguindo se uma scena de carnificina, morrendo em menos de uma hora mais de 100 pessoas.

Durante os tres dias que duraram as desordens morreram mais de 217 pessoas.

Os jornaes, sujeitos á maior pressão, não ousaram dizer nada a respeito; um reporter, com o qual se achou um documento importante, foi preso e açoutado.

Dous dias depois estava restaurada a ordem, declarando-se na cidade o estado de sitio durante quinze dias."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 02 de Dezembro de 1892, pág. 01, col. 02


Incidentes na eleição estadual de Montenegro


"Façanhas dos colligados

Trazemos hoje, para a historia da fraude eleitoral que a Reforma está publicando, uns subsidios dignos de consideração.

A isenção d'animo com que o orgam mais velho da malfadada colligação historia os factos, auctorisa-nos a acreditar no apreço em que ella vai ter as seguintes notas de façanhas praticadas pelo opposicionismo, por occasião do pleito eleitoral de 5 do corrente.

Em S. João do Montenegro, Manoel Rodrigues Machado alliciou-se no Maratá 30 ou 40 individuos e armou-os.

O pretexto d'esse alliciamento foi uma medição.

Esse magote de desordeiros, de que faziam parte Bernardo Castelhano e Juca Lemos, acampou nas immediações da villa, carneou rezes, e saía ao encontro de cidadãos que se encaminhavam para a localidade, afim de suffragarem a chapa do partido republicano, ameaçando-os e aggredindo-os.

Ainda na mesma villa o chefe colligado Antonio Ignacio de Oliveira e um filho de Felippe Diefenthäler atacaram o eleitor republicano José Kneip, pretendendo obrigal-o a votar com a opposição, e, afinal, que esse cidadão lhes entregasse o seu título.

Apezar d'esses attentados, do apparato bellico dos colligados, a eleição correu calma, fiscalisada por opposicionistas nomeados pelo juiz de paz Juca Ignacio, inimigo do governo.

E o partido republicano saiu victorioso no municipio com uma maioria superior a 706 votos, dando o tiro de misericordia no poderio do chefão Antonio Ignacio de Oliveira, desabusado caudilho orleanico que, com a sua familia, punha e dispunha de S. João do Montenegro nos tempos do imperio."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 19 de Maio de 1891, pág. 01, col. 06
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