segunda-feira, 30 de abril de 2018

Programação do XXXVI Aniversário de Emancipação do Capão do Leão


03 de maio de 2018

10h - Solenidade de Compromisso à Bandeira (Praça João Gomes)

16h - Lançamento da Coleção "Raízes Leonenses", do poeta Carlos Eugênio Costa da Silva (Casa de Cultura Jorn. Hipólito José da Costa)

06 de maio de 2018

(Todos os eventos acontecem no entorno da EMEF Elberto Madruga, bairro Jardim América)

14h - Abertura

14h20 - Apresentação do Projeto Estação Cultura

Mostra de Música Gospel

15h - Ministério Tsidkenu (Pastor Thiago Guidotti)

15h30 - Igreja Batista Renascer (Pastor Cleber Lemes da Silva)

16h - Igreja Evangélica Assembleia de Deus (Pastor Cristiano)

Shows Musicais

16h30 - Joe Aguilera

17h30 - DJ Fênix

18h30 - Marcy Corrêa

19h30 - Semabuso SA

20h30 - Querência

22h - Encerramento das atividades.

Os vinhos do Monte Bonito


"O RIO-GRANDE VITICULTOR - Acaba de ser publicado o relatorio apresentado pelo Sr.Dr. Draenert acerca dos vinhos nacionaes que se achárão na primeira exposicção deste producto, organisada sob a direcção do Centro da Industria e Commercio de Assucar.

Do capitulo relativo ás analyses dos vinhos expostos que os de Monte Bonito, municipio de Pelotas, do estado do Rio Grande do Sul, mostrárão exceder em qualidade a todos os que não forão artificialmente adoçados, fazendo presumir que aquella circunscripção do Brazil alcançará por este aspecto o primeiro lugar entre todas as outras regiões brazileiras productoras do artigo."

Fonte: JORNAL DO COMMERCIO (RJ), 19 de Janeiro de 1890, p.01, c.05

domingo, 29 de abril de 2018

O motim dos iates Belisario e Quibebe


"RIO GRANDE DO SUL. - Porto Alegre, 5 de março. - Lê-se no Imparcial:

Bastante penalisados lançamos mão da penna para annunciar aos nossos leitores uma catastrophe recem-vinda á nossa sciencia.

Os hiates Belisario e Quibebe sahidos do Rio Grande com destino á esta cidade, forão na Lagoa dos Patos o theatro, em o qual as equipagens compostas de negros, representarão dramas tragicos, com os seus entre-actos immoraes.

A tripulação do Belisario, que navegava nas aguas do Quibebe, sublevou-se, e deu a morte ao infeliz patrao que á seu bordo trazia mulher e filhos; durante tres dias, depois d'este acontecimento, um por um dos quatro malvados negros, feria á aquella no mais sagrado da honra feminil; e a estes barbaramente torturavão.

A' instancias da misera viuva demandarão o Rio S. Lourenço, e em uma das margens desembarcarão a mulher e filhos; forão ali prezos pelos moradores da casa onde ella se abrigou.

Os do hiate Quibebe á golpes de machado, dividirão o corpo do patrão, e assim lançarão-no ao mar. Mais sagazes, que os do Belisario, forão em arribada sobre a costa de Pelotas; abandonarão o hiate, e consta-nos que impunemente vagueão por aquellas paragens, sem conhecimento das autoridades.

Para que se não dê o caso, d'igual ferocidade, pedimos licença aos Illmos. Srs. d'assembléa provincial para lhes lembrar, o quanto é urgente na proxima sessão legislativa a provocação de uma lei, e penas severas, contra o abusivo costume de serem as embarcações da navegação interna guarnecidas somente por escravos."

Fonte: DIARIO DO RIO DO JANEIRO, 22 de março de 1847, p.01. c.04

sábado, 28 de abril de 2018

Lançamento da Coleção Raízes Leonenses


O poeta, professor e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Capão do Leão, Carlos Eugênio Costa da Silva, popularmente conhecido como "Vacaria", estará na próxima quinta-feira, 03 de maio de 2018, lançando a sua coleção "Raízes Leonenses" - conjunto de cinco opúsculos em verso sobre a história de Capão do Leão. O evento acontece a partir das 16 horas, na Casa de Cultura Jornalista Hipólito José da Costa (à Praça João Gomes), justamente na data de aniversário de 36 anos de  emancipação do município de Capão do Leão. Participe!  A entrada é franca!

Subsídios históricos de Capão do Leão


Artigo de minha própria autoria feito por solicitação de professores para desenvolvimento do tema com alunos de quarto e quinto anos do ensino fundamental. Sinta-se à vontade para copiar, desde que citada a fonte.

Primórdios da ocupação portuguesa na região
                Em 1737, uma expedição militar portuguesa comandada por José da Silva Pais fundou o presídio (colônia militar) Jesus-Maria-José junto à Barra do Rio Grande – local que une a Laguna dos Patos ao Oceano Atlântico. Logo em seguida, formou-se ao seu redor a vila de Rio Grande de São Pedro. O objetivo de Silva Pais era dar um ponto de apoio até a Colônia do Sacramento (na foz do Rio da Prata) e marcar a ocupação portuguesa nas terras meridionais do Brasil.
                Em 1763, a vila de Rio Grande foi invadida pelos espanhóis, que ali permaneceram até 1777 – ano que ocorreu o Tratado de Santo Ildefonso e que devolveu a vila ao domínio português. Todavia, sabe-se que durante a permanência dos espanhóis em Rio Grande, muitos habitantes da vila se refugiaram do outro lado da barra, em direção à vila de São José do Norte, ou além do canal São Gonçalo, em terras do Cel. Thomaz Luís Osório (que já havia as recebido em 1758, porém nunca chegou a ocupá-las). Por isso, a presença européia na zona sul do estado do RGS, já remonta a esta época, embora existam raríssimas impressões sobre quem eram e o que faziam.
                Foi somente após o Tratado de Santo Ildefonso (1777) é que se começou a ter os primeiros registros de sesmeiros (donos de sesmarias – áreas concedidas pelo governo português) na região. Na área do atual município de Capão do Leão, temos o apontamento de cinco sesmarias: das Pedras (na região do Passo das Pedras, porém que se estendia até os atuais Cerrito e Pedro Osório), Pavão (maior e que ocupava mais da metade do nosso atual município, pertenceu ao brigadeiro Rafael Pinto Bandeira), Sant’Anna (na parte norte do município, também se estendendo até o atual Morro Redondo), São Thomé (entre os arroios São Thomé e Fragata) e a do Padre Doutor (entre o arroio São Thomé até o Passo das Pedras, pertencente ao Padre Doutor Pedro Pereira Fernandes de Mesquita e onde também viveu na infância e juventude seu sobrinho Hipólito José da Costa – patrono da Imprensa Brasileira).
                Posteriormente, heranças, divisões e vendas repartirão essas cinco pioneiras sesmarias em uma infinidade de propriedades no século XIX.

Capão do Leão no século XIX
                O primeiro registro das terras do nosso município com a denominação Capão do Leão é de 1809.
                Basicamente, o Capão do Leão era um território periférico da cidade de Pelotas (fundada em 1812 e elevada à cidade em 1835), onde a atividade pecuária era importante. Exceção feita às terras do Pavão, charqueadas foram poucas na região. Era comum a utilização dos campos para engorda do gado, além do Capão do Leão ser um dos caminhos de tropeiros que levavam gado da Campanha para Pelotas.
                Em 1828, o viajante alemão Carl Seidler esteve em Capão do Leão, registrando sua passagem por aqui. Em 1851, foi fundada a Colônia Dom Pedro II, nas terras entre os arroios Fragata e São Thomé, formada por cerca de 300 colonos irlandeses e ingleses. Contudo, essa tentativa de colonização não obteve sucesso, tendo a maioria de seus residentes emigrado para outros lugares em cerca de sete anos.

O início da urbanização
                O fato marcante da história local foi a construção da ferrovia Rio Grande-Cacequi em 1884. Isso porque se construiu também uma estação ferroviária em Capão do Leão (a atual Casa de Cultura). A importância da estação é que, de certa forma, ela estimulou o início da urbanização no Capão do Leão, pois toda uma sorte de residências, comércios e serviços surgiu em razão da proximidade com ela. Logo também, ricos moradores de Pelotas e Rio Grande aproveitando a facilidade do transporte por trem estabeleceram casas de veraneio em Capão do Leão. O povoado desenvolveu-se de tal forma, que até um hotel e a passagem da Princesa Isabel são registrados nessa época.
                Em 1893, Capão do Leão foi elevado à condição de distrito de Pelotas. Em 1897, Domingos Fernandes da Rocha loteou suas terras e surgiu a Vila Theodósio – outro espaço de muitas casas de veraneio. Em 1901, devido ao crescimento do Capão do Leão foi erguida uma capela em homenagem à Santa Tecla – iniciativa da Baronesa de Santa Tecla, cujo marido, falecido um ano antes, possuía sua estância em terras leonenses.
                Outra atividade econômica de importância nas primeiras décadas do século XX foi a fruticultura, com destaque para a produção de laranjas, pêssegos, morangos, tangerinas e uvas. Houve até uma fábrica de vinhos e uma de compotas.
                Em 1909, em razão das obras da abertura da Barra de Rio Grande e da construção do novo porto daquela cidade, a Compagnie Française du Port du Rio Grande Du Sud estabeleceu-se na região das pedreiras do Cerro das Pombas (atual Cerro do Estado) e este foi um outro fator de desenvolvimento para o distrito, com a vinda de muitos trabalhadores e migrantes que passaram a depender da extração de pedras. Em 1926, as pedreiras passariam a uma companhia argentino-americana: a Compañia Americana de Construcciones y Pavimentos S.A. As pedras do Capão do Leão passaram a ser exportadas para a Argentina e Uruguai, além de muitas outras cidades do Rio Grande do Sul.
                O desenvolvimento do distrito permaneceu até aproximadamente até a década de 1940, quando a crise da fruticultura e o surgimento do Laranjal como espaço de veraneio pelotense contribuíram para certo retrocesso dos anos de progresso.

O surgimento das novas áreas urbanas e os movimentos de emancipação
                A região da atual Vila da Embrapa e Avenida Eliseu Maciel já tinha ocupação desde o ano de 1944 – ocasião em que foi criado o Instituto Agronômico do Sul (Agrisul) e depois cresceu com a criação da Universidade Federal de Pelotas em 1969.
                Entre o bairro Fragata em Pelotas e a Vila do Capão do Leão existia uma vasta zona de campos de arroz, aspargo e pequenas hortaliças, pouco povoada, denominada Várzea do Fragata. Em 1948, o empresário italiano radicado em Rio Grande, Comendador Henrique Loréa, comprou nessa região a antiga estância de Jairo Costa a fim de construir um bairro popular inspirado nas cidades-jardim inglesas. Em 1954, o bairro tornou-se realidade com o nome de Jardim América, embora durante os seus primeiros vinte e cinco anos, a transferência de moradores para o loteamento tenha sido lenta e pouco significativa. Entretanto, a partir da década de 1980, seu crescimento foi extraordinário, tornando-se em pouco tempo na maior zona urbana do município, com cerca de 15 mil habitantes.
                Em 1963, houve a primeira tentativa de emancipação do Capão do Leão, quando, embora o “SIM” tenha vencido, o prefeito de Pelotas Edmar Fetter conseguiu na Justiça anular o processo e impedir a separação do distrito.
                Apesar disso, o movimento de crescimento populacional permaneceu, pois a construção das rodovias BR-116 e BR-293 estimularam a vinda de novos moradores, bem como a instalação de frigoríficos e a expansão do campus da UFPel. Em 1974, desmembrou-se a antiga Fazenda Fragata, de Jair Matos da Silva Coronel, e foi criado o Parque Fragata. Em 1979, por iniciativa do Sr. Oriente Brasil Caldeira, surgiu o Loteamento Zona Sul. Em 1981, foi a vez do surgimento da Vila Gabriela Gastal.
                Uma das reclamações mais comuns dos moradores do distrito de Capão do Leão era a de que aquilo que era produzido aqui, não se revertia em benefícios para a própria região, seja na forma de serviços ou obras fundamentais por parte da Prefeitura de Pelotas. Por isso, em meados de 1981, começou-se um novo movimento emancipacionista, consagrado pela vitória do “SIM” em 28 de março de 1982 e sacramentado pelo decreto estadual que oficializou o município em 03 de maio de 1982.

Capão do Leão município
                O 1º. Prefeito de Capão do Leão foi o Sr. Elberto Madruga (PMDB), que passou a governar em 01 de janeiro de 1983. Antes de ser prefeito de Capão do Leão, Madruga foi sete vezes consecutivas vereador em Pelotas, sempre ligado a terras leonenses, defendendo seus interesses. Apesar disso, seu governo foi curto, pois Madruga faleceu em julho de 1985, sendo substituído pelo seu vice, Getúlio Victória (PMDB) que governou até o fim de 1988. Em 1989, assumiu o governo municipal Manoel Nei Neves (PFL), ficando no cargo de prefeito até 1992. Em 1993, Getúlio Victória (PMDB) retornou ao comando da prefeitura e foi substituído, a partir de 1997, pelo seu próprio antecessor, Manoel Nei (que agora já estava no PPB).
                A partir de 2001, tivemos dois mandatos consecutivos de Vilmar Motta Schmitt (PDT), que ainda fez seus dois sucessores: João Serafim Quevedo (2009-2012) e Cláudio Victória (2013-2016). O atual prefeito é o Sr. Mauro dos Santos Nolasco (PT).

Dados estatísticos de Capão do Leão
                A população estimada em 2017 é de 25.495 habitantes, de acordo com o IBGE. O território do município é de 785,4 km2.
                Nossa economia gira principalmente em torno da produção agrícola e de serviços. Os principais cultivos são o arroz (7.025 hectares), a soja (5.000 hectares) e o milho (3.500 hectares). Numa escala muito mais reduzida se encontram o amendoim, a aveia, o feijão, a mamona, a melancia, o pêssego, o sorgo e o trigo. Na pecuária, os principais rebanhos são o bovino, tanto o de corte (29.897 cabeças) quanto o leiteiro (3.800 cabeças), seguido do eqüino (2.936 cabeças) e ovino (2.092 cabeças). Outras criações são percebidas numa escala bem menor, embora a criação de galinhas gire em torno de 1.700 cabeças.
                No extrativismo vegetal, destaca-se a produção de eucaliptos (cerca de 600 hectares de área plantada). Já no extrativismo mineral, a extração artesanal do granito é uma atividade de importância consagrada em várias zonas do município como o Cerro do Estado, Cerro das Almas e Passo do Descanso, porém sem dados estatísticos. A extração industrial do granito (isto é, aquela feita por máquinas e técnicas especializadas) está paralisada desde o ano de 2010, quando ocorreu a última exploração de grande porte na Pedreira do Cerro do Estado. A Pedreira da Empem (no centro do município), por sua vez, está inativa desde 2006.
                Não se registra nenhuma produção industrial de destaque do município, com uma pequena relevância ainda de um frigorífico. No setor de serviços, o comércio de gêneros alimentícios é a atividade mais promissora (54,2% de empreendimentos), seguida da prestação de serviços (10,5 % dos empreendimentos) e do comércio de ferragens e material de construção (4,85% dos empreendimentos).

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Significado e origem de sobrenomes alemães - Parte 63 - Topônimos alemães na Polônia


Muitos sobrenomes de origem alemã são toponímicos (isto é, indicam a procedência de um lugar) que estão vinculados à área do antigo Império Alemão (1871-1919). Pois bem, o Império Alemão ou II Reich (de acordo com a historiografia germânica) abarcava territórios que hoje correspondem a vários países da Europa Central e Oriental (além da própria República Federal da Alemanha, hodiernamente), dentre eles a Polônia. Este fato é  importante, pois tanto a Pomerânia, quanto a Prússia Oriental (também um bom pedaço da Prússia Ocidental) - duas importantes províncias do Reich - estavam majoritariamente, em termos territoriais, na terra polonesa da atualidade. Segue uma lista de antigos nomes alemães para lugares na época do Império Alemão e seus correspondentes atuais na Polônia.

951. Alt Diedersdorf, condado de Landsberg-Warthe, Brandemburgo - Stare Dzieduszyce, aldeia no município de Witney, Lubúsquia.
952. Alt Döberitz, condado de Regenwalde, Pomerânia - Stara Dobrzyca, aldeia do município de Resko, Pomerânia Ocidental.
953. Alt Drewitz, condado de Crossen-Oder, Brandemburgo - Drzewice, aldeia do município de Okonek, Grande Polônia.
954. Alt Falkenberg, condado de Pyritz, Pomerânia - Chabowo, aldeia do município de Bielice, Pomerânia Ocidental.
955. Alt Fanger - Wegorza, vila no município de Osina, Pomerânia Ocidental.
956. Alt Grape, distrito de Pyritz, Pomerânia - Stare Chrapowo, aldeia no município de Bielice, Pomerânia Ocidental.
957. Alt Gurkowschbruch, condado de Friedeberg-Neumark, Brandemburgo - Górecko, vila do município de Zwierzyn, Lubúsquia.
958. Alt Hammer, condado de Brieg, Baixa Silésia - Kuznica Katowska, aldeia no município de Popielów, província de Opole.
959. Alt Hütten, condado de Belgard, Pomerânia - Dobino, aldeia do município de Polczyn-Zdrój, Pomerânia Ocidental.
960. Alt Järshagen, condado de Schlawe, Pomerânia - Stary Jaroslaw, aldeia no município de Darlowo, Pomerânia Ocidental.
961. Alt Jauernick, condado de Schweidnitz, Baixa Silésia - Stary Jaworów, aldeia no município de Jaworzyna Slaska, Baixa Silésia.
962. Alt Jugelow, condado de Stolp, Pomerânia - Gogolewo, aldeia no município de Debnica Kaszubska, Pomerânia.
963. Alt Karmunkau, condado de Rosenberg, Alta Silésia - Stare Karmonki, aldeia no município de Radlow, província de Opole.
964. Alt- und Neu Kermuschienen (de 1938 a 1945: Kermenau), condado de Darkehmen-Angerapp, Prússia Oriental - Kiermuszyny Male, localidade de Banie Mazurskie, Vármia-Masúria.
965. Alt Krakow, condado de Schlawe, Pomerânia - Stary Kraków, vila no município de Slawno, Pomerânia Ocidental.
966. Alt Krzywen (de 1936 a 1945: Alt Kriewen), condado de Lyck, Prússia Oriental - Stare Krzywe, aldeia no município de Stare Juchy, Vármia-Masúria.
967. Alt Kuddezow, condado de Schlawe, Pomerânia - Chudaczewo, vila do município de Postomino, Pomerânia Ocidental.
968. Alt Kugelwitz, condado de Schlawe, Pomerânia - Kowalewice, vila do município de Darlowo, Pomerânia Ocidental.
969. Alt Kuttendorf, condado de Neustadt, Alta Silésia - Stare Kotkowice, aldeia no município de Oberglogau, província de Opole.
970. Alt Leese, condado de Randow, Pomerânia - Stare Lesno, vila do município de Police, Pomerânia Ocidental.
971. Alt Libbehne, condado de Pyritz, Pomerânia - Lubiana Pyrzycka, aldeia do município extinto de Piasecznik (abolido em 1972), hoje parte do município de Szczecin, Pomerânia Ocidental.
972. Alt Lietzegöricke, condado de Königsberg-Neumark, Brandemburgo - Stare Lysogórki, aldeia do município de Mieszkowice, Pomerânia Ocidental.
973. Alt Lüfitz, condado de Belgard, Pomerânia - Lulewice, aldeia do município de Bialogard, Pomerânia Ocidental.
974. Alt Marrin, condade de Kolberg, Pomerânia - Mierzyn, vila do município de Dobra, Pomerânia Ocidental.
975. Alt Mohrau, condado de Habelschwerdt, Silésia - Stara Morawa, vila no município de Stronie Slaskie, Baixa Silésia.
976. Alt Neisbach, condado de Habelschwerdt, Silésia - Potoczek, aldeia do município de Miedzylesie, Baixa Silésia.
977. Alt Paalow, condado de Schlawe, Pomerânia - Palowo, aldeia do município de Postomino, Pomerânia.
978. Alt Passarge, condado de Heiligenbeil, Prússia Oriental - Stara Pasleka, aldeia no município de Braniewo, Vármia-Masúria.
979. Alt Poppelau, condado de Oppeln, Alta Silésia - Popielów, cidade na província de Opole.
980. Alt Prilipp, condado de Pyritz, Pomerânia - Stary Przylep, cidade da Pomerânia.
981. Alt Quackow, condado de Neustettin, Pomerânia - Kwakowo, vila do município de Kobylnica, Pomerânia.
982. Alt Quetzin - Kukinia, aldeia do município de Kolobrzeg, Pomerânia Ocidental.
983. Alt Reblin - Reblino, vila do município de Kobylnica, Pomerânia.
984. Alt Ritzerow, condado de Belgard-Schivelbein, Pomerânia - Rycerzewko, aldeia do município de Swidwin, Pomerânia Ocidental.
985. Alt Rosenberg, condado de Rosenberg, Alta Silésia - Stare Olesno, vila do município de Olesno, província de Opole.
986. Alt Rüdnitz, condado de Königsberg-Neumark, Brandemburgo - Stara Rudnica, aldeia no município de Cedynia, Pomerânia Ocidental.
987. Alt Rudowken, condado de Sensburg, Prússia Oriental - Stara Rudówka, aldeia no município de Ryn, Vármia-Masúria.
988. Alt Sanskow, condado de Belgard, Pomerânia - Zajaczkowo, parte do município de Polczyn-Zdrój, Pomerânia Ocidental.
989. Alt Schabienen (de 1938 a 1945: Altlautersee), condado de Darkehmen-Angerapp, Prússia Oriental - Stary Zabin, localidade do município de Banie Mazurskie, Vármia-Masúria.
990.Alt Schalkowitz (de 1936 a 1945: Alt Schalkendorf), condado de Oppeln, Alta Silésia - Stare Siolkowice, vila em Popielów, província de Opole.
991. Alt Schlage, distrito de Belgard-Schivelbein, Pomerânia - Slawa, aldeia do município de Swidwin, Pomerânia Ocidental.
992. Alt Schlawe, condado de Schlawe, Pomerânia - Slawsko, aldeia do município de Salwno, Pomerânia Ocidental.
993. Alt Springe, condado de Dramburg, Brandemburgo/Pomerânia - Borowa, localidade do município de Wroclawski, Baixa Silésia.
994. Alt Storkow, condado de Saatzig, Pomerânia - Storkowo, aldeia do município de Grzmiaca, Pomerânia Ocidental.
995. Alt Stüdnitz, condado de Dramburg, Brandemburgo/Pomerânia - Stara Studnica, aldeia do município Kalisz, Pomerânia Ocidental.
996. Alt Tessin, condado de Cammin, Pomerânia - Troszyn, município na Mazóvia.
997. Alt Tramm, condado de Kolberg, Pomerânia - Stramnica, aldeia no município de Kolobrzeg, Pomerânia Ocidental.
998. Alt Ujest (de 1936 a 1945: Alt Bischofstal), condado de Gross Strelitz, Alta Silésia - Stary Ujazd, vila no município de Ujest, província de Opole.
999. Alt Uszanny (de 1905 a 1945: Grünheide), condado de Johannisburg, Prússia Oriental - Usciany Stare, aldeia do município de Pisz, Vármia-Masúria.
1000. Alt Warschow, condado de Schlawe, Pomerânia - Warszkowo, vila do município de Slawno, Pomerânia Ocidental.

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Significado e origem de sobrenomes alemães - Parte 62 - Topônimos alemães na Polônia



Muitos sobrenomes de origem alemã são toponímicos (isto é, indicam a procedência de um lugar) que estão vinculados à área do antigo Império Alemão (1871-1919). Pois bem, o Império Alemão ou II Reich (de acordo com a historiografia germânica) abarcava territórios que hoje correspondem a vários países da Europa Central e Oriental (além da própria República Federal da Alemanha, hodiernamente), dentre eles a Polônia. Este fato é  importante, pois tanto a Pomerânia, quanto a Prússia Oriental (também um bom pedaço da Prússia Ocidental) - duas importantes províncias do Reich - estavam majoritariamente, em termos territoriais, na terra polonesa da atualidade. Segue uma lista de antigos nomes alemães para lugares na época do Império Alemão e seus correspondentes atuais na Polônia.

901. Aalgraben, condado de Randow, Pomerânia - Węgornik, aldeia da cidade de Police, Pomerânia Ocidental.
902. Abrahamsruh, condado de Goldap, Prússia Oriental - Jabramowo, aldeia da cidade de Goldap, Vármia-Masúria.
903. Abschermeningken (de 1932 a 1945, foi chamado de Almental), condado de Darkehmen-Angerapp, Prússia Oriental - Obszarniki, aldeia da cidade de Banie Mazurskie, Vármia-Masúria.
904. Abtshagen, condado de Schlawe, Pomerânia - Dobiesław, aldeia da cidade de Darlowo, Pomerânia Ocidental.
905. Ackermühle, condado de Rummelsburg, Pomerânia - Studnica, aldeia da cidade  de Miastko, Pomerânia.
906. Adamsdorf, condado de Soldin, Brandemburgo - Sulimierz, aldeia da cidade de Myslibórz, Pomerânia Ocidental.
907. Adamsheide, condado de Osterode, Prússia Oriental - Jadamowo, cidade na Vármia-Masúria.
908. Adelnau, condado de Adelnau, Posnânia - Odolanów, cidade na Grande Polônia.
909. Adelsbach, condado de Waldenburg, Silésia - Struga, aldeia da cidade de Stare Bogaczowice, Baixa Silésia.
910. Adlersfelde, condado de Goldap, Prússia Oriental - Orliniec, povoado da cidade de Dubeninki, Vármia-Masúria.
911. Adlershorst (de 1939 a 1945: Gotenhafen-Adlershorst), condado de Neustadt, Prússia Ocidental - Orlowo, município da Pomerânia.
912. Adlig Bialla (de 1938 a 1945: Bleichenau), condado de Lötzen, Prússia Oriental - Biala Gizycka, comunidade do município de Wydminy, Vármia-Masúria.
913. Adlig Borken, condado de Johannisburg, Prússia Oriental - Borki, aldeia da cidade de Pisz, Vármia-Masúria.
914. Adlig Kessel, condado de Johannisburg, Prússia Oriental - Kociolek Szlachecki, aldeia da cidade de Pisz, Vármia-Masúria.
915. Adlig Kublitz, condado de Stolp, Pomerânia - Kobylniczka, aldeia da cidade de Kobylnica, Pomerânia.
916. Adlig Neufelde, condado de Oletzko-Treuburg, Prússia Oriental - Bialskie Pole, aldeia do município de Kowale Oleckie, Vármia-Masúria.
917. Adlig Rakowen (domínio; de 1938 a 1945: Raken), condado de Johannisburg, Prússia Oriental - Rakowo, aldeia do município de Pisz, Vármia-Masúria.
918. Adlig Rakowen (aldeia; de 1938 a 1945: Raken), condado de Johannisburg, Prússia Oriental - Rakowo Piskie, aldeia do município de Pisz, Vármia-Masúria.
919. Adlig Wolla (de 1938 a 1945: Freihausen), condado de Lötzen, Prússia Oriental - Panska Wola, aldeia da cidade de Wydminy, Vármia-Masúria.
920. Adolfsaue, condado de Arnswalde, Pomerânia - Zdrójno, vila do município de Osieczna, Pomerânia.
921. Adolfshof, condado de Greifenberg, Pomerânia - Grebocin, vila do município de Gryfice, Pomerânia Ocidental.
922. Adolphium - Witoslaw, localidade dentro da aldeia de Sulechówko, município de Malechowo, Pomerânia Ocidental.
923. Agneshof, condado de Königsberg-Neumark, Brandemburgo - Rosnowo Chojenskie, localidade no município de Rosnów, Pomerânia Ocidental.
924. Albendorf, condado de Landeshut, Silésia - Okrzeszyn, aldeia da cidade de Lubawka, Baixa Silésia.
925. Albendorf, condado de Glatz, Silésia - Wambierzyce, aldeia do município de Klodzko, Baixa Silésia.
926. Albertinenburg, condado de Soldin, Brandemburgo - Lutówko, aldeia do município de Sepólno Krajenskie, Cujávia-Pomerânia.
927. Albertinenhof, condado de Saatzig, Pomerânia - Mokryca (local não encontrado).
928. Albrechtsdorf, condado de Rosenberg, Alta Silésia - Wojciechów, aldeia do município de Lubomierz, Baixa Silésia.
929. Albrechtsdorf, condado de Landsberg, Prússia Oriental - Wojciechy, aldeia do município de Bartoszyce, Vármia-Masúria.
930. Albrechtsdorf - Karczno (local não encontrado).
931. Allenstein, Prússia Oriental - Olsztyn, cidade na Vármia-Masúria.
932. Alt Ballupönen (de 1938 a 1945: Schanzenhöf), condado de Darkehmen-Angerapp, Prússia Oriental - Stare Gajdzie, aldeia no município de Banie Mazurskie, Vármia-Masúria.
933. Alt Banzin, condado de Köslin, Pomerânia - Bedzino, município na Pomerânia Ocidental.
934. Alt Beelitz, condado de Friedeberg-Neumark, Brandemburgo - Stare Bielice, aldeia do município de Drezdenko, Lubúsquia.
935. Alt Belz, condado de Köslin, Pomerânia - Stare Bielice, aldeia do município de Biesiekierz, Pomerânia Ocidental.
936. Alt Berun - Bierun, cidade na Silésia.
937. Alt Bewersdorf, distrito de Schlawe, Pomerânia - Bobrowice, vila do município de Slawno, Pomerânia Ocidental.
938. Alt Blessin, distrito de Königsberg-Neumark, Brandemburgo - Stary Bleszyn, aldeia do município de Mieskowice, Pomerânia Ocidental.
939. Alt Bodschwingken (de 1938 a 1945: Alt Herandstal), condado de Goldap, Prússia Oriental - Bocwinka, aldeia da cidade de Goldap, Vármia-Masúria.
940. Alt Bork, condado de Köslin, Pomerânia - Stary Borek, vila do município de Kolobrzeg, Pomerânia Ocidental.
941. Alt Buckow, condado de Belgard, Pomerânia - Bukowo, vila do município de Tychowo, Pomerânia Ocidental.
942. Alt Budkowitz (de 1936 a 1945: Alt Baudendorf), condado de Oppeln, Alta Silésia - Stare Budkowice, localidade da cidade de Opole, província de Opole.
943. Alt Cosel, condado de Cosel, Alta Silésia - Stare Kozle, localidade do município de Bierawa, província de Opole.
944. Alt Czymochen (de 1929 a 1945: Finterwalde), condado de Lyck, Prússia Oriental - Stare Cimochy, aldeia da cidade de Kalinowo, Vármia-Masúria.
945. Alt Damerow, condado de Saatzig, Pomerânia - Stara Dabrowa, município na Pomerânia Ocidental.
946. Alt Damerow, condado de Stolp, Pomerânia - Stara Dabrowa, aldeia do município de Damnica, Pomerânia.
947. Alt Damm, condado de Randow, Pomerânia - Dabie, distrito da cidade de Szczecin, Pomerânia Ocidental.
948. Alt Damuster, condado de Randow, Pomerânia - Stary Debostrów, aldeia da cidade de Police, Pomerânia Ocidental.
949. Alt Dargsow, condado de Cammin, Pomerânia - Dargoszewo, vila do município de Golczewo, Pomerânia Ocidental.
950. Alt Deetz, condado de Soldin, Brandemburgo - Stara Dziedzina, assentamento em Barlinek, Pomerânia Ocidental.

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Centro Abolicionista de Pelotas


"Abolição em Pelotas

Realisou-se em Pelotas, a 1 do corrente mez, como estava annunciada, uma grande reunião popular para tratar da libertação dos escravisados do município.

Foi numerosa a reunião, ficando organisado um Centro Abolicionista, sob a presidência do dr. Leopoldo Maciel, barão de S. Luiz.

Constituíram-se as seguintes commissões:

1a. commissão (cidade e suburbios) - Barão de São Luiz, visconde da Graça, Antonio J. Pinto da Rocha.

2a. commissão - Manoel Soares da Silva, Francisco Nunes de Souza, Leopoldo Joucla.

3a. commissão - Lucio Lopes dos Santos, Joaquim da Silva Tavares, Manoel José de Oliveira.

4a. commissão - Scipião José de Souza, barão de Correntes, barão do Arroio Grande.

5a. commissão - Dr. Augusto de J. de Siqueira Canabarro, dr. Miguel Rodrigues Barcellos e Possidonio Mancio da Cunha.

6a. commissão (Boa Vista) - Junius Brutus C. de Almeida, Antonio Antunes da Porciuncula Costa e Benito Maurell Filho.

7a. commissão (Buena) - João Manoel Barbosa, Protestato Barbosa e José Zeferino Torres.

8a. commissão (Boqueirão) - Antonio Rodrigues de Souza, Salvador Rodrigues de Quevedo e Antonio Vieira da Silva Braga.

Também foram escolhidas para fazer parte do Centro Abolicionista as jovens pelotenses Maria Francisca Gomes da Costa, Maria das Dôres Machado e Angelica Borges da Conceição Filha.

Estando presente á reunião, o cidadão José Joaquim Caldeira declarou que a 7 de setembro entregaria as cartas de liberdade aos nove escravos que possuía.

Com esta organisação, os abolicionistas de Pelotas, a exemplo dos de Porto Alegre, não tardarão a proclamara a completa emancipação dos escravisados em todo o município.

Então poderemos erguer a saudação freneticamente abolicionista:

- Urrah pela formosa Pelotas!"

Fonte: A FEDERAÇÃO, 07 de Setembro de 1884, p.01, c.06

terça-feira, 24 de abril de 2018

Domingos Guedes Cabral

Por Fernando Osório

"Filho de Antonio Quinhones de Mattos Cabral e D. Anna Rita do Carmo Cabral. Nasceu a 4 de julho de 1811 em Pelotas. Faleceu na Bahia, Cidade do Salvador, a 6 de março de 1871. Veio para Bahia como empregado no comércio; aí foi guarda-livros, depois do que deixou o emprego pelas letras. Estudou Humanidades com alguns recursos que seu pai lhe fornecia. Com a morte deste, fez concurso para professor de primeiras letras e assim se formou. 

Desde cedo tinha ideias republicanas, dedicando-se à imprensa, fazendo propaganda com o ardor próprio de seu temperamento fogoso. Escreveu em vários jornais: 'O Democrata' (órgão de propaganda), Bahia, 1836 a 1842. Creio não ter sido 'O Guarany' o jornal em que escreveu o eminente repúblico e sim o 'Guaycurú', órgão francamente republicano, de 1842 a 1850. Foi esse jornal que fez, em 1848, terrível oposição ao General Andréa, depois Barão de Caçapava, tendo por epígrafe estes dois versos de Garret na tragédia Catão:

Da liberdade a árvore não cresce
Se a não rega dos déspotas o sangue.

'Dos seus ardorosos artigos sobressaem as séries: Forma Republicana, Tenebrosos Mysterios da Bahia, em torno de uma questão chamada Passos que agitava a Bahia (80 artigos). Redigiu ainda 'O Interesse Publico', 1860-1861. E, mais, escreveu um livro, 'A Política e os Políticos', obra de desilusão, que procurou extinguir antes de morrer, salvando-se parte em mãos do seu filho de igual nome, nascido na Bahia a 29 de outubro de 1852 e morto a 27 de janeiro de 1883, e que se tornou célebre por uma tese apresentada para formatura na Faculdade de Medicina da Bahia: 'Funcções do Cerebro Bahia', 1876 - 265 páginas - tese que causou sensação por ser reputada pela Faculdade como lesiva à religião do Estado. Imprimiram-na os colegas. O filho teve na Bahia muito mais renome que o pai, até pelas extravagâncias de pensor."

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Combates da Revolução Federalista


Combate do Salsinho
Gumercindo Saraiva (maragato) vs. Cel. Antônio Adolfo da Fontoura Mena Barreto (pica-pau)
Vitória legalista (pica-pau)

Batalha do Passo do Inhanduí
Gal. João Nunes da Silva Tavares (maragato) vs. Gal. Lima & Hipólito Ribeiro (pica-paus)
Vitória legalista (pica-pau)

Combate do Piraí
Cmdte. Joca Tavares & outros chefes revolucionários (maragatos) vs. Cel. Mena Barreto (pica-pau)
Vitória legalista (pica-pau)

Combate Serrilhada
Cmdte. Gal. Salgado & Aparício Saraiva (maragatos) vs. Cel. Galvão (pica-pau)
Vitória revolucionária (maragata)

Combate Cerro do Ouro
Cmdtes. Gumercindo Saraiva, Azambuja, Chagas e Aparício Saraiva (maragatos) vs. Gal. Francisco Portugal (pica-pau)
Vitória revolucionária (maragata)

Combate de Upamaroti
Gal. João Batista Telles, Gal. Francisco Lima & Cel. Mena Barreto (pica-paus) vs. Gumercindo Saraiva, Gal. Salgado & outros (maragatos)
Vitória legalista (pica-pau)

Combate Rio Ibicuí - Passo Mariano Pinto
Gal. Lima (pica-pau) vs. Gumercindo Saraiva (maragato)
Vitória legalista (pica-pau)

Combate de Itajaí
Divisão do Norte & Gumercindo Saraiva (maragatos e antiflorianistas) vs. Marinha de Guerra do Brasil (força legalista)
Vitória legalista

Combate do Rio Negro
Mal. Isidoro Dias Lopes (pica-pau) vs. Gal. João Nunes da Silva Tavares (maragato)
Vitória revolucionária (maragata)

Cerco de Bagé (46 dias)
Gal. João Nunes da Silva Tavares (maragato; sitiante) vs. Cel. Carlos Maria da Silva Teles (pica-pau; sitiado)
Vitória legalista (pica-pau)

Combate Passo da Cruz
Cel. Chachá Pereira (pica-pau) vs. Gal. Lima & Gumercindo Saraiva (maragatos)
Vitória legalista (pica-pau)

Batalha do Passo Fundo
Gal. Lima (pica-pau) vs. Gumercindo Saraiva (maragato)
Vitória legalista (pica-pau)

Combate de Caroví
10 de agosto de 1894
Vitória legalista (pica-pau)

Combate das Laranjeiras
Cel. Fabrício B. O. Pilar (pica-pau; morto neste combate) vs. Cel. Inácio Cortez (maragato)
Vitória legalista (pica-pau)

Combate das Traíras
Cel. Cipriano da Costa Ferreira (pica-pau) vs. Cel. Zeca Tavares (maragato)
Vitória legalista (pica-pau), mas com grande número de baixas

Paz de Pelotas
23 de agosto de 1895
Assinam a pacificação: presidente Prudente de Moraes, Gal. Inocêncio Galvão Queiroz (pelas forças da legalidade) e Gal. João Nunes da Silva Tavares (pelas forças federalistas)

Vitória final das forças legalistas e pacificação do Rio Grande do Sul: hegemonia do Partido Republicano Rio-Grandense até 1930, entremeada pela Revolução de 1923.

Adaptado da fonte original: SILVEIRA, José Luiz. Revolução Federalista de 1893. In: NEUBERGER, Lotário (org.). RS no contexto do Brasil. Porto Alegre: CIPEL, EDIPLAT, 2000, P. 111-124.


domingo, 22 de abril de 2018

Escola do Capão do Leão ganha repercussão nacional por causa de suas postagens em rede social


Se a minha postagem está causando desconforto em alguns, venho aqui esclarecer que apenas reportei o que estava acontecendo na internet, principalmente no twitter, tanto que expliquei claramente a origem da fonte das informações. Por isso algumas considerações:

1 - Eu postei minha opinião e até que acredito que foi bem ponderada, mas não fui eu  que propaguei esta informação. Por volta de 17h30min do domingo, quando me deu conta do fato via um retweet de uma pessoa que sigo no twitter, fui ao facebook verificar se a página ainda estava no ar. Não estava. Porém os printscreens com menção ao nome da escola estavam distribuídos e compartilhados numa infinidade de grupos desta mesma rede social, desde mais próximos como grupos de Pelotas, até grupos de Porto Alegre, Curitiba e São Paulo, além de inúmeras páginas e perfis estarem compartilhando o fato.

2 - Eu reafirmo meu pensamento sobre quatro printscreens das postagens mencionadas: estão inadequados, no meu ponto de vista, pois até onde sei não se pode vincular opinião política a ente público. Qualquer jurista vai dar sua opinião cabal sobre o assunto. Além disso, a postagem sobre os conceitos de "nazismo", "esquerda" e "direita" é muito simplista sim, pois até mesmo pensadores alinhados com a própria esquerda jamais se arriscariam a cometer um reducionismo daquela forma.

3 - Em nenhum momento eu afirmei sobre doutrinação, tanto que volto a dizer: eu usei os adjetivos inadequado e simplista. Tanto que ainda ponderei a favor da escola no caso da postagem do desfile de Sete de Setembro e da postagem que vincula a orientação política dos professores a uma suposta influência na escola.

4 - Aliás, o objeto da minha crônica foram as postagens, não a escola. Tanto que ainda fui bem explícito em asseverar que "não tenho elementos para avaliar" possíveis desdobramentos jurídicos.

5 - Não acredito realmente que eu seja alvo para alguma coisa. Meu blog é pequeno e regionalizado, com uma média de 300 acessos/dia e pouco mais de 200 curtidas em sua página oficial no facebook. Já a fonte original dos printscreens tem cerca de 18 mil seguidores no twitter, 161 mil no facebook e recebe cerca de 20 mil acessos/dia. Isto é, se o fato viralizou (e posso afirmar pelo que percebi, observações muito mais ácidas sobre o assunto foram feitas), a fonte original possui um raio de alcance infinitamente maior.

6 - E se não concordam em nada comigo, peço a gentileza de simplesmente me ignorarem. É um direito que se espera que seja exercido numa sociedade democrática.

Atualização às 00:37 do dia 24 de abril de 2018.








Telefone em Pelotas em 1878


"Pelotas. - 

(...)

- No dia 23 fôra realisada uma experiência sobre as vantagens da nova invenção, o telephono. O apparelho fôra collocado entre a casa dos srs. Ferreira & Antunes e a Livraria Americana. O successo da experiencia correspondera á expectação das pessoas que em ambas as casas se tinham reunido."

Fonte: DIARIO DO RIO DE JANEIRO, 02 de maio de 1878, p.01, c.04

sábado, 21 de abril de 2018

O Litoral do Brasil


"Passando agora a considerar o aspecto do litoral brasileiro, verifica-se ser ele constituído, na sua maior extensão, por praias oceânicas de contornos suaves, francamente batidas pela vaga do largo. De uma maneira geral, ao longo da linha costeira, os acidentes geográficos escasseiam: nem o mar invade, nem a terra avança; faltam mediterrâneos, penínsulas, golfos, ilhas consideráveis; os dois elementos coexistem, quase sem transições e sem penetração. A costa norte corre mais baixa, quase retilínea e entremeada de dunas e lençóis de areia aquém Amazonas; baixa, lamacenta, de contornos variáveis, entre o Amazonas e o Oiapoque. Os materiais marinhos, os sedimentos fluviais dão-lhe o aspecto das costas compensadas; os portos rareiam, as barras dos rios são as verdadeiras entradas, em geral precárias.

A costa, desde Pernambuco até Santa Catarina, arrima-se à serra do Mar, varia de aspecto: aqui, extensões arenosas; além, barreiras vermelhas, encostas encobertas de matas ou montanhas que arcam com as ondas. Nela existem as maiores baías do Brasil: Todos os Santos, Camamu, Guanabara, Angra dos Reis e Paranaguá. Em larga porção do litoral os bancos de coral sucedem-se quase sem interrupção, acompanhando a costa. As aberturas concedidas pela natureza nessa barreira apenas dão acesso a alguns portos sofríveis. Também os estuários dos inúmeros e caudalosos rios que desaguam nos mares brasileiros, por um capricho infeliz da natureza, não proporcionam portos abrigados e livres de perigos. A lama, os baixios e outros entraves à navegação acumulam-se na foz dos rios de alentado volume de água como o Parnaíba, o São Francisco, o Jequitinhonha e o Paraíba do Sul, permitindo, quando muito, a precária instalação de portos de terceira categoria. O próprio estuário do Amazonas apresenta sérias limitações à livre navegação.

As condições geralmente pouco favoráveis do litoral brasileiro são mais facilmente avaliadas sendo comparadas às de nações marítimas, como a Grécia e a Grã-Bretanha. O pequeno país balcânico, com apenas 130 mil quilômetros quadrados de território continental e insular, graças à costa extremamente recortada da península e ao grande número de arquipélagos, possui um desenvolvimento litorâneo superior ao do Brasil, com 8,5 milhões de quilômetros quadrados, banhado pelo Atlântico em metade de seus limites. Na Grã-Bretanha, quase todos os pequenos rios abrem-se junto ao mar em estuários amplos e profundos. As marés das enchentes levam, sem empecilhos, as águas oceânicas até bem o interior. É nas largas bocas desses rios de pequeno curso que se situam os portos mais movimentados da Ilha: Londres, Liverpool, Bristol, Cardiff, Newcastle, Hull, Glasgow. Em toda volta da Ilha Britânica, dificilmente navega-se mais de cem milhas sem encontrar um porto amplo e seguro. Que contraste com o Brasil que, das bocas do Amazonas até o cabo Calcanhar, numa extensão de mil milhas, não apresenta uma única baía capaz de abrigar convenientemente muitos navios de porte, ao mesmo tempo, e que do Oiapoque ao Chuí só possui seis portos dando acesso fácil a navios de média tonelagem!

Todavia, em alguns trechos da costa brasileira, a natureza foi menos ingrata e abriu portos cujas excelências são inegáveis. No litoral baiano encontra-se a magnífica baía de Todos os Santos, além de outras de menor importância; no Espírito Santo há a razoável entrada que constitui o porto de Vitória, mas é sobretudo no largo côncavo, entre o Cabo Frio e o Cabo de Santa Marta Grande, que a costa brasileira apresenta melhores perspectivas para o contato das populações com o mar. Os contrafortes das serras, nesse trecho, desmancham-se no oceano, alterando totalmente o aspecto quase uniforme do litoral. As dunas de areia desaparecem, sendo substituídas por montanhas escarpadas e rochosas. As praias, geralmente menores, são limitadas por cabos, pontas ou penínsulas. Surgem ilhas, grandes e pequenas, próximas à franja costeira. As enseadas sucedem-se. Mais de dois terços das melhores baías naturais do Brasil ficam situadas nesse trecho relativamente do litoral.


Também é nessa parte do litoral que a pesca é mais abundante, talvez em virtude do encontro da corrente fria das ilhas Falklands. Entretanto, apesar de não serem desprezíveis as oportunidades oferecidas pela pesca ao longo de toda a costa do país, é de notar não serem encontradas em nenhum trecho as espécies mais cobiçadas. Não há nos mares brasileiros nada que se compare à riqueza representada pelos cardumes de arenque, salmão ou bacalhau, tão comum nas águas do Japão, do mar do Norte ou das costas da península do Lavrador. Em suma, comparado às condições promissoras do vasto e rico interior, o litoral brasileiro pouco tem a oferecer. Não foi, em consequência, senão uma fração mínima dos habitantes do Brasil que se deixou fixar junto ao mar, nele buscando a maneira de viver.

Naturalmente, numa extensão tão longa de contato forçado do homem com o elemento líquido, não só na orla oceânica, como também nas margens dos rios, alguns grupamentos humanos encaminharam-se para a vida marítima. Surgiram, assim, na bacia Amazônica e ao longo do litoral, populações dedicadas à exploração da pesca costeira ou à exploração do transporte sobre as águas. Em particular, os habitantes das margens dos rios da bacia do Amazonas foram obrigados a adotar uma condição de vida por assim dizer anfíbia, dada a estreita dependência em que vivem do elemento líquido. Ali, os rios não fornecem apenas o alimento, como também o único meio de contato com o resto do mundo ou mesmo com o vizinho mais próximo. Tal estado de coisas obriga a existência de um número de embarcações quase igual ao de habitantes. Desde a mais tenra idade, todas as pessoas habituam-se ao manejo dos remos e das velas dos pequenos botes. Para as populações dos rios amazônicos as pequenas embarcações significam a mesma coisa que o cavalo para o gaúcho. Toda vida econômica ou social depende delas.

Nas praias infindáveis da costa brasileira, de preferência nas angras, baías e na foz dos rios, desenvolveram-se, como em quase todos os países banhados pelo oceano, pequenos povoados de pescadores. Paupérrimos e isolados do progresso, os pescadores brasileiros adotaram práticas que pouco têm evoluído e que não lhes permitiram ganhar o largo. No Nordeste, as condições peculiares da região originaram a jangada, própria para vencer as arrebentações das praias batidas, para passar por sobre os baixios de coral e para navegar com os ventos alísios, mas de pouco rendimento na pesca e imprópria para cruzeiros de maior amplitude. Nos demais trechos da costa, a embarcação mais adotada foi a canoa de tronco, herança indígena, também de possibilidades limitadas. Tanto o jangadeiro do Nordeste como o 'caiçara' do Sul têm de comum o atraso e a pobreza. Um e outro retiram das ondas pouco mais que o mínimo necessário à própria alimentação e à de família.

Quanto à pesca do mar alto, só surgiu em termos recentes. Ao que parece, durante todo o período colonial, a pesca ao largo só foi efetuada por pescadores biscainhos que de 1603 a 1798 detiveram o monopólio da pesca da baleia. Esta, durante bastante tempo, foi a indústria lucrativa, pois os cetáceos abundavam ao longo do litoral do Nordeste e muitas das sólidas construções do Brasil Colônia, ainda hoje de pé, eram edificadas com o cimento à base de óleo de baleia. Mas esta forma de atividade marítima desapareceu por quase um século. Persistiu apenas a pesca costeira, suprindo o consumo local das populações, pois a ausência de uma indústria de conservas de peixe não permitiu que os produtos do mar chegassem às mesas dos habitantes do interior. Foi só em anos recentes que às possibilidades das águas ao longo do litoral do Brasil se abriram novos horizontes. Entretanto, não se pode prever ainda nem quais serão os reflexos no desenvolvimento marítimo do país proporcionado pelas atividades pesqueiras.

A par da pesca praiana, surgiu nos tempos coloniais uma outra forma incipiente de atividade marítima, representada pela navegação que atendia ao intercâmbio das fazendas, engenhos e cidades próximas. Esta navegação, praticada em embarcações de pequeno porte, ganhou desenvoltura principalmente no Recôncavo Baiano, na Região Amazônica e na baía de Guanabara.

A limitada atividade marítima desenvolvida ao longo da costa pouco ou nada contribuiu para o crescimento das cidades oceânicas brasileiras. Elas se mantiveram, desde fundadas até o despontar do século XX, mais como centros administrativos do que como centros marítimo-comerciais de vida própria. Com possível exceção de Recife, não surgiram espontaneamente de aglomerados de pescadores e marinheiros nos pontos mais favoráveis do litoral, mas sim como fruto de decisões tomadas na Metrópole, visando consolidar a posse da terra. Cresceram sem assumir a feição característica das cidades marítimas, de cais movimentados, estaleiros em atividade febril e todo um vasto círculo de empreendimentos voltados para as necessidades das frotas. Não proliferou no Rio, em Salvador, no Recife ou Belém uma classe numerosa com interesses de vulto no mar. O escoamento dos produtos coloniais, a imigração e o tráfico negreiro concorreram, sem dúvida, em certo grau, para a prosperidade dos portos brasileiros, mas sem lhes emprestarem o cunho próprio dos centros voltados para as empresas oceânicas. A alguns poucos armazéns e trapiches onde comerciantes reinóis e representantes da Coroa embarcavam café ou açúcar utilizando o braço escravo, a algumas pequenas oficinas de reparos navais, a diversos estaleiros para embarcações miúdas, às vezes a um arsenal de marinha, resumiam-se os recursos navais dos portos brasileiros. Nada, enfim, identificava as cidades atlânticas do Brasil com os tradicionais centros marítimos da Europa, a exemplo de Lisboa, Gênova, Veneza e Amsterdam. Não foi senão no século XX que o incremento do comércio exterior obrigou o Rio e sobretudo Santos a adquirirem características de cidades portuárias.

Em suma, até o século XIX a agricultura e a pecuária absorveram quase totalmente a população do Brasil, deixando ao comércio, à indústria e às demais atividades parcelas pequenas dos habitantes do país. No mar, os brasileiros foram pouco além da pesca rudimentar, próxima ao litoral, e da navegação de cabotagem. Essa situação se modificou em parte depois da Independência, principalmente nas últimas décadas, por força da evolução econômica sofrida pela nação, mas até hoje é o brasileiro um povo eminentemente continental, a maioria de seus filhos vivendo em ambiente rural e do solo tirando o sustento. Sob esse aspecto apenas alguns países como a China, a Índia, a Indonésia, o Egito e a Rússia apresentaram analogia. Com exceção do trigo consumido principalmente nas cidades, é dos campos do interior que provêm os produtos básicos da alimentação do homem brasileiros: a mandioca, o arroz, o feijão e a carne. O mar só é fonte importante de suprimento alimentar para os habitantes de determinadas regiões litorâneas e da Amazônia.

Portanto, como resultado de uma série de circunstâncias, predominantemente geográficas mas também históricas, políticas, econômicas e sociais, até hoje não se estabeleceram laços efetivos entre o mar e a nação brasileira."

Fonte: CAMINHA, João Carlos Gonçalves. História marítima. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1980, p. 253-258.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...