Sobrenome alemão patronímico simples do nome germânico Falko (significa falcão e é usado até hoje). Maior concentração do sobrenome está na Renânia do Norte-Vestfália. Variante: FALKUSS.
História, Genealogia, Opinião, Onomástica e Curiosidades.Capão do Leão/RS. Para informações ou colaborações com o blog: joaquimdias.1980@gmail.com
Variante: KAWALEK.
Maiores concentrações do sobrenome estão em Cloppenburg, na Baixa Saxônia, em Berlim e no estado alemão da Saxônia.
Por fim, também pode ser um patronímico do nome Jurek - que é uma forma dialetal polaca para o nome Jorge.
Primeiramente, pode ser uma forma patronímica curta para o nome latino Gallus. Pode ainda ser uma variante fonética de KASCH - que vem a ser um hipocorístico dos nomes Kashmir, Kaspar ou Lukas. Também pode ter o sentido metonímico e significa empolgado, animado, entusiasmado, jovial.
Normalmente, a forma GASCH embora identificada com a etimologia alemã é encontrada em zonas de língua polaca e sorábia.
Variante: KUKUC.
Variantes: BALLUSECK, BALOUSEK.
BIALUSZEK não está relacionado. É polaco e significa branco, pálido, enbranquecido.
Variantes: WALECZKO, WALETSCHKE (pomerano).
Variantes: BOÈKA, BOÈYTI.
Variantes: KLAIS (curlandês), KLAIT (prussiano), KLAIPYTI (lituano), KLAIPIKAS, KLAIPEDIN, KLAIPSTIES, KLEIPS, KLEIPEDA, KLEIPODSZUS, KLEIPSTIES, KLEIPSTIS, KLEIPSZTIES.
Pode ainda também ser um toponímico relacionado às aldeias de Schroyte, no distrito de Braunsberg, ou Scrodowegis, no distrito de Samland.
Variantes: SCROYTE, SCHROYTE, SCOYTE, SCHROYTINES, SKROCKI, STKROCZKY, SKRODCZKY, SKRODTZKI, SKROTZKE, SKROTZKI, SKROTZY.
Variantes: JAMRATH, CAMRATH, KAMMERATH, KAMRADT, KAMRATT, KAMROTS.
Ao contrário do seu homônimo africano, a SAARA carioca tem um alto índice de densidade demográfica. Pelo menos entre as oito e meia da manhã e as seis e meia da tarde, quando suas quase 500 lojas expõem uma grande variedade de mercadorias, que vão do alfinete à moderna televisão a cores. São oito ruas do centro da cidade que formam a SAARA (Sociedade dos Amigos das Adjacências da Rua da Alfândega), um centro comercial natural, com suas casas de sobrado do início do século, onde o espaço é inteiramente aproveitado. Lá, comerciantes de origem árabe e judaica utilizam uma técnica de venda que parece ter parado no tempo, mas que arrecada cerca de 1,5% da renda do Estado.
O Atraso que Vende
Baldes e regadores de plástico, meias e carretéis amontoados em bancas onde os preços são escritos a mão em pedaços de papelão, bonecas e carrinhos pendurados no teto dificultam a passagem. No fundo da loja, sentado atrás da velha caixa registradora, está Arnaldo Cherzmann, o presidente da SAARA. Ele não pára de trabalhar enquanto conversa.
- Os técnicos em marketing dizem que é um absurdo esta circulação difícil e que estamos atrasados 30 anos em relação ao moderno comércio de vendas. Apesar disso, atingimos aqui índices de venda superiores aos de qualquer bairro. Mas se nossa técnica de venda é antiga, no que diz respeito ao tratamento, é atualizada quanto ao atendimento. Os donos da loja estão sempre presentes e 90% deles fazem de tudo. Acho que este é o melhor sistema.
No Preço, A Venda
Mas o grande fator de sucesso são os preços realmente mais baixos. Esta redução, que varia de 25% a 30% em relação ao comércio varejista de bairro, é explicada por ser zona tradicionalmente atacadista. São os fornecedores das lojinhas e bazares suburbanos, comprando diretamente das fábricas por preços menores. Muitos são donos de suas próprias confecções.
Ruas de pedestre, elas têm um charme especial e são frequentadas por todos os tipos de compradores vindos tanto dos subúrbios quanto dos bairros da Zona Sul. Procuram macacões tipo Lee à venda nas importadoras, lençóis "a preço da fábrica", essências para perfumes, bijuterias, brinquedos e principalmente roupas. Essencial é saber procurar, pois aqui há camisas desde 10 cruzeiros até 100 cruzeiros, meias de um cruzeiro a dez cruzeiros, dependendo da qualidade.
Além do comércio mais à vista, onde multidões se espremem em torno de bancas que oferecem saldos, vale a pena enfrentar as escadas velhas e íngremes que levam a um sem-número de portinhas onde se compram camisetas de malhas na onda por quase metade do preço que é cobrado nas boutiques, e inúmeros outros artigos.
Higiene e Beleza
Surpreendentemente limpas, as ruas têm um corpo de garis e um policiamento próprio de 40 policiais, a maioria à paisana, que circulam por ali. Sua presença é importante principalmente nas épocas de maior volume de venda como o Natal, o Dia das Crianças (todas as professoras da Guanabara compram lá), e Carnaval (é o único comércio que fornece artigos como confete e serpentina a clubes e barracas de rua). Auxiliado pela Delegacia de Vigilância, do 4o. Distrito, e pela Polícia Militar, que mantém uma patrula rondando a área a noite inteira, a SAARA procura agora se livrar da mendicância que ameaça invadir a zona.
- Não há um esvaziamento do Centro - diz Jorge Helal - o que mudou foram os costumes. Hoje todo mundo tem carro, e pretendemos conseguir da Fundação de Terminais Rodoviários que transforme as áreas rotativas, ao preço de dois cruzeiros o período. Mas apesar desta dificuldade, fiz uma pesquisa no comércio dos bairros e subúrbios e vi que quem compra perto de casa o faz por comodidade, mas a maioria das donas-de-casa suburbanas vêm aqui pelo menos uma vez por mês. O centro da cidade está vivo. Só precisa de condições mais favoráveis. Sem eliminar as características básicas, pretendemos introduzir melhoramentos, como uma decoração uniforme, melhor divulgação e recepcionistas.
Não é fácil se orientar dentro deste enorme centro comercial. As lojas são bastante parecidas, as ruas fervilham de gente, os nomes nos letreiros não são fáceis de gravar - na maioria sobrenomes árabes e israelitas. No final da Rua da Alfândega está o restaurante Du Nil, que existe desde 1913. Seu proprietário foi um dos pioneiros a se estabelecer ali, e até hoje, aos 94 anos de idade, chega pontualmente às quatro horas da manhã para cuidar da coalhada tradicional (preparada no mesmo recipiente há 60 anos, sem nunca ter sido lavado), e outros pratos típicos, que constam do cardápio escrito em árabe e em português. É ali que se reúnem na hora do almoço os principais comerciantes, alguns políticos conhecidos, e durante muito tempo um grande número de funcionários do Itamarati. Juscelino Kubitschek, Carlos Lacerda, Eurico Dutra, os irmãos Aranha e muitos outros já provaram as especialidades do Du Nil.
- Quando cheguei ao Rio, em 1888, a cidade era uma aldeia. Casas baixas, modestas. Isto aqui era uma zona residencial onde havia muitos malandros, mas malandros limpos, não havia assaltos - diz Jorge Yunis, o dono do Du Nil, enrolando seu cigarro de palha. - Mas depois da Guerra de 14 começaram a chegar os estranhos e aí a população começou a abrir os olhos.
Hoje, Yunis não sabe mais o nome de seus fregueses, mas ainda se lembra dos pioneiros. "Já morreram todos. O único que ficou plantado na terra fui eu". Lúcido, é o responsável pela caixa, sem errar um troco, enquanto o filho e o neto servem as mesas. Yunis nunca tirou férias, e nunca faltou um dia ao trabalho.
Com a construção da Cidade Nova e do no Centro Admisnistrativo da Guanabara a zona ganhará muito e os comerciantes estão muito esperançosos.
- Os 7 mil apartamentos que o BNH vai construir perto daqui farão com que a SAARA funcione também como comércio de bairro - diz Arnaldo Cherzmann.
Fonte: JORNAL DO BRASIL (Rio de Janeiro/RJ), Revista de Domingo, 17 de Setembro de 1972, pág. 03
Pôrto Alegre (Sucursal) - A morte de mais de 200 cabeças de bovinos no município de Guaíba está preocupando as autoridades e os criadores locais, pelo receio de que o fato se repita no municípios vizinhos, já que a ocorrência é atribuída à poluição ambiental, ocasionada pelo uso de inseticidas nas lavouras e pelo lançamento de resíduos industriais no rio Guaíba.
O alarma foi dado pelo prefeito de Guaíba, Sr. João Jardim, também pecuarista, que perdeu 10 cabeças de gado, em consequência da aplicação de imunizantes em sementes de arros em sua própria lavoura.
O emprêgo de inseticidas, fungicidas, herbicidas e formicidas nas lavouras é a principal causa da morta dos bovinos de Guaíba, segundo os criadores da região. O presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente, Sr. José Lutzenberger, concorda com essa explicação e a complementa: "é mais provável que o uso nas lavouras de fungicidas à base de mercúrio estejam causando estas mortes, mas só uma pesquisa profunda revelaria o tipo de inseticida responsável pelo problema".
Quanto à produção do rio Guaíba pelos resíduos industriais, o presidente da Associação afirmou que os detritos de matéria orgânica, lançados pelas fábricas de celulose às margens do Guaíba estão aumentando o índice de poluição do rio, "tornando a água marrom e causando alergias nos banhistas e a possível morte do gado que a bebe".
O Secretário de Saúde, Sr. Jair Soares, negou que se tenha acentuado o índice de poluição do Guaíba, mas disse que um relatório do Departamento Municipal de Águas e Esgotos confirmou que a fábrica de celulose Celupa está poluindo o ar e as águas do rio, com gases sulfurosos e outros derivados da polpa da madeira, que se condensam ao serem despejados nas proximidades do canal, escurecendo as águas numa extensão de dois quilômetros.
Fonte: JORNAL DO BRASIL (Rio de Janeiro/RJ), 08 de Fevereiro de 1972, pág. 05
1 - Um distrito da cidade de Aachen, no estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália.
2 - Um distrito da cidade de Radevormwald, Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha.
3 - Um município no distrito administrativo de Jageberg, na Estíria, Áustria.
4 - Uma vila no município de Horst ann de Maas, Limburgo, Holanda.
5 - Uma colônia em Essen.
6 - Uma montanha na cidade de Rolava, região de Prebuz, Tchéquia.
O relatorio da Directoria Geral de Estatistica correspondente ao ano de 1903 publicou o recenseamento a que se procedeu em todos os Estados a 31 de dezembro de 1900, e por elle se verifica que nos 62 municipios do Rio Grande existiam 1.149.070 habitantes sendo:
BRASILEIROS
Natos..... 500.757 masculinos; 503.408 femininos
Naturalisados..... 4.662 masculinos; 1.108 femininos
Totaes..... 505.419 masculinos; 504.516 femininos
EXTRANGEIROS
Italianos..... 32.213 masculinos; 26.253 femininos
Allemães..... 8.416 masculinos; 7.295 femininos
Portuguezes..... 5.913 masculinos; 1.138 femininos
Austro-Hungaros..... 2.993 masculinos; 2.375 femininos
Hespanhoes..... 2.480 masculinos; 1.204 femininos
Argentinos..... 1.877 masculinos; 1.637 femininos
Francezes..... 851 masculinos; 459 femininos
Paraguayos..... 603 masculinos; 503 femininos
Inglezes..... 302 masculinos; 148 femininos
Turcos..... 216 masculinos; 85 femininos
Suissos..... 230 masculinos; 144 femininos
Belgas..... 74 masculinos; 39 femininos
Americanos..... 53 masculinos; 24 femininos
Diversos..... 17.144 masculinos; 14.660 femininos
Ignorada..... 5.424 masculinos; 4.382 femininos
Totaes..... 78.789 masculinos; 60.346 femininos
A população extrangeira incluindo os de nacionalidade ignorada é apenas de 139.135 habitantes, que correspondem a 121 extrangeiros para 1.000 nacionaes. Entre elles avultam os italianos, na proporção de 51 por mil; seguem os allemães com 13,7 por mil e os portuguezes com 6,1 por mil; todas as outras nacionalidades reunidas dão apenas 50 por mil.
Si nos utilisarmos da taxa de crescimento calculada pela Directoria Geral de Estatistica para a população do Rio Grande (0,2804) no decennio de 1890 a 1900: teremos para 31 de dezembro de 1905 o numero de 1.300.747 habitantes.
O total de immigrantes entrados nesse quinquenio não excedeu de 4.500, o que daria para a população extrangeira em 1905 a cifra de 143.635, ou uma relação de 110 extrangeiros para 1.000 nacionaes e, portanto, inferior á existente em 1900, que elevava-se a 121 por mil.
Damos a seguir os municipios com população maior de 20.000 habitantes calculada para 1905 e comparada a que foi determinada pelo recenseamento de 1900.
Municipios Pop. 1900 Pop. 1905
Porto Alegre 73.674 83.398
Pelotas 44.881 50.805
Cachoeira 32.510 36.801
Lageado 30.708 34.761
Santa Maria 30.185 34.169
Rio Grande 29.492 33.385
Bagé 28.956 32.778
S. Leopoldo 28.812 32.615
Montenegro 27.894 31.576
Taquara 27.146 30.729
Caxias 24.997 28.296
S. Sebastião 24.346 27.560
Cruz Alta 23.671 26.795
Uruguayana 23.194 26.256
Santa Cruz 23.158 26.215
Soledade 22.973 26.005
Rio Pardo 22.478 25.445
Livramento 21.843 24.725
Passo Fundo 21.374 24.194
Santo Angelo 20.925 23.687
S. Antonio 20.582 23.298
Alfredo Chaves 19.952 22.585
Cangussú 18.940 21.440
Alegrete 18.449 20.885
_______________________________________
Total 661.140 748.403
Si considerarmos que a superficie desses 24 municipios é de 8.952.100 hectares, a area média por habitante será de 12 hectares, na Italia e na Allemanha essa área é inferior a um hectare; na Austria-Hungria e na França regula um e meio hectare; em Portugal é de 1,7 e na Hespanha inclusive suas possessões não excede de 2,60; a Russia, com o seu consideravel territorio, eleva essa média a 5 hectares por habitante.
Para egualarmos o nosso povoamento com o da Russia seria necessario elevar a 1.790.420 habitantes a população desses municipios.
Ha, entretanto, alguns de população mais densa em que a quota por habitante é menor; são elles:
Municipios Superficie Por habitante
Porto Alegre 225.600 2,7 hect.
S. Leopoldo 94.000 2,9 "
S. Sebastião do Cahy 85.400 3,1 "
Santa Cruz 87.900 3,4 "
Taquara 113.800 3,7 "
Pelotas 193.100 3,8 "
Caxias 109.600 3,9 "
Montenegro 96.000 4,0 "
Alfredo Chaves 102.700 4,5 "
S. Antonio da Patrulha 124.200 5,3 "
Rio Grande 239.700 7,2 "
Comquanto sejam estes municipios os mais regularmente povoados no nosso Estado, convem observar que só elles representam em area (14.720 km2), a metade do territorio da Belgica cuja população em 1903 era de 6.985.219 habitantes!
Os municipios que se seguem áquelles são os que offerecem ainda uma area maior de 10 e menor de 20 hectares para cada habitante, taes como:
Município Superfície Por habitante
Cangussú 252.600 11,8 hect.
Bagé 444.900 13,6 hect.
Lageado 476.800 13,7 hect.
Santa Maria 490.600 14,3 hect.
Cachoeira 531.100 14,4 hect.
Uruguayana 404.400 15,4 hect.
Rio Pardo 444.000 17,4 hect.
Livramento 455.200 18,4 hect.
A area total desses municipios perfaz 34996 km2 maior do que a da Hollanda que é de 33.000 e cuja população no anno de 1903 era de 5.430.973; com a densidade do reino de Portugal, a população nesses municipios elevar-se-ia a 2.134.755 habitantes, e, comparada com a da Italia, duplicaria, elevando-se a 4.024.540.
Daquelles 24 municipios restam ainda 5 (Alegrete, Soledade, Cruz Alta, Passo Fundo, Santo Angelo), onde mais rarea a populaçãoi, cuja partilha em terras eleva-se a mais de 20 hectares por habitante.
Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 28 de Abril de 1906, pág. 01, col. 03-04
Um facto contristador e ao mesmo tempo repugnante está sendo apreciado diariamente nesta cidade e serve de assumpto á geral conversação.
Um tremendo e barbato recrutamento está sendo feito em creanças, sendo algumas até menores de sete annos!
Contra a expressa disposição da lei se arranca do seio da familia brasileira inermes, innocentes e inoffensivas creaturinhas para atira-las á bordo da Tapajoz, quartel da companhia de aprendizes marinheiros, sendo previamente retidas no quartel da força policial!
Tem-se dado casos até de serem arrancadas dos braços de suas proprias mães essas infelizes victimas da prepotencia de um deshumano presidente de provincia.
Um facto pelo menos nos foi referido de uma creança recrutada indo pela mão de sua mãe, que ficou só na rua no mais lamentavel estado de desespero, vendo seu misero filho levado pela mão de um barbaro e feroz recrutador, insensivel ás lagrimas de ambos!
Factos taes não temos noticia que jamais se déssem neste desgraçado paiz.
A reacção medonha de 1868, com o seu hediondo cortejo de algemas, surras e crucificação, respeitou as creanças.
O Brazil de todos os tempos e de todos os governos, respeitou as creanças.
A enorme somma dos presidentes de provincias, despachados desde o começo desta mais que todas fatal situação politica que tem tido o imperio, respeitou as creanças.
O proprio Sr. Bandeira de Gouvêa, o mais inepto e máo de todos esses presidentes de provincia, respeitou as creanças!
Os povos extrangeiros, até mesmo alguns d'entre os barbaros, respeitão as creanças, acatando o direito sagrado da familia.
Roma, - a Roma que atirava sob as garras do leão e da panthera o pobre escravo, e que se ria ao ver-lhe as ensanguentadas entranhas semivivas servirem de pasto áquellas feras, poupava as creanças.
Um homem porém appareceo nesta malfadada terra de Santa Cruz que mandou caçar creanças na capital de uma provincia! Um homem que não trepidou deante do que de mais sagrado e mais fraco tem a familia, a creança! Isso no anno de 1872... chama-se Guilherme Cordeiro Coelho Cintra!
Fica ahi estampado este nome para servir de pasto á admiração do genero humano, que o ha de chamar: O caçador de creanças.
A iniquidade não está só no facto do recrutamento sobre meninos, ella sobressahe pela selecção que se faz dos filhos da parte mais pobre e infeliz da sociedade. Qual a isenção que milita á favor dos filhos dos ricos, e dos grandes admittida a hypothese que seja permittido o recrutamento sobre menores?
Ha quem a isso responda que os ricos e os grandes tem meios para educar seus filhos e os pobres não os têem.
Primeiramente não podemos reconhecer isenções que não estejão na lei e essa não está. Em segundo lugar diremos: se os ricos e os grandes tem maior somma de meios para a educação da prole, os pobres fazem consistir sua riquesa nos proprios filhos, que os auxilião na vida desde a mais tenra infancia, de sorte que com o recrutamento desses fracos entes são elles privados da garantia unica que tinhão de um melhor futuro, de um amparo na velhice, de um auxilio na vida ordinaria, de um consolo nos transes da cruel adversidade.
É pois uma atroz iniquidade o recrutamento, sobretudo feito com uma tão injusta selecção.
É certo que existem companhias de aprendizes marinheiros, compostas de menores; mas os meios de obtel-os estão marcador na lei, e são: 1o. menores voluntarios ou contractados a premio; 2o. orphãos, e desvalidos, que forem remettidos pela auctoridade competente.
Parece que seria ocioso demonstrar que as autoridades competentes para remetter menores orphãos e desvalidos para as companhias de aprendizes marinheiros são os juizes de orphãos.
Como pois recrutal-os?
Ainda mais: como arrancar do poder de seus paes filhos menores para sentar praça na marinha?
Pois a lei não se refere a orphãos e desvalidos?
Um menino que vive sob o poder de sua propria mãe, que o veste e o manda á escola, está comprehendido na letra da lei?
Quando estivesse, o juiz de orphãos seria o competente para remettel-o á autoridade que tem o direito de o fazer sentar praça na companhia de aprendizes marinheiros. E se assim fosse, estamos convencidos que a capital desta provincia não presenciaria o triste, espectaculo de que está sendo victima e que não se daria caça á crianças, Outros meio, e mais humanos seriam empregado: nunca o barbaro recrutamento que estamos vendo todos os dias.
Não se lançaria mão de homens grosseiros e estupidos, como alguns dos encarregados desta triste missão, para tão melindrosa e delicada incumbencia.
Seja dito de passagem que é esta a unica falta que increpamos ao digno commandante da força policial, em quem temos a satisfação de reconhecer as melhores intenções. S. S. que se acha encarregado desta tão ingloria tarefa, tem escolhido mal os seus agentes, que abusão grosseiramente da confiança que nelles se deposita.
A lei porém, não autorisou o recrutamento de menores; é elle um atentado ao sagrado direito dos pais ou d'aquelles que fazem suas vezes; é um esbulho audaz e escandaloso do mais querido e estremecido penhor do amor paternal; é o anniquilamento da familia, base da sociedade civil.
Alerta pois; a invasão do lar domestico não vae longe. A liberdade cahe despedaçada aos golpes da prepotencia, o despotismo se apresenta sem mascar, ataca-nos de frente, alerta.
Quando o salteador nos ataca, ou ataca a nossa propriedade, é licito repelli-lo com a força, ainda mesmo que no portador do bacamarte reconheçamos o agente da autoridade.
Alerta, cidadãos: é preciso que a autoridade se mantenha na orbita de suas attribuições. Se ella sahir do circulo que lhe é traçado pela lei, se invade a nossa casa, se ameaça a nossa familia, façamos reconhecer á autoridade, que ainda nos resta para nossa defesa o direito da força, autorisado pela força do direito.
Fonte: A REGENERAÇÃO (Florianópolis/SC), 13 de Junho de 1892, pág. 02, col. 02-04
O registro aconteceu em novembro do ano passado.
O fato é que a reportagem me trouxe uma reflexão que tenho já há alguns anos. Capão do Leão possui riquíssimo patrimônio natural, algumas áreas ainda intocadas, que mereceriam ser preservadas por seu relevante interesse científico. Além disso, essas áreas são muito mais proveitosas economicamente se fossem objeto de ecoturismo, sustentável e controlado. Eu particularmente considero a região do Cerro das Almas até as cercanias do Arroio das Pedras um hotspot biológico incrível na zona sul do Rio Grande do Sul. Observando as atividades econômicas da região, a pecuária que ali se desenvolve até não é intensiva, porém o que me preocupa é a mineração com técnicas mais invasivas que destrói o ambiente de forma mais acelerada.
Tem que se cogitar seriamente a criação de uma unidade de preservação ambiental na região. Nem que seja na região do Cerro das Almas, inicialmente. Sou da opinião que os matos dali são mais potencialmente interessantes para o turismo do que para qualquer outra atividade extrativista.
Conforme o ÁSTER DEMOCRATA, 15 de Junho de 1863, pág. 01, col. 08