segunda-feira, 22 de setembro de 2025

sábado, 20 de setembro de 2025

Família Nobre Portuguesa: Morais



Família de origem espanhola, provinha de Morales, ou também, família de origem portuguesa, provinda de Morais, Trás-os-Montes; são estas duas hipóteses que se colocam. Sendo de origem espanhola, procede de Dom Fernão Gonçalves, conde soberano de Castela. Sendo de origem portuguesa, procede de Dom Gonçalo Rodrigues de Morales.

Fonte: HERÁLDICA PORTUGUESA, Lisboa, 1960. 

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Família Nobre Portuguesa: Meneses

 



Uma das famílias mais ilustres e antigas da Península, começando a história desta família com Dom Fruela II, rei de Leão e de Galiza ao casar e deixar descendentes, facilitou a propagação dos Meneses. Dom Pedro Bernardo de São Fagundo casado com Dona Maria Soares, de quem teve um filho, Dom Tel Peres de Meneses, o qual sucedeu na casa de seu pai, mais tarde trocou seus bens pela vila de Meneses.

Fonte: HERÁLDICA PORTUGUESA, Lisboa, 1960.

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Manosantas & Tatadióses



MEDICOS, PLANTAS MEDICINAES

(...)

As receitas do P. Asperger andavam de mão em mão e, segundo uma testemunha insuspeita, Azara, tinham mais credito no Rio da Prata que na Europa as de Hypocrates. Assim se explica como a sciencia medica ficou tão commum entre o vulgo no Rio da Prata. Não ha quasi cidade nem povo em que não se encontrem vendedores de hervas medicinaes, que elles mesmos colhem pelos cerros, praias, banhados, cochilhas e valles.

Manosantas e Tatadióses chamam no Rio da Prata certa classe de curandeiros que percorrem os campos e as cidades, promettendo curas maravilhosas. Estes curandeiros commumente não sabem ler nem escrever. Não aprendem sua arte em um livro nem em uma escola. Tão pouco fazem esforços para adquirirem um capital de sciencia medica. Pode-se dizer que o curandeiro via facti chegou a exercer o seu officio. Um dia offereceu-se-lhe a occasião de ver se curava um afflicto, implorando a divina misericordia, benzendo, assoprando ou impondo-lhes as mãos e sahiu-se bem. Repetiu a operação uma e outra vez, sendo feliz em todas ou algumas. Correu a fama e proclamaram-no manosanta. Nasce pois, diz o supracitado autor, e sae o manosanta do seio da sociedade e de determinadas circumstancias, como certas hervas que brotam e crescem sem que alguem as plante nem cultive, em terrenos appropriados a receber a semente que as produziu. Ao emprehender inconscientemente seu ministerio, corresponde a uma vocação que, alheia ao cultivo intellectual, se converte em monomania. Seu procedimento não differe do dos magos e feiticeiros de outros tempos e regiões, sendo que a humana natureza é sempre a mesma.

A supina ignorancia do curandeiro lhe possibilita aquella impavidez que infunde ao enfermo, pasmado da ousadia do manosanta, essa confiança e fé que á maneira de auto-sugestão produzem as vezes visiveis melhoras ou a cura completa. Ao mesmo tempo procura passar por homem de bem, não cometter acções más, visto que a prativa da virtude favorece o exito das suas curas.

Para adquirir a força necessaria para operar sobre a imaginação de seus admiradores recorre, quanto trata gente religiosa, a piedosas ceremonias e praticas. As velas collocadas entre o crucifixo e o paciente offuscam-lhe os olhos e ajudam a auto-sugestão.

Apezar desta apparencia tão santa, se dermos credito a autoridade notavel, o manosanta e o tatadiós são ministros do espirito das trevas, que, com o attractivo de offerecer nada menos que o bem-estar physico á gente, se propõe a dominal-a. Pouco importa ao vulgo ignorante donde lhe venha a cura e a saúde; fechando os olhos, se põe nas mãos de quem lhe promette e confere a saúde ou o livre de um grande perigo.

Fonte: ALMANAK LITTERARIO DO RIO GRANDE DO SUL, Porto Alegre/RS, edição de 1912, pág. 154-155

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