segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Linoco Soares

 



Lê-se na Reforma do Jaguarão:

Eis um nome celebre nos nossos annaes criminaes. Lino Soares, vulgarmente chamado Linoco, é filho do Arroio Grande, em cujo districto tem casa, mulher e filhos. Ainda muito moço aprendeu a degollar seus semelhantes, e, assim industriado dentro de pouco tempo commetteu porção de assassinatos.

Foi processado, e já ha muito tempo que está pronunciado.

Homisiou-se no Estado Oriental, depois de ter matado um dos soldados da escolta que o perseguiu antes de emigrar.

Até ha bem pouco tempo conservou-se pelo Estado Oriental, e se alguma vez passou á este lado, o fez muito furtivamente, e ás escapadellas.

Logo porém que o Dr. Sertorio, actual presidente da provincia, houve por bem mudar as autoridades policiaes do termo, nomeando para esses cargos Bernardo Vargas, veiu para este lado o assassino Lino Soares, e ahi vive tranquillo em casa, mostrando-se por toda a parte, sem receio de perseguição, e já na mesma senda fatal de crimes horrorosos.

Ainda no dia 9 do corrente estando uma moça lavando umas vasilhas de tirar leite, em uma cacimba na costa do Arroio Grande, foi accommettida por Lino Soares, que bastante a maltratou no criminoso intento de forçal-a, o que felizmente não conseguiu por ter a desventurada moça escapado das garras do seu algoz, refugiando-se na casa, que estava perto.

É filha de Bernardo Pereira das Neves, o qual n'essa manhã tinha sahido de casa, deixando sua familia sosinha, sem a companhia de homem algum.

É este mais um crime horroroso com que Lino Soares augmentou o seu negro cathalogo. E desgraçadamente uma féra d'estas anda livremente entre nós, sem que o delegado de policia, o carniceiro Bernardo Vargas, e o subdelegado do Arroio Grande, nem se quer apparentem perseguil-o.

Se fosse um designado liberal já ha muito tempo estaria amarrado e estaqueado. Porém Lino Soares é irmão do tenente coronel Adeodato José de Farias, um dos coripheus mais energumenos d'esta situação e assim fica tudo explicado.

Não tardará muito que esse assassino victime mais algum pae de familia, estamos certos que nem assim sahirá da sua indolencia a policia.

O tenente coronel Adeodato tem muito valimento, e não consentirá que sou irmão seja preso.

Vamo-nos dirigir ao presidente da provincia pedindo providencias, porque cá na terra Bernardices fará a polícia.

Fonte: A REFORM A: ORGÃO DEMOCRATICO (Rio de Janeiro/RJ), 08 de Março de 1870, pág. 03, col. 02


sábado, 29 de janeiro de 2022

A peregrinação negreira no Rio Grande do Norte



 A peregrinação negreira no Rio Grande do Norte

Por toda a parte os mesmos. Eis o que se lê no supplemento da "Liberdade", de 30 de Dezembro de 1887, jornal que se publica na cidade do Natal:

"Onze infelizes que aqui aportaram no dia 23, sem que nada os denunciasse como escravos, sem que contra elles pesasse a mais leve suspeita de autoria ou complicidade em algum crime, foram deshumana e vilmente arrastados á policia por um empregado da mesma, que já recebeu paga dessa acção negra e perversa; onde quer que este infeliz apparecia o povo, que sabe ser altivo e nobre, quando se sente ferido em seus instinctos de brio e pundonor, apupava-o, apostrophando-o de "capitão de campo".

Activou-se uma correspondencia telegraphica desta para a policia de Pernambuco, em busca de possuidores para a pobre gente, que a todo custo se queria restituir ao tronco e ao azorrague das senzallas.

A denegação de habeas corpus foi uma nodoa para os brios deste povo, a quem já hoje ninguem póde negar a honra de ser dos mais decididos proselytos da abolição.

Intentou-se de novo o recurso perante o Tribunal da Relação. Isto parece que exarcebou a perversidade da resistencia escravista. Já a policia tem o premio da sua benemerita e philantropica diligencia.

Recolhidos a cadeia publica, ainda hoje curtem as tenebrosas agrurar do carcere todas aquellas miserandas victimas, entre as quaes se conta, para requinte de crueldade, uma innocentinha de dous annos.

Uma petição de habeas corpus enderaçada ao juiz de direito e indeferida por este que obstinadamente se recusará a ouvir os detentos, mandando que permanecessem todos em custodia.

Na informação pedida pelo juiz ao chefe de policia, este, já havia certificado não se lhe ter apresentado ninguem reclamando taes individuos como escravos, que certificara igualmente nada constar na repartição que fizesse suspeitar serem elles criminosos, fez uma carga inutil e perfida áquelles infelizes, lembrando que talvez se tivessem elles evadido do poder de seus senhores, havendo commettido algum roubo ou outro crime.

Fonte: GAZETA NACIONAL: ORGÃO REPUBLICANO (Rio de Janeiro/RJ), 13 de Janeiro de 1888, pág. 02, col. 01

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Prisão de um "capoeira"

 



Foi preso ha dias, por suspeito de ser capoeira, um escravo do Sr. Dr. Carlos de Azevedo.

É notavel a nossa policia - prende frequentemente a individuos inermes por suspeitas diversas, e deixa á redea solta os ladrões e assassinos.

O escravo a que nos referimos é cocheiro, e todos sabem d'isso; tem uma occupação que não lhe dá tempo ao exercicio da arte porque foi preso.

Demais achamos arbitrario que se façam prisões por suspeitas de capoeiragem, quando não ha razão plausivel para assim proceder.

Cumpre que cesse tal systema.

Fonte: O FLUMINENSE (Rio de Janeiro/RJ), 01 de Janeiro de 1880, pág. 01, col. 03-04

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Prostíbulos em Florianópolis

 



O nosso collega da Republica, em edição de quinta feira, pediu á policia que iniciasse inquerito contra os centros de prostituição que existem nesta capital, apontando como taes os albergues do Aribú, á rua 16 de Abril, sob a direcção de Rufina de tal, e do Mocotó, á rua Marechal Guilherme, esquina da Trajano, dirigido por Thomazia de tal. Vamos prestar todo o nosso apoio á perseguição desses centros, verdadeiros antros da perdição.

Existe um terceiro á rua 28 de Setembro, dirigido por uma preta de nome Domingas, onde á noite se pratica a mais escandalosa orgia, a mais infrene immoralidade.

Nesses tres covis ha pessoal para tudo. Em primeiro logar, a directora, que tem conhecimento com quasi todos e aufere os mais criminosos lucros; ha o que fareja carne nova pelas ruas; ha o que convida, em nome de um terceiro, pessoas extranhas, que deixam na mão da directora uma parte do lucro do vergonhoso commercio: ha, enfim, a cafila de protectores, que, de ordinario, são os freguezes mais ricos, mais altamente collocados ou respeitados. Com um estado maior dessa força, a directora julga-se immune, livre dos assaltos da policia, a par da ignorancia em que vive de estar comettendo um crime.

Solidario com a reclamação da Republica, O Reporter pede á policia providencias que façam desapparecer os tres escandalosos centros.

Fonte: O REPORTER (Florianópolis/SC), 07 de Dezembro de 1896, pág. 02, col. 02

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

A Pega da Bicharada



 Começou segunda feira a péga dos porcos e cabritos que forem encontrados soltos pelas ruas.

É bom que os donos de taes animaes saibam que esta resolução fica em permanente vigor: em qualquer tempo que essa bicharada fôr encontrada é segura e posta em arrematação no pateo do edificio municipal.

Fonte: O TAQUARYENSE (Taquari/RS), 22 de Janeiro de 1893, pág. 03, col. 01

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

domingo, 23 de janeiro de 2022

População de São Sebastião do Caí em 1909

 



População do municipio

Por uma estatistica recentemente realisada neste municipio, verificou-se a seguinte população:

1o. districto (villa)

Homens..... 953

Mulheres..... 1074

Arrabaldes

Homens..... 984

Mulheres..... 1165

Total 1o. districto... 4176

2o. districto (Hortensio)

Homens..... 1842

Mulheres..... 2181

Total..... 4023

3o. districto (Petrópolis)

Homens..... 3242

Mulheres..... 3590

Total..... 6882

4o. districto (Sant'Anna)

Homens..... 3648

Mulheres..... 4983

Total..... 7767

5o. districto (Feliz)

Homens..... 3609

Mulheres..... 4149

Total.... 7758

Resumo

Homens...14314

Mulheres..... 16242

Total..... 30556

Fonte: O REPUBLICANO (São Sebastião do Caí/RS), 17 de Janeiro de 1909, pág. 01, col. 02


sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Praga de ratos

 



Praga de ratos. Uma enorme praga de ratos está infestando a vizinha povoação da Barra do Ribeiro, no logar denominado Sertão de Santo Amaro.

A quantidade desses roedores é tal, e tal a sua voracidade, que os casos referidos por pessoas dali chegadas antes parecem pilherias.

Entretanto, é facto que só uma pessoa, o sr. José Wagner matou, em uma noite, cêrca de 2.000 ratos. Para isso, cercou elle a sua casa de latas de kerozene, cheias d'agua. Os ratos, procurando invadir a casa, subiam para as bordas dessas latas, e caiam dentro da agua que ellas continham, morrendo afogados.

Os ratos, ali, róem tudo e até os pés das creanças e adultos, á noite.

Em nosso escriptorio, temos alguns botões de roupa - alguns delles de côco, que são os mais resistentes - todos roidos.

Fonte: O REPUBLICANO (São Sebastião do Caí/RS), 28 de Junho de 1908, pág. 02, col. 01

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Espetáculo na União Operária

 



A Honra Proletaria

Na noite de 24 de dezembro proximo findo, perante numerosa concurrencia foi levado á scena no palco salão da Sociedade "União Operaria" o drama em 5 actos e 1 quadro, original da nossa companheira Agostina Guizzardi.

O drama que visa a propaganda das ideias libertarias, convictamente professadas pela sua dedicada auctora foi muito applaudido tendo tido interpretes habilissimos.

A "União Operaria" offereceu á nossa companheira um valioso boquet de flores naturaes tendo pendentes largas fitas de cores incarnada e branca, cujas traziam gravada em lettras douradas a seguinte dedicatoria:

A "União Operaria" agradecida á D. Agostina Guizzardi; homenagem que muito penhorou a querida escriptora operaria.

Nos tambem a saudamos, embora um pouco tarde, fazendo votos para que continue na espinhosa tarefa de levar luz aos cerebros proletarios.

Fonte: O PROLETARIO (Rio Grande/RS), 22 de Janeiro de 1906, pág. 02, col. 01

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

O Freak Show de Madame Labarrere

 



Uma novidade! Attenção!!! - Madama Labarrere não morreu, teremos o prazer de applaudir sua coragam nas proximas representações que pretende dar nesta cidade.

Parte de sua collecção de animaes vivos aqui se achão, e compõe-se de: um leão com juba negra, emparelhado com uma fuinha.

Um minotauro, animal que até agora passou por fabuloso, em corpo de homem e cabeça de touro completo domesticado e vivendo com um surucucú.

Uma raposa (macho) amancebado com uma tartaruga.

Um abutre, charlatão que com ovos de aranha curas todas as molestias; e dous ursos ensinados como seu pai Malakoff, servindo de guarda-portão.

Todos estes curiosos animaes forão vistos no theatro na noite de Sete de Setembro.

A empreza Cavedagni, attendendo á sua raridade, franqueou-lhes gratuitamente um camarote.

Notou-se que todos os machos tinhão dobrada vista de que os de sua especie.

Fonte: O INDEPENDENTE: JORNAL LITTERARIO, RECREATIVO E NOTICIOSO (Rio Grande/RS), 15 de Setembro de 1862, pág. 02, col. 01

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Os Aguadeiros em Alegrete

 



OS AGUADEIROS

Em vista do inqualificavel abuso que ultimamente têm feito os vendedores d'agua, negando-se a fornecel-a a quem não pode comprar uma pipa, o activo Intendente, no louvavel intuito de favorecer as classes pobres e a todos em geral, determinou, em edital publicado nesta folha, que todo e qualquer aguadeiro que se negasse á vender um ou mais baldes d'agua fosse multado em cinco mil réis e o dobro na reincidencia.

Não temos senão encomios para a acertada medida do illustre administrador.

Porem é...que...como diz um velho anexim: o tiro saio pela culatra.

É o caso que o srs. aguadeiros, zangados pela repressão do seu máo proceder, elevaram o preço do balde d'agua a 60 réis, chegando até, alguns, a exigir 100 rs. que lhes foram pagos pela necessidade da occasião.

A pipa d'agua tem 28 baldes, vendidos a 40 réis fazem a quantia de 1120 réis, - quatrocentos e vinte réis mais do que pedem pela pipa; ora, vendendo a 60 e a 100 réis a differença é enorme e o desaforo, - permittam-nos a expressão - é masculo.

As pessoas a quem lhes foi extorquida a exhorbitancia de 100 réis por um balde d'agua, estão promptas, se for necessario.

Não haverá um meio de fazer entrar nos trilhos os descarrilados aguadeiros.

Fonte: GAZETA DE ALEGRETE (Alegrete/RS), 05 de Janeiro de 1893, pág. 02, col. 03

sábado, 15 de janeiro de 2022

A Lenda da Cachaça

 



Jesus Cristo, certo dia, caminhando por uma estrada, com fome e sede, cansado e com forte sol, avistou um canavial, deitou-se na sombra do mesmo e após ter descansado, chupou uns gomos, acabando com a fome e a sede. Ao retirar-se, estendeu as mãos sobre as canas e as abençoou, prometendo que delas o homem haveria de tirar um alimento bom e doce.

No outro dia, à mesma hora, o diabo saiu das fornalhas do inferno, com os chifres e o rabo queimado, galopando pela mesma estrada foi dar no mesmo canavial. Vendo o verde das canas entendeu de refrescar e espojar-se nas folhas. As canas, porém, atiraram-lhe pelos, começando ele a coçar-se.

Furioso, cortou um gomo e começou a chupar; mas o caldo estava azedo, e caindo-lhe no goto queimou-lhe as goelas. O diabo então danou-se e prometeu que da cana o homem haveria de tirar uma bebida tão ardente como as caldeiras do inferno.

É por isso que a cana dá o açúcar, por causa da benção de Nosso Senhor, e a cachaça, por causa da maldição do diabo.

Fonte: FOLHA POPULAR (Caxias do Sul/RS), 24 de Dezembro de 1981, pág. 07

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Sobrenomes Romenos - Parte 02

 


41. Luca - patronímico do nome homônimo Luca (Lucas).

42. Luminita - luz ou pequena luz.

43. Lupu - lobo.

44. Maier, Mayer - fazendeiro.

45. Marcu - patronímico do nome Marcu (Marcos).

46. Matei - patronímico do nome Matei (Mateus); presente, graça.

47. Mitrea - administrador.

48. Muller - moleiro.

49. Nectaria - néctar.

50. Net - superior.

51. Nicolae, Niculaie - patronímico do nome Nicolae (Nicolau).

52. Nicolescu - patronímico do nome Nicolae (Nicolau).

53. Olarescu - patronímico do nome Olaru.

54. Papa - sacerdote, padre.

55. Pichler - morador de uma colina.

56. Radu - feliz.

57. Rosu - vermelho.

58. Sandu - defensor da humanidade; gentil.

59. Sebastian - patronímico do nome Sebastian (Sebastião).

60. Stefan - patronímico do nome Stefan (Estevão).

61. Suta - canhoto.

62. Tarniceriu - seleiro.

63. Ungureanu - húngaro, procedente da Hungria.

64. Vaduva - viúva.

65. Vulpe - raposa.

66. Weber - tecelão.

67. Zamfir - safira, por extensão, joalheiro.

68. Zugravescu - retrato, pintura.

69. Acheron - rio da aflição ou rio da tristeza.

70. Ambrosia - patronímico do nome Ambrosius (Ambrósio).

71. Aldonold - amigo.

72. Alnwick - fazenda leiteira, tambo.

73. Arnold - patronímico do nome Arnold (Arnaldo).

74. Athanasia - patronímico do nome Athanasius (Atanásio).

75. Bancroft - morador do campo de feijão.

76. Bathory - filho de alguém; fidalgo (o mesmo sentido ibérico da expressão).

77. Celeste - celestial.

78. Carmesim - cor vermelha escura.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Victor Dumoncel



"Na
Gazeta Serrana da Cruz Alta encontrámos esta desoladora notícia da morte, ao serviço da Patria, de um nosso abnegado companheiro de luctas pela Republica:

'Em sua fazenda n'este municipio, para onde foi transportado, falleceu no dia 10 o destemido servidor da Republica tenente-coronel Victor Dumoncel.

Tinha sido n'esse dia ferido na região abdominal, em um encontro havido entre um piquete ás suas ordens e forças federalistas, no Jacuhy.

O dr. Affonso Moraes, que d'aqui accudiu ao chamado, não chegou a tempo de poder-lhe ser util."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 24 de Janeiro de 1894, pág. 02, col. 01

João Pacheco Prates



"No municipio do Rosario, em sua fazenda de Santa Rosa, falleceu a 18 do passado o prestigioso chefe republicano tenente-coronel João Pacheco Prates, commandante do 28o. batalhão da reserva da guarda nacional.

Era um cidadão venerando pelas suas excelsas virtudes, um verdadeiro philantropo em quem a pobreza encontrava sempre um amparo affectuoso.

Essa abnegação fazia relembrar o bispo rio-grandense d. Feliciano Prates, de saudosa memoria, pelo culto ardente que o virtuoso prelado prestou sempre á caridade, e de quem João Pacheco Prates era sobrinho.

O morto era tambem uma legitima influencia politica, toda consagrada ao serviço da Republica.

Aprezentamos á sua exma. familia os nossos pezames."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 08 de Maio de 1893, pág. 02, col. 01

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Sobrenomes Romenos - Parte 01

 


1. Albescu - branco.

2. Albu - branco.

3. Aldea - aldeia.

4. Andrei - patronímico do nome Andrei (André).

5. Ardelean - aquele que procede da região da Transilvânia.

6. Baciu - pastor.

7. Balan - loiro; também o nome de uma cidade na Romênia.

8. Barbaneagra - barba negra; barba escura.

9. Barbu - barbudo; de barba grande ou farta.

10. Bogdan - presente de Deus.

11. Botezatu - batizado.

12. Bucur - felicidade, deleite, alegria.

13. Camelia - a flor camélia.

14. Cazacu - aquele que vive às margens ou ao longo do rio Cazacu.

15. Cel Tradat - traído.

16. Ciobanu - palavra formal para o ofício de pastor.

17. Codrin - floresta.

18. Cojocaru - pele de carneiro; lã.

19. Craioveanue - toponímico para a cidade romena de Craiova.

20. Cretu - encaracolado; crespo.

21. Cristian - cristão.

22. Dalca - relâmpago.

23. Darius - bondoso; que possui bondade.

24. Dascalu - professor; mestre.

25. Erner - sérvio; procedente da Sérvia.

26. Fieraru - ferreiro; ourives; metalúrgico.

27. Fischer - pescador (influência da língua alemã).

28. Floarea - flor.

29. Funar - cordoeiro.

30. Grigorescu - patronímico do nome Grigore (Gregório).

31. Gheata - gelo.

32. Grosu - espesso, grosso, volumoso.

33. Hatmanu - geral (de um ofício, de uma propriedade); o responsável por algo.

34. Hofer - maior-domus, mordomo; o administrador de uma casa ou propriedade de um senhor.

35. Iliescu - patronímico do nome Ilie (Elias).

36. Ionescu - patronímico do nome Ion (João).

37. Iordanescu - patronímico do nome Jordan (Jordano).

38. Ioveanu - patronímico do nome Ivan.

39. Laurentiu - patronímico do nome Laurentum (Lourenço).

40. Lazarescu - patronímico do nome Lazar (Lázaro).


terça-feira, 11 de janeiro de 2022

A Folha da Pitangueira



A folha da pitangueira
(Eugenia michelii) é, na cidade do Salvador e algumas cidades do Recôncavo Baiano, a folha da felicidade e do júbilo. Em todas as grandes datas festivas, notadamente Natal e Ano Novo, a ornamentação tradicional é à base de festões de pitangueira e suas aromáticas folhas destaladas pelo chão.

Fonte: REVISTA BRASILEIRA DE FOLCLORE (Brasília/DF), Ano 13, n.40, set./dez. de 1974, pág. 70

sábado, 8 de janeiro de 2022

Nomes Guarani-Pãi ou Guarani-Tavîterã

 



Apyká Poty - flor da encarnação.

Apyká Rendy - chamas da encarnação.

Apyká Verá Ju - encarnação brilhante; brilho de uma encarnação.

Avá Poty - homem florido; homem das flores.

Avá Ratapy - homem interior de fogo.

Avá Rendy Ju - chama divina de um homem: homem flamejante reencarnado.

Avá Rová Ju - homem de rosto divino.

Chi Ryvy Poty - flor de meu irmão menor.

Kuäi Avü - irmãozinho de cabelos negros.

Kuäi Mirï Potyry - flor do irmãozinho.

Kuäi Rová Ju - irmãozinho de cara divina.

Kuäi Verá Ju - irmãozinho brilhante reencarnado ou divino.

Kuäi - denota que a pessoa que leva este nome, foi encarnada por uma palavra (alma) enviada por Yasy (a Lua), o menor do gêmeos sagrados dos guaranis.

Fonte: CADOGAN, León. Mil apellidos guaranies. Assunção/Paraguay: Editorial Toledo, 1960.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Nomes Guarani-Chiripá

 



Avá Mainó (masculino) - homem colibri; homem beija-flor.

Avá Mamangá (masculino) - homem abelha.

Avá Yvyra'í Poty (masculino) - homem flor do cajado (emblema de poder masculino).

Jiguaká Poñy (masculino) - coroa de plumas que se expande.

Jiguaká Rayví (masculino) - chuvisco da coroa de plumas.

Karaí Ju (masculino) - senhor divino; mago, feiticeiro.

Kunumí Suréi Mirï (masculino) - uma espécie de pássaro pequeno.

Kuñá Jeasajú (feminino) - mulher com adorno divino.

Kuñá Rokáry Ju (feminino) - mulher dos arredores da casa divina (a casa que existe no paraíso de Ñande Ru Vusú, o criador divino).

Kuñá Ryapú (feminino) - mulher do trovão.

Mbaraká Poñy (masculino) - chocalho ritual que ecoa.

Ñe'ë Poñy (masculino) - palavra que ecoa, que se expande.

Ojo-Kuarasy Ju (masculino) - Sol divino.

Okë Poty (masculino) - flor da porta, flor que está na porta.

Okey Ju (masculino) - porta divina.

Oñoendy (masculino) - chamas de um e de outro.

Oyvypeí (masculino) - aquele que varre a terra.

Takuá Yvy Verá (feminino) - bambu da terra reluzente.

Takuá Ryapú (feminino) - bambu trovejante.

Tapé Ju (masculino) - caminho divino.

Tupä Kávy Ju (masculino) - vespa reencarnada de Tupã.

Tupä Yvoty (masculino) - flor de Tupã.

Tupä Mirï (masculino) - pequeno Tupã; pequeno trovão.

Tendyvy Jú (masculino) - chama divina ou reencarnada.

Verá Yvoty (masculino) - flor do relâmpago.

Fonte: CADOGAN, León. Mil apellidos guaranies. Assunção/Paraguay: Editorial Toledo, 1960.


quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Nomes Guarani-Mbyá

 



Nomes masculinos:

Atachï, Tatachï, Tatatï - fumaça, fumo, aquilo que fumega, que se consome em fogo.

Karaí Atachï - fumaça de Karaí (o dono do ruído do crepitar das chamas); Tataendy Ryapú Já.

Karaí Ñe'engijá - dono das palavras (almas) de Karaí.

Karaí Ñe'ery - o fluir da palavra (alma) de Karaí.

Karaí Rataá - aquele que possui o fogo de Karaí.

Karaí Tataendy - as chamas de Karaí.

Kuaray Endy Jú - as chamas divinas do Sol.

Kuaray Mimby - flauta do Sol.

Kuaray Mirï - Sol pequeno.

Kuaray Rataá - aquele que possui o Sol.

Tupä Guyrá - pássaro de Tupã.

Tupä Kuchuví Vevé - tocha voadora ou chá voador de Tupã.

Verá - relâmpago.

Verá Chunuá - que faz o som dos trovões de Verá.


Nomes femininos:

Ara'í - espaço celeste, firmamento.

Ara Jerá - céu, firmamento que surge, que irrompe, que brota.

Ara Mirï - céu pequeno.

Ara Poty - flor do céu.

Kerechú - coisa distinta, algo diferente.

Kerechú Poty - flor de Kerechú.

Kerechú Rataá - aquele que tem o fogo de Kerechú.

Pará Jachuká - ritual sagrado do Mar.

Pará Mirï - mar pequeno.

Pará Reté - corpo do mar.

Tatachï - fumaça, ar.

Yvá - paraíso, céu.

Fonte: CADOGAN, León. Mil apellidos guaranies. Assunção/Paraguay: Editorial Toledo, 1960.


quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Nomes Guarani-Apapokuva

 



Masculinos:

Avá Poty - homem forte; flor de homem.

Avá Jupiá - aquele que utiliza para ascender, subir.

Jiguaká Poñy Ju - coroa divina que se arrasta.

Mbaraká Mbeí - espécie de chocalho ritual.

Nimuendajú - o divino reencarnado.

Tupã Ju - alma divina; habitante do Paraíso que reencarnou.

Femininos:

Ñapyka, Kuña Apyká - assento de mulher; reencarnação feminina.

Takuá - bambu, taquara.

Takua Pu - som ou música do bambu.

Takuá Verá - bambu reluzente.

Takuá Yvá - bambu do paraíso.

Fonte: CADOGAN, León. Mil apellidos guaranies. Assunção/Paraguay: Editorial Toledo, 1960.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Luiz Baptista Gonçalves



"No dia 2 falleceu, no Rio Grande, o joven Alonso de Souza Gomes, empregado do commercio d'aquella praça.

✤✤✤✤✤

Em Piratiny, no 2o. districto, deu-se o passamento do tenente-coronel Luiz Baptista Gonçalves.

✤✤✤✤✤

Em consequencia de febre amarella morreu na capital federal o joven Octaviano de Abreu Santos, alumno da Escola Militar do Ceará e filho do sr. Virgolino José dos Santos.

(...)

Em Pelotas finou-se o prestante e estimado cidadão Francisco Eurico da Silva, socio da firma Scholberg, Jouclá & Silva, estabelecida com casa de armas n'aquella praça.

Contava 42 annos de idade, era casado e deixa numerosa prole.

- Na mesma cidade deixou de viver, aos 44 anos, o cidadão Francisco de Paula Santos, proprietario da pharmacia existente na Costa de Pelotas (Areal)."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 10 de Maio de 1894, pág. 02, col. 03

Coronel Maneca Pedroso



"Coronel Pedroso

(Do Diario Popular de Pelotas)

Na medonha hecatombe do Rio Negro, cilada covarde armada á lealdade do inclyto Izidoro, desappareceu o intemerato coronel Manoel Pedroso de Oliveira, homem generoso e de uma nobreza extraordinaria de caracter.

Como guerreiro, era temido pelos adversarios, que lhe recordavam o nome assombrados e tremulos, e era o idolo de seus soldados, que o acompanhavam confiantes nas mais temerarias emprezas.

Esta phrase que irrompia do peito de seus concidadãos era o seu mais brilhante padrão de gloria:

'Maneca Pedroso é a alma da campanha do Sul...'

E realmente era: um gesto seu reunia massas compactas de soldados destemidos; um grito de guerra que seus labios proferissem era o signal certo da derrota do inimigo.

Tal era o poder d'aquella voz electrisadora, que dava animo aos soldados e os conduzia á victoria.

Os inimigos traidores viam de longe o prestigio enorme que aureolava a figura altiva do gigante da nossa campanha e encolhiam-se assustados, tremendo, nos seus ninhos de abutres, sem coragem de atacal-o siquer.

Até Gomercindo Saraiva, o torvo assassino de Curral de Arroios, o ousado chefe da malta de degolladores que infestou este Estado, quando ouvia fallar no grande gaúcho de Piratiny, mudava de conversa, dizendo que seu desejo era nunca se encontrar com esse republicano.

O chacal tinha mêdo do leão."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 13 de Março de 1894, pág. 01, col. 02

domingo, 2 de janeiro de 2022

O Sete-Saco

 



Por Cláudia Regina Kawka (professora em Curitiba/PR)

Uma das maiores dificuldades para os imigrantes eslavos que vieram para a Gleba Orle, no Norte do Paraná, era o problema da comunicação. Como fazer para que os brasileiros conseguissem compreender o que eles queriam? Realmente não era fácil. Mas o mesmo problema ocorria com os brasileiros que queriam falar com os poloneses e ucranianos. Era difícil conseguir pronunciar os nomes e sobrenomes dos estrangeiros! Cada nome complicado!

Certa vez apareceu no sítio de um imigrante polonês um senhor brasileiro procurando um tal de Sete-Saco.

- Quem mesmo o senhor está procurando? - perguntou o imigrante.

- Estou procurando o Sete-Saco.

- Que saco? O senhor deixou algum saco aqui?

- Não. Eu quero falar com o Sete-Saco.

- É homem ou mulher?

- É homem.

- E como é o nome dele?

- É Sete-Saco, ué! E ele mora num desses sítios.

Depois de muito pensar, o imigrante percebeu que a pessoa com quem ele queria falar era o Szewczak!

Outra história engraçada aconteceu quando um polonês foi comprar alho na venda. Ele chegou lá e só viu cebolas penduradas, e nada de alho. O vendeiro, vendo que o estrangeiro estava procurando alguma coisa, logo perguntou:

- O senhor está querendo comprar o quê?

- Acho que aqui não tem o que eu quero.

- Mas o que é? É cebola?

- Não sabendo como dizer "alho" em português, ele tentou explicar à sua maneira:

- Eu quero é o "irmão da cebola"...

O vendeiro entendeu e trouxe para o alho procurado!

Fonte: CORREIO RIOGRANDENSE (Caxias do Sul/RS), 21 de Junho de 1995, pág. 15

sábado, 1 de janeiro de 2022

Os índios da Aldeia dos Anjos

 



(...) Dois mil desses índios se juntam perto de Rio Pardo. Resolveu-se abrigá-los. Escolheu-se uma localidade bem situada, num lugar alto - Gravataí, que é fundada em 08 de abril de 1763, a 33 quilômetros de Porto Alegre. Lá se estabelecem mais de mil índios. Constrói-se igreja, casas, cemitério...Para alimentá-los, determinou-se uma fazenda muito grande entre Palmares e São Simão.

Eram índios que vinham das missões, educados pelos jesuítas. Em Gravataí continua o processo jesuítico: terras comuns, caixa comum, etc. Cria-se um colégio para meninos, um recolhimento para meninas e um serviço pelo qual os índios aprendem a ser lavradores.

Em casa, esses índios falavam guarani, mas no colégio, os meninos e meninas só podiam falar o português, pois as autoridades queriam que eles esquecessem a sua língua, a guarani. Não se sabe o motivo desta obrigação. Apenas se deduz que seja por motivo de integração portuguesa. Aliás, precisaríamos saber se esta política não era de âmbito nacional.

Parece que os portugueses não conseguiram integrar os índios. Eles fugiam para a campanha, onde encontravam trabalho nas estâncias. Iam para as missões e de lá voltavam. Casavam e descasavam. Dizia-se que eram maus cristãos.

Com tantos índios em Gravataí não temos descendentes com os seus sobrenomes, porque as autoridades o obrigavam a adotar sobrenomes portugueses, como está amplamente referido neste livro. Vejamos um exemplo: o cacique Poty virou Narciso de Souza Flores. A família Carabauy deu origem a Dionísio Pereira, Dorotéia da Silva, Miguel Morais, Miguel Luiz Correa. A família Mandarica deu origem a Aniceto Pereira, Joana Maciel, Pedro de Oliveira, Filuta Maciel, etc. A família Nensum deu origem a Inácio Borges Pimenta, Maria Salomé, Lugência Borges Pimenta. A família Cunumipa origem a Inácio Xavier Cavalcanti, Maria Cavalcanti, etc. A família Ayecatu deu origem a João de Alencastre e Antônio de Alencastre...

Como havia dois colégios, também havia dois regulamentos, com suas diferenças e semelhanças. As crianças levantavam cedo e logo almoçavam. Ao meio-dia jantavam e à noite ceavam. Eram costumes diferentes. As moças eram tiradas para casar.

Os índios podiam ter seu trabalho, cujo salário era fixado pelas autoridades. Assim, um índio carreteiro recebia 3$000 por mês; um índio domador, 3$600 por mês; uma índia para servir em casa, 3$800; uma índia ama-de-leite, 3$000.

Deviam ser castigados os que tratassem os índios como escravos, com açoites ou castigos semelhantes.

As autoridades da aldeia eram eleitas. Havia corregedor, escrivão e meirinho.

Fonte: CORREIO RIOGRANDENSE (Caxias do Sul/RS), 10 de Outubro de 1990, pág. 08

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