Trecho extraído de: LONER, Beatriz Ana. Construção de Classe: Operários de Pelotas e Rio Grande (1888-1930). Pelotas: Ed. Ufpel; Unitrabalho, 2001.
"Quanto às entidades sindicais, uma das mais fortes, com orientação libertária e presença durante toda a década foi o Sindicato dos Estivadores, o qual editou dois jornais próprios: em 1923, A Voz do Explorado e, em 1929, o Porvir. Este sindicato esteve presente em todos os congressos gaúchos da década, inclusive em reunião de delegados da FORGS em 1927, tal como o Sindicato dos Canteiros de Capão do Leão, que teve uma longa história de militância libertária contínua. Esta era uma das categorias mais perseguidas pela polícia, denunciando, no Congresso Gaúcho de 1925, que a polícia pelotense não permitia a impressão e distribuição de panfletos em sua categoria. Em 1927, seu delegado reconhecia que a situação da entidade estava estagnada, mas ela ainda se fez representar em 1928 e iniciou a década de 30 dentro da esfera de influência libertária." (p. 217-218)
"Os canteiros do Capão do Leão constituíram-se numa categoria sempre mobilizada, com forte presença anarquista e responsável por greves importantes, durante essas décadas, embora nem sempre com muito sucesso, especialmente devido à severa repressão policial." (p. 292-293)
Obs.: Conforma tabela no apud do livro, a data de fundação do Sindicato é 15 de novembro de 1913.