Aldyr Garcia Schlee é um dos escritores mais importantes do Rio Grande do Sul e do Brasil. Romancista e contista de fôlego, várias vezes premiado, escreve em português e em espanhol, mora bem ao ao sul do País, em local bastante próximo à fronteira com o Uruguai (Capão do Leão) e transformou tudo isso (vivência, cenários originais e diversidade cultural) em rica matéria-prima para sua literatura. É o designer criador do mítico uniforme da seleção brasileira de futebol (1953).
ARdoTEmpo: Caro Aldyr Garcia Schlee: você não está morando no eixo Rio-São Paulo, que é o mais influente na esfera cultural e econômica, no país. Como isso está sendo possível e qual a relevância desse fato para sua criação literária?
ARdoTEmpo: Caro Aldyr Garcia Schlee: você não está morando no eixo Rio-São Paulo, que é o mais influente na esfera cultural e econômica, no país. Como isso está sendo possível e qual a relevância desse fato para sua criação literária?
Aldyr Garcia Schlee: Longe do eixo Rio−São Paulo, um pouco longe até mesmo de Porto Alegre e de Montevidéu, eu me sinto, de certa forma, preservado (como uma múmia − dirá um gaiato).
Aqui, não corro o risco de envolver-me na chamada vida literária; não tenho que arranjar desculpas educadas para excluir-me de lances de marqueteleria. Mas, evidentemente, não fujo do diálogo; nem da briga.
Estou quieto, no meu canto − onde entendo que possa produzir mais e melhor.
Morar como escritor no Capão do Leão não só é possível como é preferível, porque é o lugar que descobri e escolhi para escrever. Já vivi como desenhista no Rio de Janeiro e como jornalista em Porto Alegre; e nessas duas cidades aprendi que, por mais que elas me atraíssem, por mais amigos que nelas fizesse, por mais experiência e realização profissional que elas me oferecessem, eu não podia viver longe de Jaguarão e sem estar às voltas com o Uruguai. No Capão do Leão, perto de Jaguarão, a um passo da fronteira, eu pude encontrar e me dedicar a construir, enfim, o meu mundo literário.
Aqui, não corro o risco de envolver-me na chamada vida literária; não tenho que arranjar desculpas educadas para excluir-me de lances de marqueteleria. Mas, evidentemente, não fujo do diálogo; nem da briga.
Estou quieto, no meu canto − onde entendo que possa produzir mais e melhor.
Morar como escritor no Capão do Leão não só é possível como é preferível, porque é o lugar que descobri e escolhi para escrever. Já vivi como desenhista no Rio de Janeiro e como jornalista em Porto Alegre; e nessas duas cidades aprendi que, por mais que elas me atraíssem, por mais amigos que nelas fizesse, por mais experiência e realização profissional que elas me oferecessem, eu não podia viver longe de Jaguarão e sem estar às voltas com o Uruguai. No Capão do Leão, perto de Jaguarão, a um passo da fronteira, eu pude encontrar e me dedicar a construir, enfim, o meu mundo literário.
Link original e restante da entrevista: http://ardotempo.blogs.sapo.pt/94830.html