História, Genealogia, Opinião, Onomástica e Curiosidades.Capão do Leão/RS. Para informações ou colaborações com o blog: joaquimdias.1980@gmail.com
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sexta-feira, 31 de dezembro de 2021
Feliz Ano Novo 2022!
Vila Nova, Porto Alegre
Para quem passa por Porto Alegre, ou vive na capital gaúcha, é difícil imaginar que a cidade já tenha abrigado um dos mais autênticos redutos da imigração italiana no Rio Grande do Sul. Um lugar onde se cultivaram parreirais, onde durante muito tempo se falou o dialeto vêneto, e onde foram realizadas pequenas Festas da Uva, muito antes deste conhecido evento ter subido a Serra Gaúcha. Tudo isso se passou na localidade de Vila Nova D'Itália, hoje um bairro de Porto Alegre.
A história de Vila Nova começa no ano de 1897. O imigrante italiano Vicente Monteggia, agrimensor e renomado técnico em construção de estradas, deixa a colônia de Alfredo Chaves (hoje Veranópolis) e se estabelece nos arredores de Porto Alegre, a convite do intendente José Montaury de Aguiar Leitão. Monteggia compra vinte hectares de terra e funda a colônia Vila Nova D'Itália.
A terra mostrava-se boa para o cultivo de uvas. Monteggia estimula a vinda de novas famílias do Norte da Itália e constrói um moinho de farinha de milho, aproveitando as águas do arroio Cavalhada. "A construção do moinho torna-se um fator de progresso para a vila, que passa a abastecer Porto Alegre", dia Lia Monteggia, neta do fundador de Vila Nova. Em pouco tempo, a localidade torna-se um centro de italianos, com vida própria.
O mesmo fator de desenvolvimento da pequena colônia, no entanto, se encarrega de isolá-la nas décadas seguintes. O avanço da metrópole de Porto Alegre sufoca Vila Nova. Distante das demais colônias italianas do Estado, o povoado acaba perdendo suas referências culturais.
Hoje, pelas ruas do bairro Vila Nova, são tênues os traços de uma imigração outrora tão visível. Do dialeto restou apenas um leve sotaque. Do moinho construído por Monteggia ainda resistem alguns mecanismos de madeira. Outros sinais podem ser vistos no estilo da igreja e em duas casas: uma, de pedra, outra, decorada com lambrequins, ao melhor estilo da arquitetura colonial italiana.
Além destas marcas, restam apenas os sobrenomes italianos inscritos nas lápides do cemitério de Vila Nova.
Fonte: CORREIO RIOGRANDENSE (Caxias do Sul/RS), 11 de Junho de 1997, pág. 07