A 19 do corrente foi encontrado morto em um vallo existente nas proximidades de Santa Cruz, em Pelotas, o desventurado poeta Lobo da Costa.
A morte devia ter sido occasionada pro congellação, resultante do intenso frio que reinou na noite de 18.
O cadaver foi encontrado completamente encharcado, devido á torrencial chuva que cahio na mesma noite.
Lobo da Costa foi um talento de inestimavel valor e ninguem melhor do que elle poderia occupar o primeiro lugar na poesia rio-grandense dos ultimos tempos, se uma infelicidade atroz não o houvesse quasi impossibilitado para os prélios da litteratura.
Deixa varios livros de versos e dramas e muitas producções esparsas pelo jornalismo da provincia.
O enterro do infeliz poeta foi extraordinariamente concorrido.
A imprensa pelotense prestou ao finado as honras que lhe eram devidas."
Fonte: A FEDERAÇÃO, 22 de Junho de 1888, p.02. c.04