"Filho de Antonio Quinhones de Mattos Cabral e D. Anna Rita do Carmo Cabral. Nasceu a 4 de julho de 1811 em Pelotas. Faleceu na Bahia, Cidade do Salvador, a 6 de março de 1871. Veio para Bahia como empregado no comércio; aí foi guarda-livros, depois do que deixou o emprego pelas letras. Estudou Humanidades com alguns recursos que seu pai lhe fornecia. Com a morte deste, fez concurso para professor de primeiras letras e assim se formou.
Desde cedo tinha ideias republicanas, dedicando-se à imprensa, fazendo propaganda com o ardor próprio de seu temperamento fogoso. Escreveu em vários jornais: 'O Democrata' (órgão de propaganda), Bahia, 1836 a 1842. Creio não ter sido 'O Guarany' o jornal em que escreveu o eminente repúblico e sim o 'Guaycurú', órgão francamente republicano, de 1842 a 1850. Foi esse jornal que fez, em 1848, terrível oposição ao General Andréa, depois Barão de Caçapava, tendo por epígrafe estes dois versos de Garret na tragédia Catão:
Da liberdade a árvore não cresce
Se a não rega dos déspotas o sangue.
'Dos seus ardorosos artigos sobressaem as séries: Forma Republicana, Tenebrosos Mysterios da Bahia, em torno de uma questão chamada Passos que agitava a Bahia (80 artigos). Redigiu ainda 'O Interesse Publico', 1860-1861. E, mais, escreveu um livro, 'A Política e os Políticos', obra de desilusão, que procurou extinguir antes de morrer, salvando-se parte em mãos do seu filho de igual nome, nascido na Bahia a 29 de outubro de 1852 e morto a 27 de janeiro de 1883, e que se tornou célebre por uma tese apresentada para formatura na Faculdade de Medicina da Bahia: 'Funcções do Cerebro Bahia', 1876 - 265 páginas - tese que causou sensação por ser reputada pela Faculdade como lesiva à religião do Estado. Imprimiram-na os colegas. O filho teve na Bahia muito mais renome que o pai, até pelas extravagâncias de pensor."
Nenhum comentário:
Postar um comentário