sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Lembranças Leonenses III


– Nos idos de muito antigamente, costumava-se dizer que as pessoas da zona rural, sobretudo aquelas que habitavam os lugares mais recônditos, não sabiam o valor real do dinheiro. A pouca instrução e certo isolamento favoreciam esta situação, embora devamos compreender que a época histórica era outra e os ditos “grossos” eram pessoas que regulavam o valor das coisas por sua utilidade prática no quotidiano. Isto explica um acontecimento inusitado que se passou em 1952, lá para os lados da Coxilha Florida. O cidadão acertou o prêmio da remota e extinta Loteria Estadual. Eufórico saiu a contar a vizinhos e conhecidos que tinha o bilhete premiado. Veio então à Vila do Capão do Leão para tomar o trem em direção à Pelotas. No caminho contou sua bem-aventurança a um comerciante, que ficou bastante interessado na história e propôs-lhe o seguinte negócio: dava um cavalo e uma camionete Ford usada pelo bilhete. O incauto nem tomou o trem e retornou ao interior, felicíssimo. O comerciante foi e retirou o prêmio, cujo montante daria para comprar pelo menos duas camionetes novinhas e mais quatro ou cinco cavalos.

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