quarta-feira, 6 de setembro de 2023

O Combate do Salsinho

 



O combate

Mais pormenores sobre o combate do Salsinho encontrámos na seguinte carta, dirigida pelo major José Alves Pereira, do 2o. batalhão da brigada militar ao delegado de polícia de S. Gabriel, major João Paulo Botelho.

Eis a carta, que saiu publicada na Patria Nova:

Como já deve saber, derrotámos as forças reunidas de Gomercindo Saraiva e Vasco Martins. O combate durou uma hora de fogo vivíssimo.

Tomaram parte o corpo de Antero Pedroso e o meu batalhão, o qual foi dividido em dois pelotões, commandando eu o primeiro e o dr. Varela o segundo.

Coube-me a mim atacar os sediciosos.

Com tres descargas fil-os retroceder e apparecendo o dr. Varela, fez tambem fogo.

Os miseraveis puzeram-se immediatamente em fuga, e com tanta vergonha, que a desordem foi completa entre elles!

Ficaram muitos mortos. Cavallos mortos e feridos. Essa gente está quasi núa e vinha em grande parte em pello.

Um dos chefes foi ferido, mas o levaram na retirada. Ficaram, porém, os arreios prateados e um excellente poncho de verão. O terreno é pessimo. Grandes banhados de santa fé, muita chirca pelas coxilhas e nos fundos, canhadas.

Dizem que Gomercindo está no Passo dos Carros, distante d'aqui tres leguas. Estamos preparados para lhe dar o ultimo golpe.

Só o segundo batalhão e um corpo de cavallaria derrotaram completamente os bandidos, em que os federalistas tantas esperanças depositavam!

Eram 500 os homens commandados por Gomercindo.

Consideramos uma victoria esplendida, para nós, nas circumstancias em que se deu o combate.

Adeus. Breve escreverei.

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 03 de maio de 1893, pág. 03, col. 01

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