Pyramidal, diz a Gazeta de Noticias, a pilheria que fez ha dias o telegrapho.
Um cavalheiro residente na côrte recebeu de um inglez seu amigo, que estava no Rodeio, o seguinte telegramma: O gato morreu.
O homem desatou a rir, e foi ao telegraphou dizer que necessariamente havia engano; que o seu amigo, apezar de inglez, não era homem para tirar-se de seus cuidados e telegraphar aquelle destampatorio. Horas depois recebe a seguinte rectificação, e lê attonito: O gato morreu.
D'esta vez já não teve vontade de rir. Havia evidentemente um engano, mas, ainda assim, si uma palavra estivesse certa, podia tratar-se de cousa séria. Inquieto, resolvem seguir no dia seguinte para o Rodeio, e assim o fez; mas, em caminho, em uma estação intermediaria, encontra o seu amigo inglez, que vinha em outro trem para a côrte.
- Que diabo me telegraphaste tù?
- Eu mandei-te dizer hontem: 'vou amanhã', e o peor é que vou hoje.
- Vou amanhã?
- Sim, mas em inglez: I go to-morrow.
- Ai! I go to-morrow! o gato morreu. Enorme, o telegrapho!"
Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 09 de Julho de 1889, pág. 02, col. 01
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