quinta-feira, 9 de abril de 2020

Famílias nobres da Espanha - Parte 02


Livre adaptação da obra: PIFERRER, Francisco. Nobiliario de los Reynos y Señorios de España. Madrid: La Redaccion, 1857. 

Fontes consultadas para adições: https://es.wikipedia.org/wiki/Wikipedia:Portada

21. Maimon

A linhagem tem origem nos campos de Tarragona, próximo a Villalonga, no antigo Principado da Catalunha, num solar antiquíssimo que primitivamente foi denominado de Mas de Maimon.

22. Neira

A linhagem tem origem nas Montanhas de Carriedo, onde esteve erigido também o seu primitivo solar.

23. Fernandes de la Puente

A linhagem é originária das Montanhas de Santander e seu solar primitivo foi no vale de Toranzo, paróquia de Puente de Viesgo, diocese de Burgos. O iniciador da linhagem foi Iñigo Fernandez, cavaleiro da corte do rei Dom Afonso IX de Leão (reinado de 1188 a 1230), que esteve presente na restauração da cidade de Santander. Segundo a narrativa, Iñigo Fernandez apoderou-se de uma ponte com bravura durante a batalha e por isso o rei alcunhou-lhe o epíteto de la Puente, que incorporou-se ao sobrenome.

Seu filho, Pero (ou Pedro) Fernandez de la Puente recebeu em 1218 os senhorios de Soto e Puente Viesgo. Os descendentes desta linhagem ainda serviram em diversas funções ao reinos de Leão e Castela, e posteriormente à Espanha unificada, dentre eles: Dia (ou Diaz) Fernandez de la Puente, mordomo do rei Fernando III de Castela; Juan Fernandez de la Puente, que recebeu o título de marquês de Castela do rei Carlos II da Espanha e foi presidente do Conselho Real de Castela; entre outros.

24. Acosta

Costa e Acosta são sobrenomes com uma mesma origem, em que a aliteração fonética fez com que constituísse duas linhagens distintas com o tempo. Segundo o Catálogo da Nobreza Lusitana,  a linhagem tem origem durante o reinado de Manuel I de Portugal (de 1495 a 1521).

25. Ponce de León

Segundo autores antigos, a linhagem procede da família patrícia romana dos Ponces, conhecida desde o ano de 325 a.C. Entretanto, dado a escassez de registros durante a Alta Idade Média, não é possível afirmar com certeza se a ilustre família romana tem ascendência direta com os Ponce ibéricos.

O que se sabe é que conde Torson de Toulouse, na França, suserano de maior parte da Gália Narbonense, viveu por volta do final do século IX d.C. Um descendente seu, Ponce, conde de Trípoli e senhor do castelo de Minerva (nos arredores de Toulouse), migrou a Leão na época do rei português Afonso Henriques (reinado de 1139 a 1185). Recebera por sua vez um feudo onde seria erguida a torre dos Ponces. Um descendente seu, Dom Pedro Ponce de Cabrera contraiu matrimônio com Dona Aldonza Alfonso de Leão, filha do rei Afonso IX de Leão (rei de 1188 a 1230). Os filhos do casal: Fernan Perez Ponce e Ruy Perez Ponce anexaram ao "Ponce" a alcunha "de León", surgido daí a linhagem. 

A linhagem teve um papel predominante na história posterior da Espanha, com diversos personagens ocupando e exercendo as mais distintas funções.

26. Guzman

Não há pleno consenso sobre a origem desta linhagem. A primeira teoria afirma que Guzman procede de um cavaleiro aparentado com os Duques da Bretanha chamado Goodman ou Gudman, que quer dizer "bom homem" e que foi rico-homem na corte do rei Fernando I de Leão (reinou de 1029 a 1037), tendo fundado a torre de Guzman, nas proximidades de Roa, na diocese de Osma.

A segunda hipótese alude a um personagem mais antigo ainda que seria o rei visigodo Gundemaro (reinado de 610 a 612). Já a terceira explicação, mais factual do ponto de vista documental, indica o rico-homem Ruy Nuñez, que viveu no fim do século XII, como o primeiro a adotar o sobrenome Guzman, porque tornou-se senhor da homônima torre, nas proximidades de Roa. 

Ruy Nuñez casou com Goda Gonzales de Lara e tiveram três filhos: Pedro, Alvar e Félix. Pedro não deixou descendência, porém os dois últimos legaram a seus descendentes o sobrenome. Inclusive, Félix Nuñes de Guzman foi pai do santo católico espanhol conhecido como Domingos de Gusmão.

27. Guzman de Sevilla

A linhagem descende de um neto de Ruy Nuñez (vide item anterior), cujo nome era Nuño Perez de Gusman "el Bueno", que tomou parte na Batalha de Navas de Tolosa e na campanha de conquista de Baeta (ambas aconteceram no início do século XIII). Por serviços prestados, o rei Afonso X de Castela concedeu-lhe uma boa parte das terras de Sevilha, que foram denominadas de Guzman. A partir daí o tronco andaluz seguiu trajetória própria e distinta do tronco castelhano.

28. Enriquez

A linhagem tem origem em Afonso Enriquez, senhor de Medina de Rioseco, almirante da Armada de Castela. Era filho de Fadrique (1333-1358) e neto de do rei Afonso XI de Castela (1311-1350). 

29. Enrique

A linhagem tem origem no infante Dom Enrique (1230-1303), filho do rei Fernando III de Castela (1199-1252).

30. Manuel

A linhagem tem origem no infante Dom Manuel (1234-1283), filho do rei Fernando III de Castela (1199-1252).

31. Sarmiento

Pedro Ruiz, descendente das casas de Villamayor e Salvadorez, participou da Batalha de Navas de Tolosa (1212), no comando dos vassalos e aliados de Rodrigo Gomez de Trastamara. A narrativa histórica diz que Pedro Ruiz ordenou que se ajuntassem sarmientos (ramos de videira) secos e os queimassem junto ao acampamento dos inimigos. O incêndio de víveres e apetrechos dos mouros contribuiu para a vitória dos cristãos e, a partir daí, Pedro Ruiz passou a ser chamado o Sarmiento por causa do estratagema que adotou.

32. Tovar

No ano de 1218, o rei Fernando III de Castela concedeu ao cavaleiro Sancho Fernandez a jurisdição da vila de Tovar, por serviços prestados ao reino. Houve incorporação do topônimo ao nome e daí se iniciou a linhagem.

33. Fonseca

A linhagem tem origem em Antonio de Fonseca y Ulloa, que recebeu no ano de 1615 do rei Felipe III da Espanha o título de conde de Villanueva de Cañedo. 

34. Bocanegra

A linhagem tem origem no nobre genovês Egidio, que foi rico-homem e almirante-mór de Castela, durante o reinado de Afonso XI (1312-1350). Por ter contribuído no sítio de Algeciras, em 1342, recebeu o senhorio da vila de Palma, dando início a uma linhagem própria.

35. Castilla

A linhagem tem origem no infante Dom Tello (1137-1370), primeiro conde de Biscaia, filho do rei Afonso XI de Castela. 

36. Guevara

Segundo o Libro Becerro, a linhagem é originária de Biscaia, onde foi erigido seu primitivo solar. Alguns genealogistas sugerem que o tronco biscainho tem origem na família ducal da Bretanha. Os primeiros fidalgos desta linhagem remontam à época de Garcí Íñiguez I de Sobrarbe (reinado de 758 a 802), conde de Sobrarbe.

Dos Guevara primitivos descendem os Condes de Oñate.

37. Vega

Entre Palência, León e Valladolid existe a região denominada tierra de Campos, onde se erigiram muitos castelos e fortalezas cristãs após a conquista muçulmana na Península Ibérica em 711. Os quatro mais antigos foram Barba, Quijada, Escobar e Vega. A linhagem de Vega procede deste castelo homônimo, cuja origem talvez remeta ao século IX.

38. Manrique

As casas de Lara e Manrique descendem do conde Diego Porcelos que no ano de 884 estabeleceu-se na cidade de Burgos. Gonzalo Gustios, sobrinho de Nuño Rasura e bisneto do conde Diego Porcelos, tomou o sobrenome Lara por haver casado com uma irmã de Ruy Velasquez, senhor da aldeia de Vilaren de la Foz de Lara. No segundo casamento, com uma irmã do senhor de Córdoba, o mouro Abderrahamen Almanzor Miramamolin, Gonzalo Gustios (agora Gonzalo Gustios de Lara) teve como varão Mudarra Gonzalez de Lara.

Um descendente de Mudarra Gonzales de Lara, o conde Pedro de Lara, contraiu núpcias com Sancha, infanta do Reino de Navarra.  Dentre os vários filhos do casal, um deles casou com Ermesenda Aimerich, viscondessa de Narbonne (Languedoc, França). Desta união, o marido (cujo nome ignora-se) incorporou o sobrenome da esposa ao seu, dado que Aimerich era de nobreza considerada mais importante. Com o tempo Aimerich transformou-se em Aimerique, Aimerico, Amalarique, Amalarico, Amalrique, Malrique, até chegar a forma Manrique

Dos Manrique originais descendem os Condes de Osorno.

39. Luna

A casa de Luna procede da casa real de Aragão. A origem da linhagem tem em Bacalla de Luna seu personagem principal, que viveu no final do século XI, rico-homem da corte de Aragão. Por serviços prestados ao rei Sancho I Ramírez de Aragão, recebeu o senhorio da vila de Luna em 1091, da qual participou na campanha de conquista junto aos árabes. 

40. Luna de Urgel

Ramal do tronco original de Luna que surgiu em Urgel, na Catalunha, sendo inclusive a família detentora do título do condado de Urgel.


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