Cerca das 5 horas, saudado por freneticos applausos, elevou-se magestosamente o aerostato Relampago, levando dependurado, em um par de argollas, o capitão Martinez, que nas alturas ia fazendo variados e arriscados exercicios gymnasticos, até perder-se de vista, não o balão, mas o capitão por menos volumoso.
O balão manteve-se apenas no ar uns dez minutos e se não chegou a grande altura, foi esta com vezes maior do que a necessaria para que o capitão Martinez ficasse achatado, se de lá cahisse.
O balão sustentado pelo grande numero de paraquédas que o cercavam, foi descendo paulatinamente até pousar na chacara do fallecido Luiz Antonio Alves de Carvalho, na rua do Cattete n. 182.
O povo invadio a chacara e appareceram logo enthusiastas para levarem o aeronauta, em charóla, outra vez para o circo. A viagem aerea do capitão Martinez foi apenas uma curta digressão, mas bastante para que n'ella pudesse mostrar toda a sua coragem e sangue frio."
Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 17 de Março de 1886, pág. 02, col. 02
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