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Ao Capão do Leão, a comitiva
chegou cerca de dez horas da manhã, galgando o comboio o cerro de pedra onde,
aqui e ali, se vêm casas, constituindo verdadeiras aldeas, grandes edifícios provisórios,
de madeira, chaminés e torres, e um movimento enorme de operários, trabalhando
sob o ensurdecedor ruído de poderosas machinas.
O morro é contornado por varias
linhas da estrada de ferro e está dividido em duas faces de ataque mais ou
menos em ângulo recto, cada uma com dois planos, por meio de um degráo, onde se
procede a desagregação da rocha empregando-se como agentes poderosos o ar
comprimido, a electricidade e a dynamite.
A certa distancia das pedreiras
fica a Usina composta de 2 grupos electrogenos de 125 c.v. cada um, sendo um
destinado a acionar o compressor de ar. Estes compressores actuam sobre o ar em
duas phases – na primeira comprime-o o qual por este motivo eleva a temperatura
e para que possa chegar ao limite da compressão desejada o compressor deixa-o
resfriar-se distendendo-se e depois novamente actua sobre ele fazendo-o
adquirir a pressão de 7 athus. O outro compressor é acionado por um motor Wolf directamente.
O segundo grupo electrogeno é o
que fornece a corrente necessária ao movimento do grande numero de guindastes
electricos existentes em cada degráo da pedreira. Ao lado desta Usina existe
uma outra destinada ao reparo de ferramentas.
Na pedreira trabalham 2
guindastes a vapor de 54 toneladas além de inúmeros guindastes electricos todos
destinados ao serviço de carregar as caixas com grandes blocos de pedra.
As perfuradoras á ar comprimido
em número de 10 fazem furos de 15 a 20 metros de profundidade com a maior
rapidez. Além das perfuradoras há também para mais de 20 rewolveres que ainda
pelo ar comprimido fazem furos nos blocos já despegados da rocha para tornal-os
transportáveis. Este serviço é admirável.
As perfuradoras tanto trabalham
na posição vertical como na horizontal e estando, como estavam, todas
trabalhando no dia da visita, impressionam agradavelmente ao observador que ali
contempla o modo inteligente da substituição do trabalho manual pelo mecânico. Não
há tempo perdido – o bloco grande é atacado em seguida pelos rewolvers que em
menos de 10 minutos fazem-lhe um furo no qual a pólvora ou a dynamite atua
rebentando-o.
Por occasião da explosão uma
corneta alarma ao pessoal operário o qual retira-se correndo; os guindastes
todos abrigam-se em pontos determinados. Terminada a explosão volta todo o
pessoal afim de carregar os carros.
Trabalham nesta pedreira 700
homens actualmente.
Das pedreiras saiu toda a pedra necessária
aos molhes, ao calçamento e ao cais do novo porto.”
Fonte: A FEDERAÇÃO,
19 de maio de 1915, p.1, c. 1
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