Pesquisador do IBGE é enviado à zona rural de Piratini, especificamente para a localidade de Rincão dos Freitas, afim de realizar uma pesquisa étnico-racial com alguns moradores do lugar que foram pré-selecionados num processo de classificação. Todavia, o trabalho é demorado, pois exige muita paciência, dado alguns não morarem mais na localidade e outros quase sempre estarem ausentes de suas casas na maior parte do dia.
Um nome aparece e pouco se sabe a respeito dele: Vitorino Crespo Lemos, cujo apelido anotado seria Crespinho, e mais alguns dados como idade e moradia. Conversando com um e com outro, o pesquisador chega na casa de um tal de Bugio, que aparentemente podia saber do sujeito, mas tanto o nome e o apelido lhe são completamente desconhecidos. O tal de Bugio se mostra solícito e, como o pesquisador do IBGE estava de carro, oferece-se a conduzi-lo a uma vizinha que talvez pudesse saber a propósito do almejado Crespinho. Chegam na casa da Sra. Maria Lomba e também ela não sabe dizer nada. Seguem o caminho e param no sr. Pedro Alemão, que diz que já ouviu esse nome ali na região, mas não sabe quem é ou qual seu paradeiro.
A tarde prossegue sua marcha e param num lugar e outro e não acham nada do tal de Crespinho. O Bugio então informa o pesquisador do IBGE que podiam falar com um vendeiro ali perto, dono de um armazém, que é homem antigo do lugar e conhece muita gente. Chegando lá, o pesquisador se apresenta e diz ao vendeiro a razão de sua busca, enfatizando o apelido e o nome: Vitorino Crespo Lemos. O vendeiro toma uma feição pensativa, busca embaixo do balcão alguns papéis, remexendo daqui e dali, e finalmente chega à cômica conclusão:
- Ô Bugio! Vitorino Crespo Lemos é tu mesmo, mazanza! Esqueceste do teu próprio nome?!
Nota: Todos os nomes são obviamente fictícios, mas o causo é real.
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