'Falleceu ha dias n'este municipio, onde residia ha muitos annos, o velho africano geralmente conhecido por pae Joaquim.
Era medico, adivinho, feiticeiro e não sabemos que outras virtudes lhe emprestava a tradição popular.
Até de longe, de localidades bem distantes, vinham clientes consultar o pae Joaquim, que os desenfeitiçava em tres tempos e meio.
Tinha uma popularidade extraordinaria o bom preto velho. Ás vezes que aqui apparecia era acompanhado por um estado-maior que faria inveja... a quem não tem estado-maior. Trajava bem e tratava-se melhor ainda. As suas paixões predilectas, pelo que deixava vêr, eram as mulheres, o bom vinho e os anneis, que usava abusivamente: quasi todos os dedos cheios d'elles, de todos os feitios e de todos os metaes.
Que a terra seja leve ao pae Joaquim, que com todos os sortilegios, nunca fez mal a quem quer que fosse."
Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 07 de Agosto de 1895, pág. 02, col. 05
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