Pela sua situação ribeirinha ao S. Gonçalo e ao arroio Santa Barbara a zona industrial é a mais sacrificada. Por estar na cota de mais 3,30m, somente a faixa do cais não foi atingida pelas aguas, servindo, assim, de ponto de referencia ás obras que, porventura, vierem a ser realisadas. O engorgitamento dos banhados de origem do Santa Barbara e de seu leito medio e o extravassamento de seu curso inferior, indo estabelecer ligação com o arroio Pepino, por detraz das instalações portuarias, e ligando-se, por sua vez, com as aguas vindas do arroio Pelotas, tudo isso provocado pela elevação do nível do S. Gonçalo, são as causas exclusivas do alagamento da cidade de Pelotas. E isso indica a necessidade de se proteger a cidade de Pelotas, com a execução dos melhoramentos no S. Gonçalo e nos arroios Santa Barbara, Pepino e Pelotas. De leito sinuoso e baixo, parece que o rio S. Gonçalo deveria sofrer elevação das margens, retificação e rigorosa limpesa. Alem das más condições proprias do rio, ha a considerar a ponte e vãos relativamente pequenos, e a falta de boeiros e pontilhões nos aterros, provocam a perda da velocidade das correntes e determinam a invasão dos campos pelas aguas.
O trecho do rio a jusante da ponte é o principal. Merece menção especial não só por ser o de maior navegação, como por nele estar situado o porto de Pelotas. O Estado do Rio Grande do Sul vem procedendo a dragagens continuas. É sabido, porém, que trabalhos de dragagem, por si sós, não resolvem problemas de barras nem canais navegaveis, si nelas não se modificarem as condições que produzem o assoriamento. Está nesse caso, este trecho do S. Gonçalo, cuja seção cada vez mais aumenta, pela continua erosão das margens agora muito maior pela intensa navegação que por ela trafega diminuindo as velocidades e retardado o escoamento das aguas das cheias.
Ao que parece, ao serem estudadas as obras de proteção da cidade de Pelotas, contra as cheias, o estudo deveria ser estendido até à barra deste rio. Deve ser preconizado o endicamento da margem do S. Gonçalo, desde a ponte da Viação Ferrea até ao arroio Pelotas, para, posteriormente, estende-lo até ao arroio Pepino. Restam os arroios Santa Barbara, Pepino e Pelotas, para os quais é sugerida a regularisação, procurando aumentar as suas velocidades e endica-las convenientemente."
Fonte: A ILLUSTRAÇÃO BRASILEIRA (RJ), edição 144, agosto 1942, pág. 144-145.
O trecho do rio a jusante da ponte é o principal. Merece menção especial não só por ser o de maior navegação, como por nele estar situado o porto de Pelotas. O Estado do Rio Grande do Sul vem procedendo a dragagens continuas. É sabido, porém, que trabalhos de dragagem, por si sós, não resolvem problemas de barras nem canais navegaveis, si nelas não se modificarem as condições que produzem o assoriamento. Está nesse caso, este trecho do S. Gonçalo, cuja seção cada vez mais aumenta, pela continua erosão das margens agora muito maior pela intensa navegação que por ela trafega diminuindo as velocidades e retardado o escoamento das aguas das cheias.
Ao que parece, ao serem estudadas as obras de proteção da cidade de Pelotas, contra as cheias, o estudo deveria ser estendido até à barra deste rio. Deve ser preconizado o endicamento da margem do S. Gonçalo, desde a ponte da Viação Ferrea até ao arroio Pelotas, para, posteriormente, estende-lo até ao arroio Pepino. Restam os arroios Santa Barbara, Pepino e Pelotas, para os quais é sugerida a regularisação, procurando aumentar as suas velocidades e endica-las convenientemente."
Fonte: A ILLUSTRAÇÃO BRASILEIRA (RJ), edição 144, agosto 1942, pág. 144-145.
Um comentário:
É lamentável ver a repetição dessa tragédia em 2024. Que ocorram mudanças desta vez por parte daqueles que possuem as verbas, e que podem e devem fazer algo. Que estas, sejam cobradas e visíveis pelos que que padecem e vivem de pagar impostos.
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