Anos antes da chegada dos europeus, em toda região oeste da ilha de Marajó banhada pelo rio Anajás viviam índios da etnia Anajás. O que atualmente é chamada a cidade de Anajás, naquela época era chamada Mocoões. Esta região também catequizada pelos jesuítas pertenceu ao município de Chaves e, em seguida, ao Município de Breves, anexada em 1869. Em 1870 é transformada em Freguesia Menino de Deus do Rio Anajás, extinta em 1878 e anexada ao município de Breves. Em 1880, a freguesia é recriada com mesmo nome. A Freguesia Menino de Deus do Rio Anajás passou a se chamar Freguesia de Anajás, por uma lei provincial em 1886. Foi elevada à categoria de município de Anajás em 1895. Em 1930, o município foi extinto e seu território anexado ao município de Afuá. Em 1938, é recriado o município de Anajás.
Com relação ao município de Bagre é desconhecida parte de sua história, mas o que se destaca é que a cidade fica localizada na zona fisiográfica do rio Jacundá-Pacajá. Sabe-se, porém que suas terras pertenciam ao município de Oeiras quando, em 1879, foi erguida uma capela, que posteriormente passou à jurisdição do município de Melgaço. Na ocasião, a localidade já contava com o povoamento denominado Bagre que, 1887, adquiriu predicado de Freguesia. Sua emancipação político-administrativa ocorreu, definitivamente, no ano de 1961.
O município de Breves teve seu início no período colonial, na chamada Missão dos Bocas, quando dois irmãos portugueses se instalarem com toda a sua família na região em que lhes foi concedida uma sesmaria entre 1738 e 1740. Em 1850, lhe foi conferida a categoria de Freguesia, com nome de Nossa Senhora Santana de Breves, o lugar pertenceu, sucessivamente, a Melgaço e Portel. Entretanto, sua delimitação foi estabelecida no governo de Augusto Montenegro. A denominação que gerou o nome do município vem do sobrenome dos irmãos portugueses Manoel e Ângelo Fernandes Breves em 1882.
O município de Curralinho teve suas origens em uma fazenda particular, cujos proprietários dispunham de muitas relações comerciais, que em meados do século XIX, o local onde ficava a fazenda constituía-se num porto de parada obrigatória das embarcações e dos famosos regatões, que subiam o rio. Assim, a localidade prosperou, e, em 1850, adquiriu categoria de Freguesia sob a invocação de São João Batista de Curralinho. Obteve a categoria de vila em 1856 e teve sua sede transferida para onde está atualmente o município. O topônimo de origem portuguesa é diminutivo de 'curral'. Aos habitantes locais dá-se o gentílico de 'curralinhenses'. O município de Gurupá historicamente foi habitado por índios, até que, em uma época que muitos historiadores desconhecem os holandeses ali se estabeleceram erguendo feitorias e porto fortificados, à margem direita do rio Amazonas.
A origem do município de Melgaço, na zona fisiográfica do rio Jacundá, inicia por volta de 1653, através da fundação da aldeia de Varycuru, também chamada de Guarycuru e Arycuru, pelo padre Antônio Vieira conjuntamente com os índios Nheengaibas. Após a expulsão dos padres jesuítas do domínio português, em 1758, a então aldeia de Arycuru foi elevada à categoria de vila com o nome de Melgaço. Dessa forma, essa localidade passou a ser constituída como Freguesia de São Miguel. Em 1936, Melgaço novamente foi extinta e o seu território foi anexado ao município de Portel. Entretanto, com a expansão da produção da borracha, da seringa, do leite da maçaranduba e outras extrações vegetais, a localidade prosperou, e, em 1961, tornou-se unidade autônoma, tornando-se município de Melgaço.
A história de Portel teve início com uma aldeia de índios, reorganizada pelo Padre Antônio Vieira, juntamente com os silvícolas da tribo Nheengaiba. Posteriormente o fundador entregou-a a direção dos Padres da Companhia de Jesus, que lhe deram a denominação de Arucará. No ano de 1833, a então vila foi extinta, ficando o seu território anexado ao do município de Melgaço até 1843, quando readquiriu o nome de Portel, cuja reinstalação ocorreu dois anos depois. O seu topônimo de origem portuguesa quer dizer 'porto pequeno', e os habitantes locais chamados de 'portelenses'.
O início da história do município de São Sebastião da Boa Vista é desconhecida por muitos historiadores. Em 1758, já figurava como Freguesia de São Sebastião, porém, anos depois, a localidade foi anexada ao território da Freguesia de São Francisco de Paula, no município de Muaná, até 1868, quando lhe foi restituído o título, e em 1943 o município foi desmembrado de Muaná para constituir-se em unidade autônoma. O seu topônimo de formação portuguesa foi dado à localidade em homenagem ao padroeiro local, tendo seus habitantes a denominação de 'boavistenses'.
O município de Cachoeira do Arari surgiu no período colonial, com a chegada dos jesuítas a partir de 1700, quando se iniciou a colonização da região do Rio Arari, fundando-se as fazendas de gado pertencentes à Missão, em terras do médio e alto Arari. Em 1747, com o crescimento demográfico e da pecuária, foi erguida a Paróquia de Cachoeira nas terras de um fazendeiro o qual fundou a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Cachoeira, subordinada à Vila Nova de Marajó. Em 1924, o Município de Cachoeira do Arari foi elevado à categoria de cidade.
A origem do município de Chaves está relacionada com o desenvolvimento da catequese, nos tempo coloniais, na aldeia dos índios Aruans que habitavam todo o litoral da ilha de Marajó. Os Capuchos de Santo Antônio instalaram-se no local onde existiam as principais aldeias e fundaram uma missão, onde passaram a catequizar os índios, a exemplo do que faziam em outros pontos da ilha do Marajó. Em 1755, tornou-se aldeia e em 1757 elevou-se à categoria de Vila. No final do século XVIII, Chaves tornou-se um centro militar, dispondo de grande guarnição, devido a sua posição estratégica, às proximidades da foz do Amazonas, para garantir o domínio luso na ilha de Marajó. Em 1833, substituiu-se a denominação da vila de Chaves pela de Equador, nome que permaneceu até 1844. Em 1864, o Governo da Província foi autorizado a marcar os limites do Município, restituindo-se o seu antigo nome.
O município de Muaná teve sua origem numa fazenda que, posteriormente transformou-se em povoado até ser elevada à categoria de Freguesia, com o nome de São Francisco de Paula, em 1757. Em 1833 foi elevada à categoria de Vila, Muaná ganhou a categoria de Cidade pela Lei no. 324, de 6 de julho de 1895, durante o governo de Lauro Sodré. O território do município de Muaná foi acrescido dos distritos de Atatá, Santa Bárbara e São Sebastião da Boa Vista. Com a divisão territorial do Estado, que passa a vigorar no período de 1939-43, os distritos Atatá e Santa Bárbara foram extintos, sendo anexados como zonas ao distrito-sede de Muaná, que, por sua vez, perdeu a zona de Pracuúba, transferida para o distrito de São Sebastião da Boa Vista.
Com a criação do município de São Sebastião da Boa Vista, em dezembro de 1943, Muaná também perdeu o distrito com esse nome, ficando incorporada a Muaná a zona de Pracuúba. Com a divisão territorial fixada para vigorar no período de 1944-48, o município de Muaná passa a ser constituído apenas pelo distrito-sede. Atualmente, é constituído pelos distritos de Muaná (sede) e São Francisco de Jararaca.
Em 1833, com a nova divisão da Província do Pará em termos de comarcas, Ponta de Pedras teve o seu território anexado ao do município de Cachoeira. Essa situação perdurou até 1877, quando dali desmembrou-se para ser erigido em Vila e Município. Entretanto, em 1930, em virtude da criação do município de Arari, mais tarde Itaguari, os municípios de Ponta de Pedra e Cachoeira foram extintos e os seus territórios passaram a integrar ao da nova unidade autônoma, até que, em 1938, Itaguari passou a chamar-se Ponta de Pedras. O nome foi dado ao município em virtude do acúmulo de pedras existentes ao seu redor. Já Itaguari, de origem indígena, significa 'rio do morador das pedras' ou 'rio das barreiras'. Aos habitantes do lugar dá-se o gentílico de 'ponta-pedrenses' ou 'itaguarienses'.
O Município de Santa Cruz do Arari, localizado às margens do Lago Arari é de recente criação. Entretanto, a sua emancipação político-administrativo somente ocorreu, em 1961, quando se desmembrou dos municípios de Ponta de Pedras e Chaves. Em divisão territorial datada de 1963, o município é constituído do distrito-sede e assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005.
O município de Salvaterra foi colonizado por volta do século XVIII, pelos frades jesuítas que se instalaram na vila de Monsarás, a sede do município. Entre os povos que habitavam esta região na época, predominava os índios da etnia Sacaca descendente dos Aruans, etnia indígena das mais importantes no Brasil, que deixaram uma herança de grandes obras de arte em cerâmica que se desenvolveu ao longo dos anos em toda a ilha do Marajó. Em 1961, foi elevado à categoria de município com a denominação de Salvaterra, desmembrado de Soure.
O municÍpio de Soure originou-se do povoado de Monforte, o qual era habitado por índios maruanazes e mundis, pertencentes à etnia dos Aruãs. No início do século XVII, com a chegada dos padres de Santo Antônio, o povoado passou a se chamar de Menino Deus. O nome Soure, foi dado pelos primeiros colonizadores portugueses, oriundos de uma antiga vila de Concilia, do Distrito de Coimbra."
Fonte: BARBOSA, Maria José de Souza (coord.). Relatório Analítico do Território do Marajó. Belém/Pará, Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências Sociais Aplicadas, Ministério do Desenvolvimento Agrário, PITCPES, GPTDA, Projeto Desenvolvimento Sustentável e Gestão Estratégica dos Territórios Rurais no Estado do Pará, agosto de 2012, pág. 16-19.
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