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domingo, 30 de junho de 2019

O Rio Grande do Sul na Idade do Couro


"Que produtos exportou, nessa 'idade do couro', o Rio Grande do Sul? A primeira notícia, que se tem, de atividade lucrativa aqui exercida, refere-se à extração e comercialização de couros. Entre os fundadores contam-se muitos coureadores, gente que se espalhava pela Campanha à caça do gado alçado. Formavam uma classe. Logo depois, vieram os cereais, plantados em pequenos lotes, denominados 'chãos', a uva (de que três anos depois já se fazia consumo no porto de Rio Grande), etc. Foi tão intensa a extração de couros, e tão desordenada, que o governador André Ribeiro Coutinho, sucessor de Silva Pais, baixou o 'Regimento da Courama', para vigorar em todo o território gaúcho a partir de junho de 1739, muito cedo, portanto. De resto, sobre tal produto recaía o imposto do quinto, de modo que interessava vivamente ao governador regular as coisas a fim de não haver desperdício de tão preciosa matéria-prima. Precioso, sim. À falta de melhor material, usava-se o couro na confecção de vários utensílios, na cobertura e como parede dos ranchos e casas, na confecção de vestimentas, nas botas, numa infinidade de outras coisas essenciais. Compreende-se, por isso, a minúcia com que Coutinho definiu obrigações, regulou o transporte, a conservação e a guarda dos couros, cominando penas aos infratores e procurando sempre adequar tudo aos interesses da Provedoria Real e bem-estar da população em germe.

Por esse Regimento, vê-se também que havia, então, matança de gado em diversos pontos do território: Estreito, Porto, Taim, Albardão, São Miguel, estâncias reais de Torotama e Bojuru e, em todos, a cobrança do imposto era de preceito. Uma vasta área, contudo, escapava à fiscalização. Aventureiros sem rei nem roque, - gente andeja, resultante do acasalamento em várias etnias, entre as quais predominava o aborígine, - percorriam livremente a Campanha, nas Vacarias do Mar, a extrair couros do gado bravo para comerciá-los no litoral, aonde acorriam comerciantes matriculados, contrabandistas e flibusteiros, interessados em levá-los para a Europa, onde obtinham bom preço. Desse meio campesino nasceu o gaúcho. Sua energia e bravura, na fase da courama e das tropeadas, consagraram-no como o expoente de uma classe inculta cuja vida girou por inteiro em torno da vida livre e da pecuária 'extrativa'. Mais tarde, no período das lutas políticas internas, como sucedeu na Guerra dos Farrapos, esse tipo marginal, a seu modo um trabalhador 'autônomo', ganharia especial relevo como guerreiro indomável.

Mas ordenar o mundo caótico da Campanha, pátria desses campeadores primitivos, abarbarados, não foi obra fácil. Ao sentar pé no Rio Grande, a administração lusa fez o possível para civilizar aquela gente, que compartilhava com os índios, Minuanos, Charruas e Tapes, o proteinato das Vacarias. É o que veremos depois.

O sistema militar defensivo, traçado por Silva Pais, compreendia o estabelecimento de guardas, nos passos, na Angustura de Castilhos, no porto de Viamão, nas cercanias do Porto do Rio Grande. A subsequente construção de fortins de campanha, associados às fortalezas do litoral e de Rio Pardo, na confluência do Jacuí, impôs respeito aos platinos e evitou a infiltração de tropas espanholas, especialmente de índios missioneiros, que, se pudessem, teriam barrado a lenta penetração portuguesa em direção ao Rio Uruguai.

A distribuição de terras a antigos militares, leais à Coroa, ou a colonos descendentes ou protegidos do pessoal integrante do estamento régio, foi, em certo momento, em especial no período da ocupação espanhola do Rio Grande (1763-1776), a medida de que se serviram os vices-reis para formar uma fronteira viva no Brasil Meridional. De fato, as sesmarias, então doadas a pessoas de posses ou de prestígio, serviram de base à implantação de estâncias, em cujos campos o gado, sob um costeio antes ignorado, prosperou grandemente. Da mera caça aos bois e aos cavalos, no campo indiviso, passava-se agora a uma nova fase, que iria abrir à estância, no seu sentido clássico de estabelecimento destinado à criação de gado, a oportunidade de centrar, constelar atividades econômicas em todas as áreas do Rio Grande do Sul.

O 'monarca dos coxilhas', o tipo clássico do gaúcho, tem aí um papel singular. Ele é que arrebanha o grosso da gadaria para os matadouros e charqueadas. Esses estabelecimentos, um tanto rudimentares, vinham da época de Silva Pais. Mas, em consequência da crescente demanda do produto e dos mesmos choques armados que ensanguentaram e empobreceram os campos uruguaios, na era artiguista, essa indústria de transição alcança por volta de 1820 extraordinário desenvolvimento. A propriedade fundiária sobe de preço. Aumenta a escravaria. Cresce a exportação."

Fonte: CÉSAR, Guilhermino. Ocupação e diferenciação do espaço. IN: DACANAL, José Hildebrando & GONZAGA, Sergius. RS: Economia e Política. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1979, pág. 12-14.

sábado, 29 de junho de 2019

Festa Junina de São Pedro em Pelotas em 1910


"Xarqueada S. Antonio

COMMEMORAÇÕES A S. PEDRO

Conforme noticiamos, realisaram-se hontem, no acreditado estabelecimento industrial denominado <<Xarqueada Santo Antonio>> dos estimaveis cavalheiros Srs. Oscar e Antonio Ribas, as festas que, em louvor a S. Pedro e em regosijo pela união sempre reinante entre si, foram organisadas pelo seu laborioso pessoal.

Ás 3 horas, em bondes especiaes, seguiram para a Xarqueada Santo Antonio, situada além da ponte do Fragata, a excellente banda musical União Democrata e muitas familias e cavalheiros, indo tambem em carros diversas pessoas ou convidadas.

As festas tiveram começo ás 4 horas da tarde, correndo com enthusiasmo indescriptivel por parte, não só dos empregados da Xarqueada Santo Antonio como de todos os convivas.

Succulentos churrasco, assados, etc., eram servidos consecutivamente a todos os presentes, bem como abundante copo de cerveja.

Vistoso coreto foi erguido á frente do edificio do estabelecimento, que se achava interna e externamente embandeirado, ali tocando, de instante a instante, a União Democrata, escolhidas peças de seu repertorio.

Tambem havia uma tribuna naquelle local, a qual foi occupada por diversos oradores, que saudaram aos Srs. Ribas, á imprensa, ao pessoal da Xarqueada, ás autoridades, etc., tendo os representantes da imprensa ali presentes agradecido essas saudações.

A festa terminou ás 11 horas da noite, reinando sempre a maior ordem e cordialidade, pelo que são dignos de felicitações os seus iniciadores, os Srs. Pedro Alberto Rosenthal, Joaquim Fernandes da Rocha e Domingos Barcellos.

Ao fecharmos esta resumida noticia, cumprimos o dever de agradecer a gentilesa com que foram tratados os nossos representantes."

Fonte: A OPINIÃO PÚBLICA (RS), 29 de Junho de 1910, pag. 02, col. 05

Comemorações de Carnaval no Rio Grande do Sul - 1901


"Pelotas, 21.

(...)

Os Democraticos mostram grande enthusiasmo para o carnaval.

Fizeram hontem phantasiados uma excursão à Villa Theodosio."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 31 de Janeiro de 1901, pág. 02, col. 05

"O Carnaval em Caxias

Sabemos que o Carnaval a realisar-se em Caxias será revestido da maxima pompa, tal é o enthusiasmo popular e animação pela tradicional diversão."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 13 de Fevereiro de 1901, pág. 02, col. 03

"O Carnaval

Terminaram os tradicionaes folguedos do Carnaval, que estiveram de uma sensaboria unica e onde apenas divertiu-se a <<flor da gente>>.

Felizmente, acabaram os grosseiros e brutaes zé-pereiras, mas surgiram dos beccos para a rua dos Andradas as horizontaes da infima classe.

Á noite, foi enorme a affluencia popular, correndo animado o jogo de confetti e bisnagas, n'uma verdadeira mistura de tout-le-monde, aggravada pela escuridão da rua.

O gaz da illuminação publica anda a rivalisar com lamparinas e a Fiat-Lux não é de ferro para fazer o sacrificio de mandar accender alguns focos em beneficio do povo, cuja <<sorte é trabalhar>>... para os dividendos, segundo o proverbio do sr. gerente.

N'isto de companhias, a alma é o dividendo.

A Guahybense, a pretexto de estar fornecendo agua (mediante pagamento, já se vê) á Exposição, não quer gastar mais um pouco de lenha nas machinas para augmentar a provisão, e deixa em falta os concessionarios de pennas."

Fonte:  A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 20 de Fevereiro de 1901, pág. 02, col. 05

Comemorações de Carnaval no Rio Grande do Sul - 1900


"CARNAVAL NA UNIÃO VELOCIPEDICA

Previne-se aos srs. socios que de amanhã, 1o. de fevereiro, em diante, das 6 1/2 ás 9 1/2 da tarde, soará com todo o enthusiasmo, no pavilhão do velodromo, um ruidoso Zé-Pereira. Outrosim que no velodromo e em mão dos membros da commissão de festejos acham-se listas para os que quizerem se inscrever para o passeio burlesco e outros festejos a realisar-se nos dias de carnaval.

Porto Alegre, 31 de janeiro de 1900.
A comissão."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 31 de Janeiro de 1900, pág. 03, col. 01

"Durante os dias de carnaval, das 2 horas da tarde em deante, fica prohibido o transito de vehiculos na rua dos Andradas, entre as ruas Dr. Flores e travessa Paysandú.

É igualmente vedada a passagem de vehiculos pela parte da rua 13 de Maio, no dia 25, por occasião do trajecto do prestito cyclista."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 23 de Fevereiro de 1900, pág. 01, col. 02

"Carnaval

A nota predominante das festas do Carnaval nas ruas, hontem, deveria ser o passeio da distincta sociedade União Velocipedica, si a chuva que começou a cair, precisamente á hora marcada para elle effectuar-se, não o tivesse impedido.

Á hora convencionada, no pittoresco arrabalde do Menino Deus, com grande concurso de povo, ali morador e de muitas familias e cavalheiros que da cidade tinham ido em bonds e carros, a União Velocipedica começou a formar o seu prestito, apresentando-se n'elle byciclistas ricamente adornadas.

Cyclistas de ambos os sexos, elegantemente phantasiados, iam occupando os respectivos logares, offerecendo o conjuncto um espectaculo novo a attraente.

N'esse momento, começou a chuva a cair copiosamente e tambem a dispersar o pessoal que devia compôr o cortejo, já com as suas toilettes e machinas molhadas.

Á vista d'isso não se realisou a annunciada festa.

Grande era o numero de pessoas que esperavam o cortejo na rua Treze de Maio e no Velodromo.

É de lastimar o contratempo soffrido pela União, o qual tão inopportunamente nos privou a todos de apreciar uma festa a todos os respeitos brilhante e original.

Á rua dos Andradas, enfeitada com galhardetes e festões, nas quadras entre Marechal Floriano e Ladeira, foram levantados coretos, onde, á noite, se fizeram ouvir bandas de musica.

Logo depois de cessar a chuva affluiu regular concorrencia, havendo animado jogo de confetti e bisnagas.

✤✤✤✤✤

Os bexigas e princezes, como sempre, fizeram a sua apparição, divertindo-se a seu modo e regalando-se de apanhar agua.

✤✤✤✤✤

Hoje, deve fazer o seu passeio o Club dos Pedinchões, saindo o prestito do Menino Deus."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 26 de Fevereiro de 1900, pág. 02, col. 03-04

"Carnaval

Continuaram hontem e prosseguirão hoje os festejos de carnaval.

Extraordinaria foi a affluencia de povo, hontem, á rua dos Andradas.

Desde cêdo, grande era o movimento nas ruas principaes da cidade e principalmente n'aquella.

O prestito da sociedade - Pedinchões, unica este anno, e que devia vir do Menino Deus, era anciosamente esperado.

Essa sociedade apresentou-se modestamente, como lhe permittiam as posses no momento actual.

Os seus carros estavam bem decorados; algumas idéas haviam bem aproveitadas.

Alguns carros allegoricos e de critica foram exhibidos, formando cortejo regular.

Entre aquelles havia o da rainha, allegoria ao Brazil, homenagem á imprensa, Pedinchões, etc.

Puxava o prestito um esquadrão e a banda, montada, do 1o. regimento da Brigada.

✤✤✤✤✤

Nas ruas o movimento cresceu para a noite, especialmente na dos Andradas, onde, com alguma animação, jogou-se confetti e bisnagas.

Bandas de musica tocaram em dois coretos ali levantados."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 27 de Fevereiro de 1900, pág. 02, col. 06



quinta-feira, 27 de junho de 2019

Sobrenomes judaicos - Parte 22 - sobrenomes magrebinos e do Norte da África


Sobrenomes judeus magrebinos e do norte da África. Salientando, porém, que nem todos os sobrenomes são EXCLUSIVAMENTE judaicos. Neste caso específico, observa-se a grande influência da língua árabe.


Fonte adaptada para a língua portuguesa: http://www.terrepromise.fr/

301. Farjon, Fargeon, Farjoun - diminutivo de farge (forja); designa o ofício de ferreiro. Também pode derivar do termo árabe faraj, que significa alegria ou consolo.

302. Fartouk, Fertoukh - de um verbo árabe que significa exibir ou impressionar. É aplicado a uma pessoa com nariz grande.

303. Fedida, Fdida, Fdeda, Fededa - nome diminutivo do árabe fiddat que significa dinheiro. Designa alguém que faz câmbio de moedas ou atua como banqueiros entre os comerciantes.

304. Feitoussi, Fitoussi, Phitoussi - toponímico referente à Fitûs - localidade berbere em Djebel Nefoussa, Líbia. Também pode ser um metanímico para pessoa com nariz arrebitado.

305. Felous, Fellous, Fellouz, Fellus, Fillouz - termo abrangente. Pode designar filhote, galinha ou garotinha. 

306. Fenech - do termo árabe fanak que significa raposa. Tende a ser usado figurativamente para designar um jovem teimoso ou genericamente pessoa teimosa.

307. Fhema, Fhima, Fhimat - do árabe faham que significa carvão. Pode designar um carvoeiro, ou figurativamente alguém caloroso. Também pode ser um toponímico relacionado à cidade de Fhimat, no nordeste do Marrocos.

308. Finzi - toponímico referente à região de Faenza, província de Ravena, Itália.

309. Fiorentino - toponímico referente a Firenze ou Florença, capital da Toscana, Itália.

310. Forti - de origem italiana. Significa forte, corajoso.

311. Franco - de origem espanhola ou italiana. O significado sócio-histórico remete a alguém que se tornou liberto, livre, e que estava sob um anterior condição de servidão ou escravidão.

312. Frati - possui dois significados. O primeiro é de origem italiana e significa irmão ou genericamente o membro de um ordem religiosa ou secular. A segunda vincula-se a uma aliteração do patronímico de Efraim.

313. Funaro - provém do termo italiano fune que significa corda. Designa o cordoeiro ou vendedor de cordas.

314. Gabbai, Gabbay - do árabe gabay, que significa cobrador de impostos.

315. Gabison - toponímico referente a uma localidade na região de Valladolid, Espanha.

316. Gabsi, Gafsou - toponímico referente à cidade de Gabes, sul da Tunísia.

317. Gali, Ghali - do árabe ghâli, que significa caro, de alto preço.

318. Galoula, Galula, Ghaloula, Ghalula - do árabe ghalûl, que significa enganoso. Também pode corresponder à aldeia de Galoula, na região de Djebel Nefoussa, Tripolitana, Líbia.

319. Gamrasni, Ghamrasni - derivado de um nome berbere que significa caridade ou generosidade. Também pode ser um toponímico relacionado à localidade de Ghumrassen, no sul da Tunísia.

320. Ganacia, Ganascia, Genassia, Ghenassia, Gnassia, Guenassia - relacionado às tribos berberes de Guenansa e Ghnaïssia, na Argélia.

321. Gandous, Gandouz, Gandouzi - do árabe gandûz que significa estudante ou discípulo.

322. Ganoun, Ganouna, Guenoun - do berbere agnum que significa coelho.

323. Garcin, Garcini, Gerson, Gershon - patronímico do nome hebraico Gershon (Gérson em português), filho de Levi (Gênesis 46:11).

324. Garcon, Garzon - de uma palavra moçárabe que significa inteligente.

325. Gdalia, Ghidaglia, Ghidalia, Gedalias, Guidalia - patronímico do nome Gedalias, descrito no 2o. Livro de Reis.

326. Gennich, Gueniche - do árabe hanesh, que significa cobra. Tem uma conotação ofensiva.

327. Germon, Jarmon - do árabe jarman, que significa pato selvagem. Também pode ser um toponímico relacionado à aldeia de Jarmûn, na região de Djebel Nefoussa, Tripolitana, Líbia.

328. Gharbi - do árabe gharib, que significa estranho, estrangeiro, ou ainda, aquele que vem do Oeste (o lugar onde o sol se põe).

329. Ghez, Guez - do hebraico gazaz, que significa corte, ato de cortar, o que se relaciona ao ofício de alfaiate, ou mesmo de coureiro. Também pode derivar do árabe qezzazI, que significa comerciante de seda.

330. Ghozlan, Gozel, Goziel, Gozlan - deriva do árabe ghâzala, que significa gazela - tradicionalmente um símbolo de feminilidade entre os povos árabes. Pode designar alguém com traços considerados femininos ou mesmo a linhagem de uma matriarca tribal.

331. Gino - hipocorístico de origem italiana do nome próprio Luigino (Luisinho em português).

332. Giorno, Journo - embora seja derivado da palavra italiano giorno que significa dia, a origem mais provável deste sobrenome entre os judeus da África do Norte remete à cidade de Beaucaire - importante comunidade judaica do sul da França na Idade Média. Era costume entre os judeus desta região, darem este nome a uma criança para que ela nasça sob uma boa luz, uma boa inspiração.

333. Goeta, Gouetta, Guetta - do adjetivo árabe kata que significa corte. Também pode ser um toponímico relacionado à tribo de Gharian, na Líbia.

334. Habib, Lahbib - termo derivado tanto do árabe habîb quanto do termo berbere ahbibi. Ambos significam querido, amado, benquisto.

335. Hacoun, Haccoun, Hakoun, Hakkoun - do termo árabe-judaico hagoun que significa justo, honesto.

336. Halawa, Halegua, Haliwa - do termo árabe halwa que significa doçura; por extensão, um indivíduo encantador e alegre.

337. Halevy, Levy - levita; genericamente, um membro da classe sacerdotal, um rabino.

338. Halimi - do termo árabe halim que significa clemente, benevolente.

339. Halouani - do termo árabe halwani que significa pasteleiro ou confeiteiro.

340. Hamou, Hammou - do termo árabe 'ammû que significa belo pai, pai honrado, pai de boa linhagem. Também pode estar relacionado ao termo hebraico haïm que significa vida. Bem como um diminutivo do nome próprio árabe Muhammad, por isso um patronímico hipocorístico. Também pode ser um toponímico vinculado a Aït Hamou, Marrocos.

341. Hanany, Hanini - correspondente ao termo árabe hanîn que significa terno, compassivo. Também pode ser uma derivação da palavra hebraica hnn que significa graça.

342. Hassan - benfeitor. É um nome largamente usado no mundo árabe, mas aparece comumente também em populações judaicas.

343. Hassid - do termo hebraico hasid que significa piedoso, santo.

344. Hassine - do termo árabe hasim que significa bonito ou bom. É um sobrenome tipicamente marroquino.

345. Hattab - da palavra árabe hattab que significa lenhador.

346. Hauzi, Houze, Houzi - toponímico referente à região de Haouz - conjunto de planícies localizadas ao redor de Marrakesh, no sul do Marrocos.

347. Hayat, Hayate, Kaïat, Khaïat, Khayat - do termo árabe khayyat que significa alfaiate.

348. Hobani, Houbani - do termo árabe hubb que significa amor. O significado do sobrenome é amoroso, carinhoso.

349. Hombers - de origem espanhola e significa homens. Designa alguém que faz parte de uma tropa militar.

350. Hori, Houri, Ouri, Oury - de um patronímico de um personagem bíblico descrito no 1o. Livro de Crônicas 5:14.

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Histórias Curiosas LXXII

Caminhão de uma empresa fornecedora de itens de material de construção adentra uma cidadezinha gaúcha para realizar a entrega de mercadorias para a única ferragem local. Na entrada da cidade, poucas indicações para orientação na zona urbana e, por isso, os dois funcionários no caminhão resolvem percorrer a avenida principal em busca de informações. Ao que parece, a ferragem ficava numa ruazinha lateral, porém de difícil localização, pois a tal rua se bifurcava. 

Fazem o procedimento de praxe e saem perguntando para os passantes. O primeiro, um senhor de idade, mal consegue explicar o sentido da rua procurada e, por esta razão, resolvem indagar outro transeunte, desta vez, um homem baixinho que, segundo eles, tinha cara e jeito de boia-fria. O sujeitinho tenta ser mais didático e dá as orientações aos dois na cabine do caminhão. É bem explícito na indicação da rua: - é a rua que vocês procuram tem a Kátia Modas na esquina, entra ali!

Só que, na explicação seguinte, dá uma indicação um tanto quanto enigmática: - daí vocês seguem a rua e quando tem ali o "Canadá", segue para a direita que é certo! Ali é a ferragem dos Castro. É só pegar à direita do "Canadá".

Os dois funcionários agradeceram o homem e seguiram caminho, embora intrigados com o sentido da expressão "Canadá". Deduziram que só podia ser um bar ou armazém com o nome de "Canadá". Ou quem sabe, talvez pouco provável, alguma expressão típica da cidade, indicando quem sabe uma lomba, uma ladeira, um morro. Mas ficaram com a conclusão que se tratava um comércio - o que seria mais racional.

Ao penetrarem na ruazinha indicada, o caminhão segue em meio a solavancos. Os dois não observam nenhum "Canadá" - nem comércio, nem bandeira, nem uma placa com a palavra. Vão e vem na ruazinha e não sabem qual era este tal ponto de referência, o "Canadá". Já cansados de terem que descobrir sozinhos o que seria o tal "Canadá", resolvem perguntar a um rapazote que passava na rua, alegremente empinando sua bicicleta.

- Ô, menino! Onde é que é o tal de Canadá? Tem um armazém ou bodega com esse nome? É mais adiante?

- Não, moço. O "Canadá" taí bem na frente do senhor. Olha ali ele.

O motorista mais intrigado ainda olha e só vê umas duas casas de madeira na sua direção. Pensa o seguinte: - Claro! Canadá é uma pessoa. Deve ser ali.

- Menino, é ali que mora o "seu Canadá"?

- Não, moço. Não tem nenhum "seu Canadá". O "Canadá" tá ali mesmo. E aponta o dedo na exata direção.

Os dois funcionários daí entendem o que era o tal "Canadá".

Uma grande e frondosa árvore de bordo. Entenda


terça-feira, 25 de junho de 2019

Histórico do Município de Jaquirana/RS


"A história começa pelos idos de 1900. Um simples povoado. Algumas casas. Sebastião Maia, primeiro morador. Depois vieram os Cardoso, os Raupp, os Rodrigues, etc... Essa gente veio do Litoral.

Em 1916, foi declarado Distrito de São Francisco de Paula. Jaquirana teve outros nomes: Vista Alegre pela bela localização em 1916, Vila do Chapéu, referente ao Morro do Chapéu, em 1938, sendo o ponto mais alto do município 1.086 metros acima do nível do mar e Jaquirana desde 1944, nome indígena YAQUI-RANA que vem do tupi-guarani, que significa Cigarra Cantadeira.

Constituição Étnica: 40% imigrantes portugueses, 30% imigrantes italianos, 20% imigrantes alemães e 10% imigrantes poloneses. Em janeiro de 1986 foi formada a Comissão Emancipacionista e dia 20 de setembro de 1987, o povo deu o sim na consulta plebiscitária, sendo que em 8 de dezembro de 1987 pela Lei no. 8.457 foi criado o município de Jaquirana. Em outubro de 1988 ocorreu a primeira eleição elegendo prefeito e vereadores que tomaram posse em 1o. de janeiro de 1989.

VULTOS HISTÓRICOS DO MUNICÍPIO

Sebastião Maia foi o primeiro morador, 1a. professora foi Deotília Cardoso Lopes, 1o. escrivão Vespúcio Porto Quadros, 1o. padre depois da criação da Paróquia São Sebastião foi Pe. Carlos Aumond e ainda Boaventura Rodrigues, Olavo Damkwart, Leopoldino de Oliveira Reis, líderes revolucionários, além de outros.

ÁREA E LIMITES

A área do município é de 895 km2, população em 1998 aproximadamente 6.000 habitantes. Limita-se ao Norte com Bom Jesus, ao Sul com Cambará do Sul e São José dos Ausentes e a Oeste com São Francisco de Paula. Quilometragem de estradas/distância entre municípios: Jaquirana a Bom Jesus 36 km, à Cambará do Sul 46 km, à São José dos Ausentes 51 km, à Caxias do Sul 110 km e a Porto Alegre 200 km.

RIQUEZA DO MUNICÍPIO

A principal fonte de riqueza do município é a madeira, por isso que chamamos Jaquirana a Capital da Madeira, onde há várias indústrias com incentivos a reflorestamento e florestamentos, madeira bruta, beneficiada e madeira de exportação. Na agropecuária, bovino de corte, produção de milho, feijão, maçã, pimentão, moranga e em pequena escala uva, caqui, pêssego, alho e mel.

A prefeitura de Jaquirana aposta no turismo e na instalação de mais empresas para empregar mão-de-obra. O município oferece esse potencial nas belezas de suas reservas naturais e na matéria-prima. Cercada por três rios - das Antas, Camisas e Tainhas - Jaquirana apresenta formações ideais para o turismo ecológico, visto as cascatas e paisagens dos campos e florestas. As principais atrações são a Cachoeira dos Venâncios (Rio Camisas), a Cascata Princesa dos Campos (Rio das Antas) e a Cascata Passo do'S' (rio Tainhas).

Na sede do município, o principal chamativo é o Morro do Cristo Redentor, onde há uma réplica da estátua do Corcovado, no Rio de Janeiro. Do alto de aproximadamente 100 metros é possível enxergar toda a cidade. É um local religioso dos habitantes.

Na área econômica, a exploração florestal está garantida. No entanto, a prefeitura pretende atrair empresas moveleiras ao município, para aproveitar o potencial madeireiro. Neste ano foram distribuídas 2 milhões de mudas de pinus, cultivadas no viveiro municipal, aos produtores. É uma forma de incentivar ainda mais a indústria de corte e beneficiamento de madeira.

Um bom exemplo da produção local é o Engenho Jaquirana, que vende aos Estados Unidos, mensalmente, 300 metros cúbicos de madeira."

Fonte: ATLÂNTICO (RS), 23 de Novembro de 1998, pág. 04

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Nomes Iídiches


Fonte: Yiddish Culture. Septima Hangley Books, 2012.

Para saber mais sobre a língua iídiche: https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_i%C3%ADdiche

Nomes masculinos

1. Aizik - forma para o hebraico Yitzchak (Isaac em português), que significa "ele ri".

2. Alter - nome dado aos bebês doentios que significa "velho, antigo". Pais judeus de recém-nascidos doentes costumavam dar à criança esse nome para confundir o Anjo da Morte.

3. Anshel - forma para o hebraico Asher (Aser em português), que significa "feliz".

4. Arke - forma para o hebraico Aharon (Aarão em português), que significa "portador de luz".

5. Avrom, Avrum - formas para o hebraico Avraham (Abraão em português), que significa "pai das multidões".

6. Benesh - forma para o nome latino Benedictus ou para o nome hebraico Baruch, que significa "abençoado".

7. Ber - derivado do alemão bär e significa "urso".

8. Chaskel, Chatzkel - formas para o hebraico Yechezkel (Ezequiel em português), que significa "Deus fortalecerá".

9. Dovid - forma para o hebraico Dawid (David em português), que significa "amado".

10. Eizik - forma para o hebraico Yitzchak (Isaac em português), que significa "ele ri".

11. Elkan - forma para o hebraico Elqanah, que significa "Deus criou" ou "Deus possuiu".

12. Elya, Elye - forma para o hebraico Elya (Elias em português), que significa "O Senhor é meu Deus".

13. Favish, Fayvel, Feibush, Feivel, Feiwel - aquele que brilha, brilhante.

14. Fishel, Fishke - peixinho.

15. Gavrel - forma para o hebraico Gabriyel (Gabriel em português), que significa "homem de Deus".

16. Haskel - forma para o hebraico Yechezqel (Ezequiel em português), que significa "Deus fortalecerá".

17. Herschel, Hersh, Hershel, Heschel, Hirsh, Hirshel - do vocábulo iídiche hirsh, que significa "cervo".

18. Hyman, Hymie - do vocábulo iídiche hyam, que significa "vida".

19. Iser, Isser, Issur - do vocábulo iídiche Isser, que por sua vez é a forma do hebraico Yisrael (Israel em português), que significa "Deus prevalece" ou "contendor ou soldado de Deus".

20. Itzik - forma para o hebraico Yitzchak (Isaac em português), que significa "ele ri".

21. Kapel, Koppel - hipocorísticos do nome hebraico Yaaqob (Jacó em português), que significa "suplantador".

22. Kuzmir - forma iídiche do nome polaco Kazimierz (Casimiro em português), que significa "aquele que comanda a paz".

23. Lazer - forma para o hebraico Elazar (Eleazar em português), que significa "Deus me ajudou".

24. Lemel - cordeirinho; figurativamente: pessoa mansa.

25. Lev, Lew - leão.

26. Liber, Lieber - amado.

27. Manish - foram iídiche para o nome dialetal alemão Manni, que significa "homem forte" ou "homem feroz".

28. Mashel - forma para o hebraico Asher (Aser em português), que significa "feliz".

29. Mendel - forma para o hebraico Menashsheh (Manassés em português), que significa "consolador".

30. Moishe - forma para o hebraico Moshe (Moisés em português), que significa "prolongado".

31. Mordche, Motel, Motke - formas para o hebraico Mordekay (Mardoqueu em português), que significa "devoto de Marduk" ou "homenzinho".

32. Seff - do vocábulo iídiche Zeff, que significa "lobo".

33. Sekel - hipocorístico do nome iídiche Eizik (vide item 10).

34. Selig - feliz.

35. Sender - forma para o nome alemão Alexander (Alexandre em português), que significa "defensor dos homens".

36. Shimmel - forma para o hebraico Shimmon (Simão em português), que significa "ouvir".

37. Srol, Sroel - forma para o hebraico Yisrael (Israel em português), que significa "Deus prevalece" ou "contendor ou soldado de Deus".

38. Teivel - diabo.

39. Tevye - forma para o hebraico Tobiah (Tobias em português), que significa "Deus é bom".

40. Velvel - lobo.

41. Yankel - forma para o hebraico Yaaqob (Jacó em português), que significa "suplantador".

42. Yudel - forma para o hebraico Yehuwdah (Judá em português), que significa "louvado".

43. Yussel - forma para o hebraico Yowceph (José em português), que significa "Deus deve trazer (outro filho)".

44. Zalman - forma para o hebraico Tsalmown (Salomão em português), que significa "obscuro".

45. Zeff - derivação do hebraico Zev, que significa "lobo".

46. Zelig - abençoado, santo.

47. Zik - variação do item 10.

48. Zindel - filho, descendente.

49. Zusman, Zusmann - homem doce.

Nomes femininos

50. Alte - mulher velha, idosa. Vide item 02.

51.Baile, Bayla, Beyla, Beylke - forma para o hebraico Bilhah, que significa "fraca, problemática, velha".

52. Basha, Bashe - forma para o hebraico Basya, que significa "filha de Deus".

53. Bine, Binke - abelha.

54. Bluma, Blume - flor.

55. Breindel - morena.

56. Brina - marrom.

57. Charna - preta.

58. Charnette - pretinha.

59. Dine - forma para o hebraico Diynah (Diná em português), que significa "julgamento".

60. Dvoire - forma para o hebraico Devorah (Débora em português), que significa "abelha".

61. Eidel - delicada, gentil.

62. Elkie - forma feminina para o nome hebraico Elkan (Elcã em português), que significa "Deus comprou" ou "Deus é ciumento".

63. Faiga, Feiga, Feige - figo.

64. Faigel, Feigel, Feygl - pássaro.

65. Frayda, Frayde, Freida, Freyde - alegria, regozijo.

66. Fruma, Frume - piedosa.

67. Gitel, Gitele, Gittel - bondosa.

68. Glucke, Gluckel, Gluke, Glukel - boa sorte, bonança.

69. Golda, Golde, Goldie - dourada ou loira.

70. Henda, Hende, Hendel, Hene, Heneh, Henna - todas as formas são derivadas do hebraico Channah, que significa "favor, graça".

71. Hode, Hodeh, Hodel, Hude, Hudel - formas para o hebraico Hadaccah, que significa "murta".

72. Hudes - forma para o hebraico Yehuwdiyth (Judite em português), que significa "louvada" ou "judia".

73. Ita - pequena governante da casa.

74. Kayla, Kayle - do céu, celeste.

75. Kreindel, Kreine - coroa.

76. Kyla, Kyle - formas para o hebraico Kelila, que significa "coroa" ou "louro", no sentido de coroada, laureada.

77. Leeba, Liba, Libe - amor.

78. Mirele - hipocorístico do nome feminino hebraico Miryam (Maria ou Miriam em português).

79. Neschume - alma.

80. Perle - pérola.

81. Raina, Raine, Rayna, Rayne, Reina, Reine, Reyba - pura.

82. Raisa, Raise - rosa.

83. Raisel - pequena rosa.

84. Ruchel - forma para o hebraico Rachel (Raquel em português), que significa "ovelha".

85. Selda - variante do nome iídiche feminino Zelda, que significa "felicidade, alegria".

86. Shaina, Shaindel, Shana, Shayna, Shaynah, Shayne, Sheina, Sheindel, Sheine - linda, bonita, formosa.

87. Shprintza, Shprintze, Shprintzel - Esperança.

88. Sisel - doce.

89. Toiba, Toibe - pomba.

90. Tzeitel - forma para o hebraico Sarah, que significa "nobre dama, princesa".

91. Tzofiya - forma para o hebraico Tzofi, que significa "guarda".

92. Velvela - loba, lobinha.

93. Yachna, Yachne - Deus é gracioso.

94. Yenta, Yente, Yentel, Yentl - aristocrática, nobre, gentil; bom coração, bem intencionada.

95. Yidel, Yutke - mesmo significado do item 72.

96. Yitta - mesmo significado do item 73.

97. Zelda, Zelde - felicidade, alegria.

98. Zisel, Ziselle - doce, docinha, muito amável.

99. Zlata, Zlate - dourada, loira, amarela.

100. Zofia - mesmo significado do item 91.

101. Zusa - doce.


domingo, 23 de junho de 2019

Dois filmes sobre a Guerra do Paraguay


O primeiro filme é Guerra do Brasil, de Sylvio Back. Um documentário em longa-metragem lançado em 1987, com a participação de vários historiadores e militares envolvidos dos quatro países envolvidos no conflito (Brasil, Argentina, Uruguay e Paraguay). Na película, também há cenas gravadas em locais diretamente envolvidos na guerra. A narração é de Hermano Henning. A obra foi premiada com o prêmio especial do júri no Rio-Cine Festival de 1987. Muito interessante! Principalmente se o estudioso do tema procura compreender a visão historiográfica paraguaia da contenda.



O segundo filme é Argentino hasta la muerte, de 1971, dirigido por Fernando Ayala. Trata-se de uma produção em língua espanhola, produzido como se intui na própria Argentina, e que, mostra a visão portenha sobre o conflito. O título do filme é inspirado numa trova popular do poeta romântico argentino Carlos Guido y Spano. A película rendeu ao diretor do filme o Condor de Prata por direção em 1972 (prêmio máximo do cinema argentino).


sábado, 22 de junho de 2019

Festa Alemã no Retiro em 1911


"Festa no Retiro. - A sociedade de Tiro, d'este local, realisou hontem a festa denominada Tiro do Rei.

Os magnificos mattos de propriedade da familia Brauner estavam replectos de familias, socios e convidados, os quaes desde a madrugada chegavam, organisando alegres acampamentos.

Ás dez horas, teve começo o torneio de tiro, que deu o seguinte resultado:

Rei - Henrique Halfen.

1o. cavalheiro - Carlos Reus.

2o. cavalheiro - João Steffenmundsberg.

Após, realisou-se o torneio do - Bello Sexo, - em que tomou parte grande numero de senhoras e senhoritas.

Esta foi a partida disputada e apreciada com verdadeiro interesse, pois terminou com dois empates para os segundos e terceiros premios e quatro empates para os tres premios restantes.

O primeiro lugar coube a senhorita Lina Brauner.

Feita a chamada para a partida desempatadora, foi esta muito renhida, principalmente por parte das Exmas. senhoras Luiza Leivas Barcellos e Thusnelda Lang, que fizeram quatro tiros com ponto igual!

Terminada esta emocionante prova de bom gosto do bello sexo pelo sport do tiro, foi proclamado o resultado, que obedeceu a esta ordem:

1o. premio - Srta. Lina Brauner.

2o. premio - Srta. Leopoldina Nebel.

3o. premio - Srta. Lili Krentel.

4o. premio - Sra. Thusnelda Lang.

5o. premio - Luiza Leivas Barcellos.

6o. premio - Srta. Leopoldina Brauner.

O grupo de atiradoras foi muito felicitado.

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No 3o. torneio, foram vencedores os Srs. Ernesto Lang, Henrique Holter, Felipe Kant, Oscar Brauner, Alexandre Grill e Carlos Lang.

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Ás seis horas da tarde, a directoria da sociedade, procedeu, com a solemnidade do costume, a distribuição das medalhas e premios, sendo n'essa occasião saudados calorosamente os victoriosos.

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Abrilhantou a festa a banda allemã, ao som da qual a mocidade dançou alegremente.

Á noite, no vasto salão da casa Brauner, teve lugar um baile, que correu animadissimo."

Fonte: A OPINIÃO PÚBLICA (RS), 16 de Janeiro de 1911, pág. 01, col. 01