Communicaram ao redactor do Correio Mercantil de Pelotas, que, ha dias, indo pescar em uma cascata que ha no Serro Partido, municipio de Herval, no campo do capitão Justiniano Freitas, o sr. Vespaziano Luiz de Freitas e Bento Julio de Freitas, depararam com umas tres pedras amontoadas que via se que não era effeito da natureza nem tambem o acaso que as tinha collocado ali e sim mão humana.
Entre os dois viraram as pedras e qual não foi sua surpreza quando depararam com uma panella de barro cheia de onças.
Então o sr. Bento montou a cavallo e foi á casa do sr. Amaro Tito da Silveira, que fica proxima á Cascata, para trazer um instrumento com que cavassem a ver se descobriam mais alguma coisa.
Tambem veiu com o sr. Bento o sr. Amaro Tito e puzeram se então a cavar os tres e muito surprehendidos ficaram, quando o instrumento bateu em um ferro, o que logo verificaram ser um caixão; immediatamente abriram-n'o e tiraram de dentro dois santinhos pequenos e dois grandes de prata; tornaram a cavar, mas nada encontraram mais.
Ali mesmo contaram a importancia das onças, sendo quarenta contos e quinhentos mil réis.
Firma a communicação o s. Francisco Luiz de Freitas, residente no Serro Chato."
Fonte: A FEDERAÇÃO (RS), 05 de Novembro de 1889, pág. 02, col. 02
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