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terça-feira, 30 de agosto de 2016

O Caminho para a Vitória - Possibilidades de um candidato ser eleito vereador em Capão do Leão em 2016

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, Capão do Leão possui 19.873 eleitores cadastrados para votar - dados de junho de 2016. Todavia, devemos lembrar que não serão todos estes eleitores que irão comparecer às urnas em Outubro. A abstenção é um fenômeno presente, pois além das pessoas que estão fora da cidade no dia da eleição ou não vão votar, ainda há a questão dos óbitos que não são automaticamente computados pelo TRE. As abstenções nas eleições realizadas em Capão do Leão nos últimos anos têm apresentado uma variação em torno da casa de 15% - em 2014, 16,41%; em 2012, 14,60%; em 2010, 16,04%; em 2008, 14,21%.  Considerando estes 15% como referenciais, podemos esperar que aproximadamente 2981 votantes se ausentem na eleição municipal de 2016 em Capão do Leão. Votos nulos e brancos somados jamais ultrapassaram a casa de 10% desde a eleição de 1996, mantendo uma média de 8% a 9% a cada eleição. Porém, consideremos que dentre os votos computados, que devem ficar no índice de aproximadamente 16.800 votos, tenhamos por alto 10% de votos nulos e brancos (que não são considerados válidos na eleição), o número de votos válidos deve variar entre 15.100 a 15.400 votos. 

O quociente eleitoral computa todos os votos válidos e divide pelo número de cadeiras existentes no Legislativo. Por isso, numa análise conservadora, cada partido que receber 1400 votos garante uma vaga na Câmara, se receber 2800, duas vagas garantidas, e assim sucessivamente. Numa análise ousada, o quociente de uma cadeira legislativa leonense poderia corresponder a 1370, 1350 ou mesmo 1300 votos. Entretanto, vamos nos ater a visão mais conservadora. 

Na última eleição municipal em 2012, dos 11 vereadores eleitos, 07 elegeram-se pelo quociente eleitoral (isto é, tanto o candidato quanto o partido obtiveram os votos necessários) e 04 elegeram-se graças a média (os votos do partido permitiram que fossem eleitos). Seria demasiado dispendioso explicar aqui a regra do quociente eleitoral e da média eleitoral, mas apenas fizemos estas observações para melhor explicar o caso particular de Capão do Leão. O que procuramos demonstrar é o que seria necessário para alguém se tornar vereador em Capão do Leão nas eleições municipais de 2016, numa análise livre, mas referenciadas em estatísticas anteriores.

Na eleição de 2016, haverá 105 candidatos aptos a vereança (até a data desta postagem), enquanto que nas eleições de 2012 houve 106 e nas eleições de 2008 apenas 71. Isso significa que se tornou mais difícil a concorrência entre os candidatos a vereador entre as eleições municipais de 2008 a 2012, enquanto que, entre 2012 e 2016 o número de candidatos se manteve o mesmo. Por isso, os referenciais da eleição de 2012 podem apontar muito a respeito desta eleição. Bem, o que podemos concluir e, ao mesmo tempo, não afirmar que seja uma verdade absoluta e incontestável é o seguinte:

  • Tomando como base que é comum que ocorra, entre todo os conjuntos de candidatos, uma turma de vanguarda de 20 candidatos que irão anotar mais de 200 votos, e uma turma de nanicos de aproximadamente 30 candidatos que não irão contabilizar mais do que 50 votos, a grande maioria vai se situar entre 51 e 199 votos sem possibilidade de eleger-se (salvo o caso de ocorrer um supercandidato a vereador que anote mais de 800 ou 900 votos, ou ainda quem sabe dois supercandidatos com mais de 600, e "carreguem" consigo outros candidatos da coligação ou partido).
  • Tomando como base as eleições de 2012 e 2008, o número mágico para eleição de um vereador pelo quociente eleitoral (via mais segura) vai girar em torno de 2,33%  a 2,66% dos votos válidos. Numa avaliação conservadora, o candidato atingindo o total de 381 votos estará eleito seguramente, somente correndo o improvável risco de não ser eleito caso sua legenda ou coligação seja muito fraca. Numa visão mais ousada, o número de 332 votos pode ser um padrão para ser eleito, mas também é um número interessante para se garantir por média eleitoral. Na verdade, a média eleitoral (a famosa "rabeira" da eleição) não é um elemento que o candidato a vereador deva levar em consideração. Entrar por média eleitoral na eleição de vereador depende dos números que os principais candidatos do partido ou coligação tiverem. Todavia, de acordo com os percentuais de 2008 e 2012, é improvável que alguém consiga a vaga por média eleitoral com menos de 248 votos, mesmo na situação da média eleitoral.
  • Observando a tendência das eleições anteriores, dos oito candidatos a vereador que concorrem a reeleição, seguramente no mínimo dois se reelegerão, podendo chegar a cinco reeleitos, mas é improvável que seis ou mais se reelejam. Existe 90% de chances de dois reeleitos, 66% de chances de três reeleitos, 31% de chances de quatro reeleitos e 20% de chances de cinco reeleitos. As chances de seis, sete ou oito serem reeleitos são mínimas e não correspondem à realidade eleitoral do Capão do Leão.
  • Considerando que um candidato não queira de modo algum depender da quociente eleitoral do partido ou coligação para ser eleito, o mesmo deveria atingir cerca de 1390 votos, o que seria sumariamente histórico e inacreditável para a realidade local.
  • Para os partidos ou coligações em geral, é importante manter seis ou sete candidatos na média de 150 a 200 votos. Observando os resultados das eleições anteriores, esse bloco forma um interessante lastro que possibilita a eleição daqueles que ultrapassam os 350 a 400 votos. Quanto mais candidatos que não serão eleitos estiverem nesta faixa, mais se torna seguro que os principais candidatos do partido ou coligação sejam eleitos. Alguns partidos ou coligações apresentaram nas eleições anteriores "supercandidatos" que eram sucedidos por "nanicos" de 120, 110, 90 votos. Muitos candidatos bem votados não foram eleitos graças a isto. Vide o caso de Édson Ramalho que obteve 830 votos em 1996 e foi sucedido em seu partido por um segundo colocado com meros 112 votos e um terceiro com 63 - resultando não ser eleito.
Nota: Agradeço ao colega e amigo Edenílson Martins (professor de Matemática da rede pública estadual de ensino) pelas dicas e projeções estatísticas.

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