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domingo, 24 de maio de 2015

O Município de Capão do Leão

Artigo de minha autoria que faz parte do Plano Municipal de Educação do Capão do Leão de 2015, como parte introdutória e de apresentação. Na ocasião, fui convidado pela Ilma. Sra. Suelen Cunha Cardoso, secretária municipal de Educação, a contribuir com o texto no documento principal. O texto pode ser usado como resumo de apresentação a pessoas que buscam informações sobre o município.

O Município de Capão do Leão
                Capão do Leão é um município gaúcho emancipado de Pelotas em 1982, mas enquanto localidade data de meados do século XVIII. A área atual do município pertencia ao distrito do Cerro Pelado da Comandância Militar da Vila de Rio Grande. Logo após o Tratado de Santo Ildefonso (1777) percebia-se em nossa região cinco sesmarias com regular atividade pecuária: Sant’Anna, São Thomé, das Pedras, do Padre Doutor e do Pavão, sendo esta última a maior e pertencente ao Brigadeiro Rafael Pinto Bandeira – personagem de destaque das lutas entre portugueses e espanhóis pelas fronteiras do sul do Brasil. Na sesmaria do Padre Doutor, alcunha do padre Pedro Pereira Fernandes de Mesquita, viveu seu sobrinho Hipólito José da Costa – patrono da Imprensa Brasileira. Na propriedade do Padre Doutor também foi estabelecido o primeiro templo religioso da região, o Oratório Nossa Senhora da Conceição em 1794.
                Em 1809, numa petição enviada ao príncipe-regente Dom João VI no Rio de Janeiro, temos a mais antiga menção ao Capão do Leão, o que intui a existência de um primitivo povoado já naquela época por essas terras. O alemão Carl Seidler em 1828 também denota, na sua passagem por Capão do Leão, a existência de uma pequena aglomeração. Durante o século XIX, a região do Capão do Leão será marcada por uma economia fundamentada principalmente na pecuária, com diversas estradas e caminhos percorridos por tropas de bois e tropeiros, além de várias invernadas para engorda do gado. Em menor escala, encontravam-se plantações de trigo e arroz.
                Aproximadamente em 1870, Domingos Fernandes da Rocha comprou uma porção de terras entre o arroio São Thomé e a encosta da atual pedreira da Empem do comerciante Florentino Antônio dos Santos. Posteriormente, ele loteou a área e, a partir da década de 1880, Capão do Leão foi sendo ocupado por diversas chácaras e sítios com o propósito de veraneio e descanso das famílias ricas de Pelotas e Rio Grande. Em 1884, com a instalação da linha férrea e a construção de uma estação ferroviária, o crescimento populacional e urbano via se acelerar consideravelmente. Desenvolve-se igualmente com muito destaque a fruticultura de clima temperado. Em 1893, Capão do Leão é alçado à condição de distrito de Pelotas. Mais tarde em 1909, no denominado Cerro das Pombas (atual Cerro do Estado) instala-se a Companhia Francesa do Porto de Rio Grande, com o objetivo de extrair pedras para a construção dos molhes da Barra de Rio Grande e do novo porto daquela cidade. O fato também vai ser decisivo para o desenvolvimento da então Villa do Capão do Leão, que em 1920 já conta com aproximadamente 1200 habitantes.
                Até aproximadamente 1950, o tripé econômico extração mineral/fruticultura/veraneio será a base do desenvolvimento leonense. A partir desta época, o êxodo rural verificado na região favoreceu o crescimento populacional mais intenso. Em 1954, a Companhia Comercial e Construtora América cria o bairro Jardim América. Em 1963, ocorre uma primeira tentativa de emancipação política, porém malograda. Com a chegada da década de 1970, houve a instalação de frigoríficos e as grandes obras das rodovias BR-116 e BR-293, o que trouxe uma ampliação considerável da área urbana. São dessa época o bairro Parque Fragata (1974), o Loteamento Zona Sul (1977) e a Vila Gabriela Gastal (1978). Em 1982, após um novo movimento emancipacionista iniciado no ano anterior, Capão do Leão por fim torna-se município.
                Capão do Leão possui uma história indiscutivelmente ligada à migração regional. Recebeu e recebe vários migrantes de diversos municípios da zona sul – fato sempre relacionado às diversas atividades econômicas que aqui se desenvolveram. O povo leonense é também profundamente miscigenado, com a presença de descendentes, desde a sua origem, de luso-brasileiros, sacramentinos, portugueses, espanhóis, alemães, africanos, italianos, franceses, etc. Da matriz indígena, percorriam o território antes da chegada europeia, índios tapes e minuanos.
                Em termos geográficos, Capão do Leão localiza-se na latitude 31º45'48" sul e na  longitude 52º29'02" oeste, no sul do estado do Rio Grande do Sul e possui uma área de 785,373 km2. A altitude média é de 21 metros e o clima é subtropical. O ponto mais alto é o Cerro das Almas com 282 metros de altitude. Os principais cursos d’água são o Rio Piratini, o Canal São Gonçalo, os arroios São Tomé, das Pedras, Itaita, Fragata (ou Moreira), Ávila, São Pedro e Palma, além de uma variedade de açudes e pequenos córregos. O relevo é marcado por uma vasta planície que domina as porções leste sul do município, justamente na área costeira do canal São Gonçalo. Nas porções norte e oeste, verificam-se maior número de elevações, com a presença de vários cerros e morros que fazem parte da Serra dos Tapes.  A vegetação típica é a do bioma Pampa.

                . A população em 2010, segundo dados do IBGE é de 24.298 habitantes. A economia tem como base o setor de serviços. São atividades econômicas de destaque: a extração mineral, as lavouras de soja e arroz, a criação de gado leiteiro e a produção de forrageiras. O município conta com três distritos: Pavão, Hidráulica e Passo das Pedras.  O município limita-se ao norte com Morro Redondo, a leste com Rio Grande e Pelotas, a sul com Arroio Grande e a oeste com Cerrito e Pedro Osório.

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