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quinta-feira, 1 de abril de 2021

Miguel Delmar Dias

 


Miguel Delmar Dias, “Miguelzinho” ou ainda, “Miguel da Raquel” ... Foi pai de Dandara, poeta, capoeirista e professor de filosofia. 

Sempre firme e sincero nas lutas por igualdade racial e humana, era professor em São Lourenço do Sul, onde coordenou a área de filosofia, além de mestrando no IFSul. 

Nas palavras de todos aqueles que com ele conviveram, “Miguel era sempre intenso e inteiro. Silencioso às vezes, mas falava com outras linguagens, ou seja, na roda de capoeira, na dança, na incessante fusão de leituras academicamente consagradas. Um exímio leitor das filosofias todas, das reconhecidas às ‘marginais’ (...) Era um guri que não estabelecia fronteiras entre a teoria e a prática.” 

Referência para a juventude negra, Miguel sublinhava a importância da necessidade de sobrevivência das gerações vindouras, para a construção de experiências plurais vinculadas a sua história. 

“Um homem jovem, militante, como filósofo que era, vivia a interrogar as relações de injustiças colocadas na sociedade brasileira e pelotense. Miguel fazia uma militância radical por se valer de uma totalidade de estratégias bastante representativas da vida diaspórica de negros e negras”, conforme reconhecimento e publicação nos periódicos locais, que sempre recepcionaram a qualidade das suas intervenções sociais. 

O professor deixa um importante legada para a história do Movimento Negro, que nos inspira numa vida de religiosidade que nos religa ao mundo da fé, devoção e energias vitais que movem o mundo sem necessariamente institucionalizá-las, por isso, potente para a luta contra intolerância.

Fonte: Ícones Inesquecíveis. Pelotas/RS: Conselho da Comunidade Negra/Prefeitura de Pelotas, 2019. (folder de divulgação cultural)

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