Telegramma d' O Paiz refere o seguinte:
'O correio de Catalão trouxe cartas narrando ter rebentado revolução n'aquella cidade contra o senador Paranhos e sua família.
A provocação ao que consta, partiu d'estes, que fizeram fogo sobre os grupos da parcialidade que lhes é adversa. O povo armado e aquartelado em cinco differentes posições que sitiavam os contrarios, respondeu com um fogo tão vivo, que os soldados debandaram, não podendo a gente dos Paranhos sustentar o combate, que, entretanto, durou mais de uma hora.
Esta occorrencia deu-se a 16 do corrente, provocando-a a prisão do capitão Carlos de Andrade, negociante muito considerado, a quem o senador Paranhos e sua familia são desaffectos.
O conego Luiz Costa, vigario da freguezia, no intuito de prevenir maior derramamento de sangue, empunhou uma bandeira branca, pedindo paz e foi attendido.
Por esta occasião declarou elle que toda a familia Paranhos, o destacamento e respectivo tenente commandante, verdadeiros instrumentos de oppressão do povo, na sua phrase, retirar-se-iam da cidade.
Seguiram, com effeito, para a fazenda do tenente-coronel João Cerqueira, acompanhados pelo juiz de direito da comarca.
No prolongado tiroteio a que nos referimos, não morreu ninguem. A casa do senador Paranhos ficou bastante estragada pelas balas.
Ás 10 horas da manhã de 17 do corrente, grande massa popular dirigiu-se á intendencia, e ahi hasteou o pavilhão nacional e um outro symbolo da liberdade.
Á ultima hora a cidade estava em completa paz."
Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 18 de Janeiro de 1893, pág. 01, col. 05
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