Em S. Paulo, uma joven que, levada pelos amores de um perverso D. João se deixara deshonrar, vendo que elle fugia do compromisso de reparar o mal que lhe fizera, encontrando-o em plena rua matou-o a tiros de rewolver.
Criminosa porque matou, essa mulher entretanto, nos offerece ensejo, de apreciar a sublimidade do seu caracter. Deshonrada, prostituida, lançada na rua publica, no rol das 'demi-mondaines', se desforra com superioridade, matando o autor da sua desgraça. Somos sempre contra o crime, ainda mesmo neste caso, todavia é de esperar-se que o jury que vai julgal-a, seja tolerante, absolvendo-a d'um crime que ella commetteu louca, allucinada, para vingar se de mais esse D. João pernicioso e miseravel libidinoso.
De resto servirá sua absolvição de exemplo para a sociedade.
O proprio Codigo Penal lhe atenúa muito o delicto.
Ella matou, tornou-se ré, mas vingando-se a si, vingou a sociedade."
Fonte: A SEMANA (Bagé/RS), 14 de Fevereiro de 1915, pág. 04, col. 02-03
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