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sexta-feira, 26 de junho de 2020

Preços altos em Cruz Alta


"CRUZ ALTA

(...)

Desde 1886 que se tem desenvolvido o movimento de progresso n'aquella localidade. Muitas casas em construcção, e muito movimento commercial é o que se observa.

As tropas de bestas chucras têm sido vendidas a 70 a 72 mil réis. Bestas mansas de 100 a 120 mil réis.

Eguas para cria de potro a 12 a 14 mil réis, para cria de bestas 16 e 18 mil réis.

Gado de criar, quanto appareça á venda, é comprado a 18 e 20 mil réis.

Gado de córte, vaccas, custam 26 á 30 mil réis, e novilhos de 30 a 34 mil réis.

Si por um lado encontramos toda a qualidade de mercadorias e generos alimenticios por preços elevadissimos, comtudo o custo actual dos gados compensa a elevação dos preços de outr'ora.

Os pessimistas, os inimigos da Republica, aproveitam-se da alta dos preços dos generos para gritarem contra o systema republicano; Está tudo por um desproposito! No tempo da monarchia, nunca se viu isto! Custa tudo rios de dinheiro. E o povo vai acreditando n'isto e acompanha a gritaria, mas é preciso que se saiba, que se explique que, si por um lado encontramos toda a qualidade de generos e fazendas, por preços caros, comtudo o preço por que estão os gados compensa, na campanha, onde mais é a gritaria, a elevação dos preços de outr'ora porque, si em 1889 e 1890 custava, por exemplo, o metro de chita 480 rs. e hoje custa mais do que outr'ora, tambem n'aquella época se vendia uma vacca por 10 mil réis, um novilho gordo por 14 e 16 mil réis, uma mula chucra por 24 e 30 mil réis, e hoje custa a primeira 28 e 30 mil réis, o boi 32 e 34 mil réis, a mula 65 e 70 mil réis, e é mais fácil pagar hoje 800 rs. por metro de chita do que 500 rs. que se pagava outr'ora, porque a differença de 20 rs. sobre o gado de corte, etc., dá de sobra para pagar a differença que existe hoje nos generos.

O salario do jornaleiro tambem caminha na mesma proporção, e assim por diante, notando-se que tudo está caro, é verdade, mas nunca se tem visto na campanha tanto dinheiro como presentemente.

Deixemos, porém, que gritem as cassandras."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 23 de Setembro de 1891, pág. 01, col. 03-04

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