Do Jornal do Rio:
'Tudo nos leva a crer que os allemães não desistiram da idéa de se apoderaram do Estado do Rio Grande do Sul. Pelo menos é isso o que indica um artigo que appareceu simultaneamente nos jornaes Post e Germania.
D'esse artigo damos aqui um extracto:
'Quando ha alguns mezes, dizem esses jornaes allemães, caiu por terra o poder dictatorial e o marechal Fonseca, muitas pessoas, julgando as couas sob o ponto de vista europeu, acreditavam que o Rio Grande do Sul, boulevard principal dos allemães no Brasil e talvez o Estado de Santa Catharina, se destacariam cedo ou tarde da federação brasileira para se constituírem em republica independente. Terá sido isso para o povo allemão um acontecimento de extraordinaria importancia.
Esses territorios são actualmente o centro mais forte e seguro do germanismo na America do Sul, e essa circumstancia teria permittido que os nosso irmãos mostrassem si eram capazes de dirigir a nova Republica. Si houvesse triumphado, a onda da emigração allemã dirigir-se-ia para aquelle ponto.
No Brasil do sul, os allemães têm fornecido desde muito a prova de que o clima e a situação do paiz prestam se maravilhosamente para o desenvolvimento do germanismo. A proporçãoque os inglezes vão occupando territorios em todos os pontos do globo, mais urgente se vai tornando a necessidade para os allemães da creação de uma nova patria, onde possam conservar a sua nacionalidade. A Providencia parece ter falado ao Rio Grande do Sul para ser uma nova Allemanha.
O Rio Grande do Sul conta 100.000 allemães, e o Estado de Santa Catharina 70.000; Podemos, pois, dizer que existem 170.000 allemães sobre 550.000 brancos de origem portuguesa, 100.000 italianos e 75.000 negros. O commercio e a agricultura são exclusivamente allemães, e para propagação do idioma têm elles 14 jornaes.
Isto prova que as sociedades coloniaes e geographicas da Allemanha nunca deveriam perder de vista o Brasil do sul, para onde conviria que dirigissem a cada dos nosso emigrantes."
Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 27 de Abril de 1892, pág. 02, col. 01
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