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domingo, 17 de maio de 2020

A tomada da cidade de Castro


"O Estado de São Paulo dá os seguintes pormenores sobre a tomada da cidade de Castro pelas forças legaes:

'Foi á meia legua da cidade que o coronel Pires Ferreira soube que ella estava occupada pelo inimigo, e, ao mesmo tempo, disseram-lhe pessoas do lugar que a columna sob seu commando ia ser atacada pela rectaguarda. Determinou então o coronel Braz Abrantes e que ficasse estacionada, á espera do annunciado ataque, a do coronel Braga.

Em marcha para a cidade a brigada do coronel Abrantes dividiu-se em dous corpos, porque havia duas estradas. Pela estrada mais curta seguiram o 20o. de infantaria e o batalhão da guarda nacional de Campinas, commandado pelo major Arthur Leite de Barros. Pela mais longa, seguiram os outros batalhões.

Depois de duas horas de marcha, mais ou menos, ouviu-se um forte e vivíssimo tiroteio. Eram a guarda nacional de Campinas e o 20o. de infantaria que se tinham empenhado em renhido combate com os inimigos que os esperavam em fila nas primeiras ruas da cidade, depois de terem destruído uma ponte do rio que a banha. O fogo, como já dissemos, durou hora e meia e foi sustentado pelos nossos valentes patricios com extraordinaria galhardia. Pessoa que esteve presente affirma-nos que não é possivel revelar mais sangue frio e denodo do que o que elles revelaram. Os occupantes da cidade tambem se portaram com valentia. Só abandonaram quando viram que de uma eminencia do terreno estavam assestadas contra elles quatro boccas de fogo. Bateram então em retirada, deixando os mortos e levando comsigo os feridos, que se elevaram a numero consideravel. As nossas forças tambem soffreram algumas perdas, mas em numero muito menor. Dos officiaes sabemos com certeza que nenhum foi ferido."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 09 de Maio de 1894, pág. 02, col. 04

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