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terça-feira, 3 de março de 2020

A agonia da barca Lopes Duarte


"Dá a respeito o Artista a seguinte noticia:

'A Lopes Duarte, acossada por temporaes successivos, andou cerca de um mez bordejando na costa d'esta provincia, sem poder chegar á barra.

N'um dos momentos em que mais se fez sentir a bordo o effeito da borrasca, deu-se um desastre lamentabilissimo, do qual resultou a morte de dois tripolantes, de nomes Manoel Francisco e José Maria dos Santos, ambos de nacionalidade portugueza.

Na occasião em que estes infelizes ferravam uma vela, rebentou com impetuosa desenvoltura um furacão que os precipitou da verga onde se achavam ao convez do navio, morrendo ambos instantaneamente, em consequencia da quéda.

Um dos tripolantes ficou com a cabeça despedaçada, e o outro cahio sobre um barril de vinho, cujo tampo arrombou, na violencia da quéda.

As victimas d'este fatal acontecimento eram ainda muito moças, pois contavam um 16 e outro 17 annos de idade.

Os cadaveres foram lançados ao mar no fim de 24 horas, com as formalidades do estylo."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 19 de Agosto de 2019, pág. 02, col. 02

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