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quarta-feira, 17 de julho de 2019

Comemorações de Carnaval no Rio Grande do Sul - 1907


"Esmeralda

Como noticiámos, realisou-se hontem, perante o commendador João da Cunha Guimarães, segundo vice-presidente, a reunião da directoria dessa antiga e apreciada associação carnavalesca, afim de tratar-se dos festejos em homenagem a Momo.

Pela respectiva commissão foi apresentado o projecto dos mesmos folguedos.

Constarão estes de um passeio de gala e dois bailes, devendo por estes dias ser inaugurada a caverna, á rua dos Andradas, no sobrado junto ao Club Caixeiral, onde ruidoso Zé Pereira annunciará o resurgir da Esmeralda.

Entre directoras e directores da distinta sociedade carnavalesca reina a maior animação e tudo faz prever novos triumphos para quem tantos conquistou em outras épocas.

A commissão central que, com plenos poderes, dirigirá os festejos ficou assim constituida: dos directores coronel Joaquim Ilha da Fontoura, dr. Amaro de Azambuja Villanova, Aristoteles Sant'Anna Barbosa e Affonso Beck.

Outras commissões foram tambem nomeadas para auxiliar aquella, organisando os bailes carnavalesco e de gala e o prestito que virá ás ruas.

No cortejo, além do carro-chefe, triumphal, destinado á gentil rainha esmeraldina, a distincta srta. Edith Ribeiro, outros haverá, decorados caprichosamente.

Na casa Trajano Mostardeiro já se acham os finos distinctivos, em esmalte, ou seda, recebidos de Paris pela Esmeralda e destinados ás directoras e directores e socios.

E com o enthusiasmo que vão tambem se agitando as outras associações congeneres, entre as quaes sobresare a dos Venesianos.

O carnaval de 1907 promette transcorrer entre os maiores attrativos e seduçães."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 08 de Janeiro de 1907, pág. 04, col. 03

"Cara-Dura

Esse espirituoso club carnavalesco, que resurgirá este anno nos folguedos do carnaval, fará, sabbado proximo, seu aparecimento á rua dos Andradas, exhibindo o popular theatrinho João Minhoca e diversas outras surpresas."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 14 de Janeiro de 1907, pág. 02, col. 02

"Carnaval

Vae em crescendo a animação que se nota na cidade, e muito principalmente entre as associações diversas, para os festejos do proximo carnaval.

Por toda a parte, nas cavernas e nas ruas, rufa o zé pereira com estrondo, grupos apparecem, prestitos vão se formando, juntando povo, enthusiasmando a todos...

Sabbado, á noite, tornou-se difficil o transito á rua dos Andradas, tal a agglomeraçao que ali houve.

Cara-Dura - Tal movimento foi despertado pelo annunciado reapparecimento do apreciado club carnavalesco, que sempre primou pela graça e o espirito todas as vezes que se exhibiu em publico.

Já passava de 8 horas quando o prestito entrou na rua dos Andradas e percorreu-a toda, entre alas de povo, que enchia os passeios.

O cortejo era numeroso - guarda da frente, clarins e banda de musica montados, socios a pé e a cavallo e em carros de praça, entre os quaes o da directoria, carroça-otomóve com os oradores e o celebre theatrinho João Minhoca.

Depois de um passeio até o arsenal, estacionou o prestito emfrente ao café Ferro-Carril, de cuja sacada fizeram uso da palavra dois espirituosos oradores; seguindo-se, depois a exhibição do Minhoca, em que se fizeram criticas aos artistas do Parque e outros, foram representadas tragedias, etc.

Emfrente ao Preço Fixo houve novo espectaculo e, á retirada, estacionou ainda o Cara-Dura emfrente á caverna da Esmeralda, que o recebeu com zé pereira, entre acclamações.

Um dos oradores do Cara-Dura discursou e um director esmeraldino agradeceu, saudando a espirituosa co-irmã.

O reapparecimento do Cara-Dura foi um successo e, d'ora avante, continuará elle a dar nota em conferencias á rua dos Andradas e Parque, exhibições do Minhoca e outras surpresas, até o passeio de gala e de critica, que promette revestir-se de todo o brilhantismo.

Esmeralda - Cada vez mais cheios de enthusiasmo, os esmeraldinos continuam nos preparativos para o carnaval.

Nos salões da usina electrica municipal, na caverna e em outros pontos vae grande e febril a actividade, trabalhando-se sem canceiras na confecção do prestito e na organisação dos bailes burlescos e de gala.

O baile burlesco só poderá effectuar-se a 2 de fevereiro, visto estar o salão Leopoldina cedido a outra associação para a noite de sabbado proximo, 26 do corrente.

O baile de gala, porém, será no salão da usina municipal, onde teve logar, o grandioso festival a que, em agosto, assistiu o dr. Affonso Penna.

Na caverna, cheia de socios, continua, todas as noites, o zé pereira.

Hontem, pela amanhã, a Esmeralda tomou o trem que desta capital parte ás 7 horas e foi a Canoas saudar, de surpresa, a sua rainha, a gentil srta. Edith Ribeiro, que ali se acha veraneando com seus progenitores.

Os esmeraldinos seguiram em carro especial, ligado ao comboio do horario.

Chegados a Canôas, rufou o zé pereira e, alvorotando veranistas e moradores do local, dirigiram-se para a residencia do sr. João Pinto Ribeiro, que se achava nesta capital e seguira no mesmo trem.

Innumeras familias aguardavam os excursionistas, que foram condignamente recebidos e com fidalguia obsequiados.

A rainha esmeraldina foi, então, saudada pelo director Souza Neves, entre applausos dos presentes; sendo entregue á srta. Edith Ribeiro um lindo ramalhette de cravos brancos.

Não demoraram muito em Canôas os esmeraldinos e, após as despedidas, entre grande enthusiasmo, retomara: o trem, desembarcando aqui antes das dez horas.

Além dos que fazem parte do grupo do barulho, muitos foram os directores e socios da Esmeralda que estiveram em Canôas.

Venezianos - Em reunião que realisou-se sabbado ultimo, á noite, na respectiva caverna, á rua General Camara, foi nomeada uma commissão para promover os meios de fazer-se aquella associação representar no proximo carnaval.

Da referida commissão fazem parte os esforçados venezianos Santos Pardelhas, Moura Magalhães, Alves da Silva e Francisco Carôllo.

Em subsequentes reuniões dará a commissão conta do resultado de seus esforços no interesse social.

Pierrots - Essa modesta quanto enthusiastica associação, que de anno para anno com mais galhardia se apresenta no carnaval, tem mantido o zé pereira, todas as noites, na caverna, á rua Dois de Fevereiro, e hontem fel-o visitar o Parque, onde conservou-se até terminar o espectaculo.

- Conforme estava annunciado, realisou-se hontem ás 2 horas da tarde, á rua dos Andradas n. 163 A, a reunião convocada pela sociedade carnavalesca Netos do Diabo.

Presente grande numero de socios ficou deliberado não se fazer representar a sociedade nos festejos carnavalescos no presente anno, recolhendo-se á caixa economica a importancia arrecadada até hoje."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 21 de Janeiro de 1907, pág. 02, col. 02

"CARNAVAL

Cara-Dura

É tradicionalmente sympathico á população porto-alegrense o valente gremio carnavalesco da mocidade militar.

Mas quantos, por ahi, conhecer-lhe-ão a origem? Como se fundou? Quaes os seus instituidores? Quando saiu pela primeira vez á rua? Quaes foram seus presidentes e quaes os consocios mais enthusiastas e que maiores serviços prestaram?...

Eis ahi um punhado de perguntas interessantissimas para responder com exactidão no presente momento... carnavalesco e isso vamos procurar fazer, com a ajuda tão somente da memoria, fresca e vivida, de caras-duras de antanho...

Em 1886 era ainda externato a Escola Militar, os alumnos viviam dispersos em republicas por diversos pontos da cidade e em uma dellas, á rua Luiz Affonso, proximo á Varzea, no unico predio até hoje existente na quadra entre o campo e a velha rua da Olaria, residiam, entre outros, Olavo Corrêa, Pantoja Rodrigues, Lannes Costa, Thomaz de Aquino, Soveral, Santa Cruz, os dois ultimos já mortos e os demais, hoje, officiaes todos.

Domingo de carnaval de 1886, na republica, a convite dos seus moradores, ali estavam reunidos muitos outros alumnos, entre os quaes os de uma outra da rua da Varzinha, proximo á descida do Lyceu, de que faziam parte Onofre Ribeiro, João Maria Xavier de Brito, Rego e Theophilo Barbosa da Fonseca, que posteriormente abandonaram a carreira militar, e Alfredo Pires, addido á republica, por ter nella seus companheiros de estudo.

Na reunião foi resolvida uma troça carnavalesca para o dia seguinte, que era segunda-feira, e, saindo, então, á rua, o grupo percorreu a pé diversas ruas, precedido apenas de uma corneta e de um estandarte com a inscripção - Cara-Dura, nome dado ao nascente gremio carnavalesco.

Si a pobresa era grande, materialmente falando, não lhes sobrava espirito; sendo organisados os estatutos, de que foi relator o hoje capitão do 23o. de infantaria Francisco Salles Brasil.

O primeiro presidente foi Olavo Corrêa (Tartaruga) e a secretara confiada a Alfredo Pires (Lagartixa), cujas actas deviam constituir, pelo espirito com que eram redigidas, o melhor patrimonio do club.

A exhibição do Cara-Dura no anno seguinte, em 1887, foi um successo e dentre as criticas e allegorias salientava-se A monarchia estrangulando o Brasil, sendo este representado por um indigena pendente de uma forca, cuja corda era puxada por Pedro II (Lannes Costa).

Durante a anno houve espectaculos, caroços e outras festas internas, na Escola, em beneficio do club, nellas salientando-se Macalão, Marques da Cunha, Theophilo Siqueira, Andrade Vasconcellos, Sá, Braguinha e outros; sendo tal o enthusiasmo nessas festas, que até tomaram parte alumnos que pareciam só viver para os livros, como Lino Fontoura, Alfredo Leyraud, Marciano Avila, e outros.

O primeiro hymno do Cara-Dura foi composto em 1887, sendo a musica do hoje capitão Formel e a letra, si a memoria do informante não falha, do hoje tambem capitão Domingos Nascimento.

Eis uma das quadras desse hymno:

Nas risonhas expansões
Dos bons carnames aquaticos
Surgem por entre ovações
Os Cara-Duras sympathicos.

Dez annos após, em 1897, na presidencia do 1o. tenente Andrade Neves, a pretexto de muito monotono, foi o antigo hymno substituido por outro composto pelo alumno João Carneiro da Fontoura (Maestro) e letra de A. Neves Neto.

Uma das quadras é esta:

Nós não somos de ferro, senhores,
Mas as caras nós temol-as duras.
Atirae serpentinas e flores
Sobre as nossas enormes figuras.

A cada uma das quadras do hymno, cantado em occasiões solemnes, seguia-se o côro, com o estribilho:

Somos os caras
Duras incriveis
Das cousas raras
Quasi impossiveis

Não havia espectaculo na Escola que não começasse pelo hymno, cujos solos eram cantados por srtas. de travesti, representadas por Macalão, Pereira Prestes, Alves Branco e outros.

O mesmo dava-se sempre na inauguração da caverna ou na recepção do carnaval, quando este <<vinha passar tres dias na capital>>.

A caverna foi sempre no centro da cidade e nas immediações da praça da Alfandega, ruas dos Andradas e Ladeira.

O celebre theatrinho ambulante João Minhoca surgiu pela vez primeira em 1890, tendo como empresario Salles Guerra, que, depois, em annos posteriores, foi substituido com galhardia por Freire de Vasconcellos, Rafael B. Teixeira (Linha), Alipio de Primio e muitos outros.

O Cara-Dura tem tido diversas phases, sendo a primeira desde 1886, data da fundação, até o fechamento da Escola, em 1893, e nella foram seus presidentes, succesivamente, Olavo Corrêa (Tartaruga), Clodoaldo da Fonseca, Alfredo Pires (Lagartixa), Christiano Buys e Fabricio Junior (Caixa d'oculos).

A primeira rainha foi Juvenal Freire (Frei Caneca) e uma das ultimas Simeão Reis (Côco).

Nessa primeira phase, por serviços relevantes, mereceram a benemerencia do club os irmãos Gertum, especialmente Emilio e Fernando.

De 1893 a 1895 estiveram suspensos os trabalhos da Escola; seguindo-se, depois, a phase de 1896 a 1898, cujos festejos estiveram na altura das tradições do Cara-Dura.

Em 1896, Augusto Sá foi o presidente e rainha o mallogrado Zezé de Moura e Cunha.

Em 1897, a presidencia esteve com Francisco Andrade Neves, sendo rainha Luiz Borges Fortes e empresario do João Minhoca Rafael Teixeira (Linha).

O Minhoca era, então, precedido sempre por um burrinho, montado por Mario Galvão (actual vice-presidente), que fazia-se ouvir em um pequeno tambor de creança.

A segunda phase terminou em 1898, com a transferencia da Escola para Rio Pardo, sendo presidente o Linha, rainha Oscar Lisboa de Souza e empresario do Minhoca Alipio de Primio.

Nos carnavaes de 1898 a 1903 não appareceu o Cara-Dura e, tendo, nesse ultimo anno, voltado a Escola de Rio Pardo, surgiu novamente em 1904.

O Cara-Dura tem este anno como presidente o 1o. tenente José Ignacio da Cunha Rasgado e vice-presidente o 2o. tenente Mario Galvão e, á vista do successo que vae alcançando, manterá inalteraveis as velhas tradições.

E é proseguir avante!

Esmeralda

No barracão, os esmeraldinos estão dando os ultimos retoques nos bellos carros allegoricos que amanhã, á tarde, desfilarão pelas ruas da cidade, no lusido cortejo de gala.

Por toda a parte as commissões activam os trabalhos, aprestam-se os que têm de tomar parte no passeio, reina animação, mantem-se permanente o enthusiasmo.

A organisação definitiva do prestito só hoje, em reunião que se realisará á noite, ficará assentada.

Entretanto, podemos adeantar, pelas notas que conseguimos colher, que elle ficará obedecendo, mais ou menos, em detalhes, á seguinte ordem:

1a. secção - Tres arautos, fazendo soar trombetas egypcias.

Commissão da frente, constituida por tres socios a cavallo, vestindo a caracter, tendo ao braço laços de fita verde e na botoeira o distinctivo da sociedade.

Carros com a directoria, que conduzirá o pavilhão esmeraldino; com o bloco, o nucleo de resistencia que realisa as festas deste anno; commissões, etc.

2a. secção - Banda de musica, montada; banda de clarins, idem.

Primeiro carro allegorico, de homenagem á imprensa - Um cysne collosal, sobre o qual interessante srta. representará a imprensa, tendo no saiote os cabeços das folhas locaes. É de grande effeito esse carro e nelle se fará distribuição do numero especial da Esmeralda, orgam da sociedade, em fórma moderna de revista e com dezessete paginas.

Carros enfeitados, com directores fantasiados.

Segundo carro allegorico, russo-japonez - Ao alto de uma escarpa, a fortalesa, em cujo baluarte está assentado grande canhão. As srtas. Ondina Gomes e Arinda Canteiro representarão a Russia e o Japão e o canhão será lidado por soldados das duas nacionalidades, despejando confetti e, á noite, granadas illuminativas. Outro carro de grande successo.

Carros com esmeraldinos fantasiados.

3a. secção - [ilegivel]

Todas as bandas, cocheiros, etc., irão uniformisados.

A reunião dos esmeraldinos que tomam parte no prestito far-se-á na residencia do director Labieno Jobim, emfrente ao Parque e proximo á rua da Conceição.

- Como já noticiamos, o baile de gala realisar-se-á em a noite de segunda-feira nos salões da sociedade Germania, devendo os esmeraldinos reunir-se, ás 9 horas, na residencia do director Antonio Vilhena Machado, á rua Dr. Flores, esquina da Coronel Genuino.

As commissões são as seguintes: Ornamentação, Amaro Villanova, Souza Neves, Cesimbra Netto e Adalberto Marques; convidados, Benjamin Flores, Aristoteles Barbosa, Vilhena Machado e Socrates Ribas; direcção geral, Antenor Elejalde e Affonso Beck.

- O zé-pereira esmeraldino foi hontem, á noite, cumprimentar o esforçado director e um dos que mais trabalharam pelo resurgimento, Arthur P. Souza Neves, que o recebeu e obsequiou gentilmente.

Venesianos

Essa antiga e apreciada associação continua com enthusiasmo os preparativos para o passeio de terça-feira e no respectivo barracão trabalha-se sem desfallecimentos dia e noite.

Á frente da associação está um pugillo de venesianos enthusiastas, como Francisco Neves, Moura Magalhães, Soares, Carôllo, Souza Guedes, Santos Pardelhas, Nicolau V. Pereira, Alves da Silva, Julio Coelho e muitos outros, que não esperdiçam esforços para que os Venesianos apresentem-se galhardamente nos festejos do carnaval de 1907.

O carro da rainha, que está sendo confeccionado a capricho e será pintado pelo professor Vicente Cervasio, apresentará bello aspecto.

O esquadrão tambem está sendo cuidadosamente organisado e os socios que nelle figurarão devem reunir-se hoje, ás 8 horas da noite, na alfaiataria Soares, á rua dos Andradas.

Saca-Rolhas

No carnaval do anno passado, o club Saca-Rolhas, uma aggremiação muito modesta mas que conta em seu seio destemido foliões que não medem sacrificios quando se trata de apparecer em publico, deu sorte, apresentando um lusido prestito triumphal e de critica, que foi muito apreciado.

Este anno tem redobrado de actividade - e isso por vezes já assignalámos nesta secção - trabalhando com afinco para que o prestito de segunda-feira faça successo.

Sairá elle da séde do Saca-Rolhas, á rua Sete de Setembro n. 31, e percorrerá as ruas Bento Martins, Andradas, General Salustiano, Pantaleão Telles, Demetrio Ribeiro, Figueira, Olaria, Avahy, Campo da Redempção, praça da Independencia, Duque de Caxias, Vasco Alves, Riachuelo, Misericordia e Andradas, recolhendo-se á sede.

É esta a organisação do cortejo:

Banda de musica, montada; piquete e guarda de honra, commandada pelo socio Emilio Clotz.

Carro triumphal da rainha do Saca-Rolhas, a distincta srta. Maria Amelia de Moraes.

Carros ornamentados, conduzindo socios.

Carro allegorico, em que figurarão as srtas. Mimosa e Marieta Moraes, prestando homenagem á imprensa.

Carro allegorico dedicado ao bello sexo porto-alegrense, que será representado pela srta. Maria Amalia Laeger, rainha do club no carnaval do anno passado.

Carro de critica, intitulado - Tudo pelos ares!...

Fechará o prestito o carro do zé-pereira, que será, dizem os saca-rolhas, barulhentissimo...

Uma commissão dos socios Alberto d'Aville, Queiroz Ribeiro e Cyrillo Alves guiarão o prestito, formando á testa da columna carnavalesca do Saca-Rolhas.

O prestito do <<Cara-Dura>>

Não tem cessado a azafama com que os destemido carnavalescos do Cara-Dura vão dando os ultimos retoques para o grande prestito de segunda-feira proxima.

Constará elle de commissão de frente, bandas de musica e clarins, carros com a directoria, triumphaes, de critica e do zé-pereira, etc.

O prestito será puxado por oito clarins, alumnos da Escola, luxuosamente vestidos, de branco, luvas e capacetes, brancos tambem.

Tres carros serão de um effeito extraordinario.

Os carros allegoricos, que têm merecido desvellos especiaes, apresentarão belissimo effeito e os de critica despertarão o interesse e enthusiasmo pelo espirito com que se exhibirão.

Os trabalhos de confecção têm sido feitos até agora no barracão - séde do Cara-Dura, á praça Jayme Telles, porém o prestito será organisado e pôr-se-á em marcha para a cidade nos fundos do edificio da Escola de Guerra.

O coronel Campos, presidente honorario da associação, tem tudo facilitado aos alumnos para o brilhantismo do prestito.

Giovanni Emmanuel

Ha grande animação para o baile á fantasia que essa associação effectua hoje em seus salões.

Medalhas de ouro serão offerecidas á dama e cavalheiro que apresentarem fantasias de maior gosto.

De um lado têm as medalhas as inscripções - Carnevale 1907 e S.F.I.G. Emmanuel e de outro - 1o. premio.

Leopoldina

O baile á fantasia dessa antiga e apreciada associação terá logar amanhã nos respectivos salões, á rua Dr Flores.

O sarau promette revestir-se das maiores attracções, havendo para elle muita animação.

Parque

Nesse frequentado centro de diversões, haverá amanhã e nas subsequentes noites de carnaval attraentes festivaes, que ali levarão, certamente, grande concurrencia, como aliás, tem acontecido nos annos anteriores.

A illuminação electrica foi augmentada de novas lampadas de arco e outras e será tambem o Parque ornamentado a capricho.

A banda do 25o. batalhão está contractada para os tres dias."

Fonte: A FEDERAÇÃO (Porto Alegre/RS), 09 de Fevereiro de 1907, pág. 01, col. 06-07, pág. 02, col. 01

Os trabalhos de confecção têm sido feitos até agora no barracão - séd

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