"Devido a proximidade de centros importantes de colonização espanhola, ao terreno pouco acidentado do pampa e a baixa densidade populacional da então província de São Pedro, as fronteiras gaúchas eram as mais vulneráveis do país, no início do século passado. Com a proclamação da Independência, o governo imperial tratou logo de promover a imigração dos europeus para a região. A intenção dos governantes era basicamente aumentar o contingente do exército, paralelamente à criação de centros de abastecimento relativamente próximos dos prováveis campos de batalha.
O velho continente penava sob o peso dos problemas decorrentes da rápida modificação de suas estruturas sociais, econômicas e políticas, ainda no início da Revolução Industrial. Portanto, na Europa não faltavam pessoas dispostas a aventurarem-se em busca de novos horizontes.
O MORRO DOS HAMBURGUES
Os primeiros imigrantes alemães chegaram ao Brasil em 1824 e desembarcaram em São Leopoldo no dia 25 de Julho do mesmo ano. Com o passar do tempo, foram espalhando-se pelo Vale do Rio dos Sinos. Lomba Grande, bem próxima da Feitoria do Linho Cânhamo (onde os primeiros colonos foram instalados) foi a primeira área colonizada do hoje município de Novo Hamburgo. O núcleo que deu origem a cidade, entretanto, surgiu no Bairro de Hamburgo Velho.
Um comerciante, oriundo da cidade de Hamburgo, na Alemanha, estrategicamente estabeleceu-se no alto do morro, na confluência de duas estradas, uma vinda da Serra Geral e a outra no Vale do Caí. O local recebeu o nome de Hamburger Berg, que significa Morro dos Hamburgues.
NO SOPÉ O CAMINHO DO PROGRESSO
Outras casas comerciais surgiram nas proximidades e para o local convergiu também a vida social dos colonos. Já em 1832 eles fundavam sua comunidade religiosa, de culto evangélico.
Por volta de 1850, já estava aberto o espaço para a manufatura do couro. Estavam instalados os primeiros curtumes, as selarias e as oficinas de sapateiros. O Vale do Sinos abastecia toda a província gaúcha com seus produtos artesanais e isto justificou a abertura de uma estrada de ferro, que deveria passar por Hamburgo Velho e chegar até a cidade de Taquara. A construção parou no sopé do Morro do Hamburguês e a companhia inglesa, que executava a obra deu o nome de Novo Hamburg à estação terminal. Consequentemente, acabou atraindo para sua proximidade, o centro comercial do povoado, dando origem ao nome da cidade.
A INEVITÁVEL EMANCIPAÇÃO
A industrialização dos manufaturados de couro, entrou definitivamente na vida da comunidade, a partir do final do século passado. O pioneirismo de Pedro Adams Filho e Arthur Hass, acabou por determinar o traçado histórico da evolução da economia.
A eletricidade para mover os motores foi produzida e conduzida a cidade pelo esforço dos próprios interessados.
A industrialização foi um novo impulso para Novo Hamburgo que cresceu também cultural, social e politicamente.
O resultado foi sua emancipação de São Leopoldo, em 5 de abril de 1927.
ECONOMIA
Novo Hamburgo é conhecida como a Capital Brasileira do Calçado e principal pólo coureiro calçadista da América Latina. Isto não se deve levar, entretanto, a ideia de que a economia local repouse exclusivamente neste produto. Além de produzir calçados, a cidade tem inúmeras indústrias fornecedoras para o desenvolvimento desta atividade, tais como: máquinas, insumos químicos e componentes. Destaca-se como principal pólo comercial da região do Vale dos Sinos e assiste ainda o desenvolvimento acelerado do setor de serviços, que também atende o mercado regional."
Fonte: ATLÂNTICO (RS), 09 de Novembro de 1998, pág. 06
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