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quinta-feira, 3 de maio de 2018

A primeira obra sobre Capão do Leão?

A arte acima não corresponde à verdadeira capa da obra,
trata-se apenas de uma ilustração ao tema e a esta postagem

Pesquisando há algum tempo atrás no banco de dados virtual em língua francesa, Gallica, da Biblioteca Nacional da França, que reúne um extenso acervo de jornais, documentos, revistas, etc., para pesquisa via web, deparei-me com muitos documentos tratando da presença da Compagnie Française du Port du Rio Grande do Sul em nosso estado e com algumas menções (poucas, é verdade) ao município de Capão do Leão. 

Alguns são relatórios de ordem jurídica e/ou financeira, outros são reportagens da época que apenas fazem alusão que as rochas do novo porto e barra de Rio Grande eram extraídas das pedreiras de Monte Bonito e Capão do Leão. Entretanto, um dos documentos traz uma informação importante: um pequena obra, de caráter científico, que trata especificamente da pedreira de Capão do Leão (isto é, para os conterrâneos a pedreira do Cerro do Estado), datada de 1913 e escrita por um engenheiro da companhia francesa. Não tive acesso à obra, mas o registro está numa publicação científica da época, a Revue de Etudes Geologiques. Na bibliografia da fonte consultada, consta também que o engenheiro responsável, um francês de nome Edmond Marne, chegou apresentar suas conclusões sobre seus estudos em conferências na cidade de Paris. 

O nome da obra de Marne é originalmente em francês o seguinte: Recherches géologiques sur la carrière de Capão do Leão, municipalité de Rio Grande, état de Rio Grande do Sul, Brésil: collection d'enquêtes techniques initiales. Traduzindo: Pesquisas geológicas sobre a pedreira de Capão do Leão, municipalidade (ou município) de Rio Grande, estado do Rio Grande do Sul, Brasil: coleção de investigações técnicas iniciais (ou primárias). 

Patentemente, é uma obra técnica do campo da geologia, relação mais que óbvia com o trabalho do engenheiro. Só fiquei realmente admirado com o fato de, no título, a carrière (pedreira) de Capão do Leão, vir associada a Rio Grande. Talvez um erro do autor causado pelo vínculo da pedreira com as obras naquela cidade marítima.

Seria esta a primeira obra que trata sobre Capão do Leão, exclusivamente? 

Fica a curiosidade e o estímulo para mais pesquisas.

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