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terça-feira, 30 de janeiro de 2018

A origem social dos imigrantes alemães no Brasil


"Há uma polêmica em torno da origem social dos imigrantes. Teriam eles, em sua maioria, vindo das cidades alemãs, teriam eles, em sua maioria, uma origem camponesa, seriam eles, em sua maioria, colonos pobres e sem recursos?

Alguns autores afirmam que a maior parte dos emigrantes alemães que vieram para o Brasil eram habitantes das cidades (WILLENS, 1980, BREPHOL DE MAGALHÃES, 1993). No entanto, uma pesquisa feita em Santa Catarina (SEYFERTH, 1974) mostra que a maioria desses imigrantes eram camponeses que, tendo deixado o campo, se dirigiram para as cidades, onde foram engrossar o proletariado que a fome, o fracasso das revoluções e as guerras sucessivas acabaram forçando à emigração. Confirmando a tese de SEYFERTH, tem-se a pesquisa realizada para Curitiba que aponta pelo menos até a década de 1890, a origem camponesa de grande parte dos imigrantes alemães. (NADALIN, 1988). Isso significaria que grande parte dos alemães era de origem rural, com uma passagem pelas cidades alemãs. Penso que essa polêmica ainda não está resolvida.

Sabe-se que houve, oficialmente, um incentivo, principalmente para os trabalhadores agrícolas, mas, na realidade, a emigração para o Brasil contou com muitos artesãos dos mais diversos ofícios, técnicos industriais e comerciante com iniciativa própria, assim como com alguns profissionais liberais, como farmacêuticos, médicos, professores e pastores.

A colonização baseada no regime da pequena propriedade agrícola não teve somente alcance demográfico, mas, principalmente, econômico, cultural, social e, em certo grau, político. Não teve objetivos meramente agrícolas, acompanhando a fundação de vilas e cidades em suas manifestações mais expressivas, principalmente nas três províncias sulinas e no Espírito Santo."

Fonte: RANZI, Serlei Maria Fischer. Alemães católicos: um estudo comparativo de famílias em Curitiba (1850-1919). Tese de Doutorado apresentada ao Curso de Pós-Graduação em História, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 1996, p. 55-56.


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