"A estância São Tomé limitava-se com o arroio de mesmo nome e o Pestana, Moreira ou Fragata. Começava em rasas campinas, à margem do São Gonçalo, sobre terras que iam, em constante e crescente elevação, tomando o rumo da coxilha do Santo Amor. A estância de São Tomé pertenceu, inicialmente, a Antônio dos Santos Saloyo, que a negociou com Manuel Moreira de Carvalho e sua esposa, Maria da Encarnação. Manuel e Maria venderam metade do terreno a Alexandre da Silva Baldez, e a outra parte a Francisco Araújo Rosa. No dia 20 de abril de 1799, Antônio Francisco dos Anjos comprou a parcela de Rosa.
O lugar da última venda ficou conhecido como estância do Fragata. Possuía as seguintes confrontações: pelo sul, com dona Josefa, viúva do brigadeiro Rafael Pinto Bandeira; pela frente, com Manuel Inácio Gomes [sucessor de Baldez] e, de fundos, com o canal São Gonçalo. O espaço da fazenda e charqueada do Fragata foi descrito, ainda, desta forma: situada para leste da linha - passo dos Carros e passo do Capão do Leão, compreendida pelo curso inferior do arroio Moreira e São Tomé, e margem esquerda do São Gonçalo.
Lembrando os proprietários de suas margens, o arroio levou os nomes de Moreira e Fragata, sendo, o último nome, uma referência à embarcação do charqueador Antônio Francisco dos Anjos. Em um terreno da sesmaria do Monte Bonito, o padre Felício, da estância de Santana, e seu vizinho, Antônio dos Anjos, da charqueada do Fragata, deram início à construção do que veio a ser o primeiro loteamento da cidade de Pelotas. Sobre Antônio dos Anjos, e seu amigo, o padre Felício, ainda muito vai ser contado.
A parte da estância de São Tomé, que coube a Alexandre Baldez, estava situada no interior. O resumo da sinopse de sesmaria informou o que segue:
“Campos no Rio Grande, que principiam em um cotovelo que forma o arroio São Tomé, em demanda do passo que vai para a estância do confinante Rafael Pinto Bandeira; do dito passo em linha reta, por cima de uma coxilha que vai ao passo dos Carros, no arroio Pestana [Fragata ou Moreira], onde extrema com José da Silva e a serra que tapa os referidos campos.”
Alexandre da Silva Baldez era originário da Colônia do Sacramento. Durante a ocupação espanhola, tinha se escondido por essas paragens. Quando o vice-rei Luís de
Vasconcelos e Souza, em 1789, concedeu-lhe a posse das terras que ele ocupava, essas
mediam duas léguas [13.200m] de comprimento e 3/4 de légua de largura."
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