Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) é considerado o maior folclorista brasileiro de todos os tempos. Reproduzimos aqui a curiosa denominação das horas do dia e da noite que o folclorista recolheu em suas pesquisas sobre os costumes nacionais. O trecho foi extraído do "Dicionário do Folclore Brasileiro" - considerada uma das obras-primas do autor. (Nota: a obra consultada é da 10a. edição, publicada em 2008, pela Editora Ediouro.
"Primeiro cantar do galo: 1 hora da manhã.
Segundo cantar do galo: 2 horas da manhã.
Madrugada alta. Frio da madrugada: 3 horas da manhã.
Madrugadinha. Ao amiudar do galo: 4 horas.
Quebrar da barra. Na "manhencença": 5 horas.
Sol de fora: 6 horas.
Uma braça de sol: 7 horas.
Sol alto: 8 horas.
Hora do almoço: 9 horas.
Almoço tarde: 10 horas.
Perto do meio-dia: 11 horas.
Pino do meio-dia: 12 horas.
Pender do sol. Descambar do sol: 13 horas.
Viração da tarde. Ao refrescar: 14 horas.
Tarde cedo: 15 horas.
Tardinha. De tarde: 16 horas.
Roda do sol se pôr: 17 horas.
Pôr-do-sol, sol se pôr: 18 horas (também Hora da Ave-Maria).
Aos cafuis. Hora da raposa. Noitinha: 19 horas.
Boca-da-noite: 20 horas.
Tarde da noite. Noite velha: 21 horas.
Hora da visagem: 22 horas.
Perto da meia-noite: 23 horas.
Meia-noite: 24 horas."
Obs.: Vale lembrar que estamos falando de uma época em que não havia "horário oficial de Brasília" ou "fuso horário do meridiano de Greenwich" e o sujeito calculava as horas do dia pela luz do sol.
Nenhum comentário:
Postar um comentário