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domingo, 10 de julho de 2016

Histórias Curiosas XIX

Certos calçados usados pela juventude marcam uma época por se tornarem muito populares devido ao preço e a praticidade que trazem. Na década de 90, houve a moda dos “freedom fog”, na década de 80, o “kichute” era vendido até em armazéns de secos e molhados e também teve o “bamba” que servia tanto para o colégio quanto para os bailes de fim-de-semana. Pois bem, na década de 60 e parte da década de 70 houve um calçado de lona com sola de borracha que se tornou peça indiscutível do cotidiano dos jovens, um sucesso entre as camadas populares: a alpargata Sete Vidas. Não havia “guri novo” que não tivesse um par, pelo menos.
            Numa certa feita, aproximadamente no início da década de 70, houve um jogo de futebol no campo do antigo Instituto Agronômico (onde atualmente é a Embrapa Capão do Leão). Era um amistoso entre o Central F.C., da própria casa, contra o São Geraldo, do Fragata. Jogo duro de assistir, com bicuda de um lado para outro e muitas faltas violentas que fariam imaginar que eram dois exércitos em guerra no campo de batalha. No meio de jogo, inicia uma confusão e ocorre um briga generalizada entre os jogadores, com os respectivos componentes das “comissões técnicas” de um lado e do outro também entrando na peleia. Teve golpe de adaga, facão e pedaço de pau, além de socos e pontapés costumeiros. No calor do arranca-rabo, um senhor de origem alemã (daqueles que o gaúcho denomina “colono, colonão”) que estava assistindo o jogo sai em louca disparada com o filho pelo braço, querendo a todo modo sair da confusão. Na fuga, o Alemão e seu filho cruzam por um bueiro e o menino acaba perdendo um dos calçados do pé. O “alemãozinho” tenta parar para recuperar o calçado e alerta o pai: - Perdi minha “sete vida”! O senhor alemão não quis nem saber e seguiu correndo com o filho pelo braço:

            - Mais vale uma vida que sete meu filho! 

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