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quarta-feira, 19 de agosto de 2015

A embarcação "pelota"




Duas definições históricas sobre a embarcação pelota que dá nome à cidade gaúcha de Pelotas e ao rio Pelotas na divisa dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.


Trecho extraído de: CAMARA, Antonio Alves. Ensaio sobre as construcções navaes indigenas do Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1937, p. 226.

"PELOTAS
   Pelotas são embarcações improvisadas na ocasião para passarem viajantes nos rios, quer nas cheias quando são rasos, quer no estado normal quando são fundos, e têm peixes, que possam danificá-los."


Trecho extraído de: SIMONSEN, Roberto C. História Econômica do Brasil 1500-1820. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1937, p. 255-256.


"De 1680 a 1880, nas estâncias do sul, desde as vacarias do Mato Grosso até as vacarias do Rio Grande e do Sacramento, cosia-se a existência com tentos de couro. Tetos de macega, ou de Santa Fé, apertados com couro cru, portas e janelas de couro, bancos e cadeiras de couro, botas de couro cru de garrões de animais cavalares sacrificados só para isso, os correames, os arreios, as camas, as pirogas de passar os rios que não davam vau, as quais chamavam de pelotas, segundo atestam hoje os nomes de dois rios — Pelotas — que interceptam a primitiva estrada dos tropeiros e dos guerreiros daqueles recuados tempos, o rio que liga as lagoas Mirim e dos Patos e o rio Uruguai na sua parte mais alta. Faziam os campeiros uma armação de madeira, em forma de semicírculo e bem adaptado a ela secavam o couro de uma rês, que suportava perfeitamente o peso de um homem com os arreios. Atirava o campeiro o seu cavalo ao rio, e preso ao rabo fazia-se rebocar pelo bucéfalo resfolegante até a margem oposta. É fácil de imaginar o espetáculo bárbaro de um exército ou de uma tropa nesse transe. Baús de couro e até obras de arte primorosas de couro cru".


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