Em 20 de Janeiro de 1992, a capital gaúcha foi palco do ápice de uma luta, de pelo menos três décadas, da comunidade pelo direito ao abastecimento d’água. Naquela ocasião, uma comitiva composta de lideranças comunitárias, políticos e moradores, totalizando um número admirável de 156 pessoas, compareceram a Porto Alegre, na sede da Companhia Rio-grandense de Saneamento (CORSAN), para levar as reivindicações do bairro ao então presidente da empresa, Carlos Petersen. A demonstração de mobilização popular denotou a situação sofredora e insustentável da população na questão d’água e impressionou as autoridades estaduais. Porém antes vamos recordar a trajetória de problemas e lutas que os moradores tiveram em relação à água.
Na época da criação do Jardim América na década de 50, como não houve nenhuma ação pública na infra-estrutura do bairro, o abastecimento de água, tal como outros itens como eletrificação, transporte, coleta de lixo, etc., foram ignorados. A saída para a população era servir-se da água azulada de cacimbas no meio do campo. Com o tempo multiplicaram-se os poços de algibre, úteis porém caros. A 1ª. intervenção pública de impacto para suprir a demanda de água aconteceu durante o governo Ary Alcântara (1974-1978) em Pelotas, quando foram perfurados poços comunitários. Em 1979, já na gestão de Irajá Rodrigues, uma rede de mangueiras pretas que trazia água do Frigorífico Rio-Pel foi instalada até as imediações da atual Avenida J.K. de Oliveira, destinada à colocação de bicas públicas. Entretanto, além de não resolver o problema de “todo” o bairro, a rede de mangueiras pretas foi sendo aos poucos atingida pelos “gatos”. Somente em 1981 é que se visualizou uma possibilidade real de solução para o abastecimento de água – aliás, fato que explica a razão de muitos moradores se oporem à incorporação do Jardim América ao novo município de Capão do Leão. O que aconteceu é que a Prefeitura de Pelotas anunciara a construção de uma caixa-d’água na Vila Gotuzzo que, além de reforçar o abastecimento no Fragata, serviria para suprir a demanda existente no Jardim América. Como a emancipação aconteceu no “meio do caminho”, o bairro não chegou a ser contemplado.
Todavia, na pós-emancipação a questão da água não deixou de ser considerada uma prioridade das administrações municipais. O fato é que outros fatores aliaram-se ao problema. Conforme estudos da economista Ana Victória Sena, houve um aumento significativo no fornecimento de água encanada em 268,1%, no período 1983-1991. Em compensação, o Município também teve um aumento do número de domicílios na ordem de 442,9%, no mesmo período. Isso significa que, embora a taxa de déficit no fornecimento fosse 31,42% em 1983, a mesma taxa em 1991 não diminuiu e sim apontara um valor preocupante de 53,5% de casas sem o líquido vital. A grande maioria no Jardim América.
Somente na década de 90, após muitas lutas dos moradores e das organizações comunitárias, tal como aquela que exemplificamos no início do artigo, é que a questão do abastecimento de água passou a ser normalizada.
Na época da criação do Jardim América na década de 50, como não houve nenhuma ação pública na infra-estrutura do bairro, o abastecimento de água, tal como outros itens como eletrificação, transporte, coleta de lixo, etc., foram ignorados. A saída para a população era servir-se da água azulada de cacimbas no meio do campo. Com o tempo multiplicaram-se os poços de algibre, úteis porém caros. A 1ª. intervenção pública de impacto para suprir a demanda de água aconteceu durante o governo Ary Alcântara (1974-1978) em Pelotas, quando foram perfurados poços comunitários. Em 1979, já na gestão de Irajá Rodrigues, uma rede de mangueiras pretas que trazia água do Frigorífico Rio-Pel foi instalada até as imediações da atual Avenida J.K. de Oliveira, destinada à colocação de bicas públicas. Entretanto, além de não resolver o problema de “todo” o bairro, a rede de mangueiras pretas foi sendo aos poucos atingida pelos “gatos”. Somente em 1981 é que se visualizou uma possibilidade real de solução para o abastecimento de água – aliás, fato que explica a razão de muitos moradores se oporem à incorporação do Jardim América ao novo município de Capão do Leão. O que aconteceu é que a Prefeitura de Pelotas anunciara a construção de uma caixa-d’água na Vila Gotuzzo que, além de reforçar o abastecimento no Fragata, serviria para suprir a demanda existente no Jardim América. Como a emancipação aconteceu no “meio do caminho”, o bairro não chegou a ser contemplado.
Todavia, na pós-emancipação a questão da água não deixou de ser considerada uma prioridade das administrações municipais. O fato é que outros fatores aliaram-se ao problema. Conforme estudos da economista Ana Victória Sena, houve um aumento significativo no fornecimento de água encanada em 268,1%, no período 1983-1991. Em compensação, o Município também teve um aumento do número de domicílios na ordem de 442,9%, no mesmo período. Isso significa que, embora a taxa de déficit no fornecimento fosse 31,42% em 1983, a mesma taxa em 1991 não diminuiu e sim apontara um valor preocupante de 53,5% de casas sem o líquido vital. A grande maioria no Jardim América.
Somente na década de 90, após muitas lutas dos moradores e das organizações comunitárias, tal como aquela que exemplificamos no início do artigo, é que a questão do abastecimento de água passou a ser normalizada.
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