A localidade mais povoada do Capão do Leão teve diversas ondas migratórias durante as décadas, porém podemos afirmar que o período de grande transformação populacional se deu entre 1970 e 1990. O bairro – que hoje conta com uma população de aproximadamente 15 mil habitantes – deixou de ser um mero subúrbio rural para tornar-se um “bairro cidade”, na acepção do santa-mariense Manoel Mendieta Araújo.
Como já tratado em artigo anterior, o povoamento do Jardim América foi lento aos seus primeiros quinze anos. Grande parte dos moradores era proveniente de Pelotas, muitos agricultores de colônias de imigração alemã: Monte Bonito, Cerrito Alegre, Santo Amor, etc. Outros, entretanto, se estabeleceram no bairro em função de circunstâncias profissionais, como antigos funcionários do IPEAS, DAER e DNER. A partir da década de 1970, a imigração intensificou-se e a presença de pessoas que saíram do campo em função do êxodo rural fora uma constante. Neste aspecto, o número de migrantes oriundos de outros municípios da Zona Sul foi muito significativo. Sobretudo, gente vinda de Canguçu.
A 1ª. grande onda migratória se deu por volta de 1971, 1972, em razão das obras de construção da BR-116, no trecho Pelotas – Jaguarão. Empresas se instalaram na região para a construção da rodovia e muitos empregados acabaram se fixando nos arredores. O caso mais exemplar do fenômeno foi a Firma Extersul. Na época, esta companhia fixou-se no terreno que viria a ser anos mais tarde o Loteamento Zona Sul. A maioria absoluta de seus empregados (187 no total) era proveniente de Bagé e Caçapava do Sul. No entanto, as obras findaram e a firma quebrou financeiramente, deixando seus funcionários à míngua. Resultado: sem emprego e dinheiro, a maioria (164) foi absorvida pela Acevagran Construções para as obras da Eclusa do Canal São Gonçalo. Com o tempo, boa parte não retornou às suas cidades-natais e estabeleceu-se no Jardim América. A década de 70 continuou sendo bastante movimentada na questão da migração. Outro período intenso fora o triênio 1975-1976-1977 – fato motivado pela construção dos frigoríficos Extremo-Sul e Rio-Pel.
Um dado que contribuiu para que as pessoas viessem para trabalhar e acabassem escolhendo o bairro para morar foi do mesmo modo o preço barato dos terrenos. Uma história curiosa que se conta é que houve um morador que adquiriu o próprio lote dando em troca somente um toca-fitas e um fogão usado. Bem verdade, quando a Construtora São Marcos comprou os terrenos que ainda pertenciam à Construtora América (a que loteou o bairro), a mesma entendeu que determinadas áreas dificilmente seriam comercializadas, devido aos eucaliptos, ao mato e aos alagadiços. Então propôs o seguinte sistema: quem desmatasse dois lotes, ficava com um. Diante de tal “barbada”, vieram grupos de homens dos mais diversos lugares que, em mutirões, limpavam até quatro, seis, oito lotes de uma só empreitada. Desta forma, famílias inteiras garantiam seu “pedaço de chão”.
Como já tratado em artigo anterior, o povoamento do Jardim América foi lento aos seus primeiros quinze anos. Grande parte dos moradores era proveniente de Pelotas, muitos agricultores de colônias de imigração alemã: Monte Bonito, Cerrito Alegre, Santo Amor, etc. Outros, entretanto, se estabeleceram no bairro em função de circunstâncias profissionais, como antigos funcionários do IPEAS, DAER e DNER. A partir da década de 1970, a imigração intensificou-se e a presença de pessoas que saíram do campo em função do êxodo rural fora uma constante. Neste aspecto, o número de migrantes oriundos de outros municípios da Zona Sul foi muito significativo. Sobretudo, gente vinda de Canguçu.
A 1ª. grande onda migratória se deu por volta de 1971, 1972, em razão das obras de construção da BR-116, no trecho Pelotas – Jaguarão. Empresas se instalaram na região para a construção da rodovia e muitos empregados acabaram se fixando nos arredores. O caso mais exemplar do fenômeno foi a Firma Extersul. Na época, esta companhia fixou-se no terreno que viria a ser anos mais tarde o Loteamento Zona Sul. A maioria absoluta de seus empregados (187 no total) era proveniente de Bagé e Caçapava do Sul. No entanto, as obras findaram e a firma quebrou financeiramente, deixando seus funcionários à míngua. Resultado: sem emprego e dinheiro, a maioria (164) foi absorvida pela Acevagran Construções para as obras da Eclusa do Canal São Gonçalo. Com o tempo, boa parte não retornou às suas cidades-natais e estabeleceu-se no Jardim América. A década de 70 continuou sendo bastante movimentada na questão da migração. Outro período intenso fora o triênio 1975-1976-1977 – fato motivado pela construção dos frigoríficos Extremo-Sul e Rio-Pel.
Um dado que contribuiu para que as pessoas viessem para trabalhar e acabassem escolhendo o bairro para morar foi do mesmo modo o preço barato dos terrenos. Uma história curiosa que se conta é que houve um morador que adquiriu o próprio lote dando em troca somente um toca-fitas e um fogão usado. Bem verdade, quando a Construtora São Marcos comprou os terrenos que ainda pertenciam à Construtora América (a que loteou o bairro), a mesma entendeu que determinadas áreas dificilmente seriam comercializadas, devido aos eucaliptos, ao mato e aos alagadiços. Então propôs o seguinte sistema: quem desmatasse dois lotes, ficava com um. Diante de tal “barbada”, vieram grupos de homens dos mais diversos lugares que, em mutirões, limpavam até quatro, seis, oito lotes de uma só empreitada. Desta forma, famílias inteiras garantiam seu “pedaço de chão”.
Olá Sr. Joaquim, hoje neste domingo 6 de maio, ainda madrugada escura, vim para meu computador e a primeira coisa que fiz foi entrar em seu blog para ler sobre a terra onde estão as raizes maternas. Fique saudoso com os escritos sobre o Jardim América pelo que passo a discorrer. "Em 1956, minha avó paterna,Idelvira de Farias Teixeira, vovó Bibira e meu sempre lembrado vovô Garcia,vovô Ninica, compraram nos vastos campos que já eram conhecidos como Jardim Améria um pedaço de terra no meio do nada, e ali contruiram com o auxílio braçal da família um rancho de leivas e palha santa-fé, que serviria para as reuniões famiiares nos fins de semana,uma espécie de refúgio saudosista ao passado, já que eles possuiam uma das primeiras casas na Avenida Pinheiro Machado no Fragata. Esse rancho foi provavelmente a primeira construção daquele local bucólico. Eram campos planos,baixos e verdejantes, onde, ainda menino, jogava boas partidas de futebol com meu irmão Joaquim Luís, meu pai Floribal, meu tio Florício, cunhado de meu pai, minhas irmãs Lúcia e Ieda e os amigos Vital Porep e Manoel, entre outros. Tempos maravilhosos e alegres nas terras hoje de Capão do Leão. Somente aquele ranchinho de terra pobre e esgualepado no meio do, para mim, infinito, onde nesses fins de semana meu avô carneava e assava uma ovelha, cujo sabor e aroma ainda agora me assaltam sorrateiros. Recordar e ter esperança de um mundo tão belo como era. Abraços, caro Senhor".
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